Sônia Queiroz
Palavra banto
em Minas
Sônia Queiroz
Palavra banto em Minas
ISBN 978-65-80010-04-2 A memória dos africanos de línguas e cultu-
ras banto no Brasil, muito pouco difundida
entre a população em geral, vem sendo pre-
servada em comunidades negras hoje desig-
nadas quilombos, nas quais ainda se podem
encontrar falares e cantares com base lexical
de origem banto. Nesses falares e cantares,
podemos ouvir a palavra dos ancestrais
transmitida em línguas rituais resultantes
do contato entre africanos e portugueses e
preservada como forma de resistência diante
da imposição da língua e cultura europeia
pelo Estado. Estão reunidas neste livro todas
as palavras de provável origem banto encon-
tradas nos vocabulários e glossários elabo-
rados por pesquisadores a partir da observa-
ção em comunidades onde se fala essa mescla
linguística em território mineiro. Também
identifi camos os registros dessas palavras em
dicionários e glossários brasileiros, na litera-
tura angolana e em dicionários de quicongo,
quimbundo e umbundo, as três línguas banto
mais faladas no Brasil. A publicação deste
glossário em forma de livro é o resultado de
uma coleta que buscou realizar uma arqueo-
logia do contato entre línguas africanas do
grupo banto e a língua po rtuguesa no Brasil.
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QUEIROZ, S. Palavra banto em Minas [online]. Belo Horinzonte:
Editora UFMG, 2019, 380 p. ISBN: 978-65-8001-003-5.
https://doi.org/10.7476/9786580010035.
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em Minas
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Lira Córdova
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© 2019, Editora UFMG
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Q3p Queiroz, Sônia.
Palavra banto em Minas / Sônia Queiroz. -- Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2019.
382 p. : il.
ISBN: 978-65-80010-03-5
1. Línguas banto. 2. Línguas africanas. I.Título.
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Sumário
A árvore da palavra banto em Minas 7
Nota da autora 21
Glossário 25
Referências 373
Sobre a autora 381
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A árvore da
palavra banto
em Minas
O Brasil é o país com a maior população negra fora
da África e, na África, é superado apenas pela
Nigéria. O primeiro Censo Demográfico da Repú-
blica, realizado em 1890, após a extinção do tráfico
negreiro e a abolição do regime de escravidão no
Brasil, apontou 53% de negros e pardos na popu-
lação brasileira. Apesar da política de branquea-
mento implementada pela República, mais de 200
anos depois, o Censo Demográfico Brasileiro de
2010 aponta um percentual quase idêntico: 50,7%.
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8 Palavra banto em Minas
Durante a colonização portuguesa, o regime de escravidão transportou
para o território brasileiro mais de 5 milhões de africanos. Minas Gerais
recebeu um dos maiores contingentes de africanos escravizados nos sécu-
los XVIII e XIX, período em que se deu o povoamento da então capitania
das Minas, impulsionado pela descoberta do ouro e das pedras preciosas
na região. De acordo com Edison Carneiro, no artigo “O negro em Minas
Gerais”, “cerca de meio milhão de negros foi empregado na mineração do
ouro e dos diamantes nos setenta anos em que essa exploração foi conside-
rada economicamente rendosa.”
A contribuição do enorme contingente de africanos trazidos para as
Minas a partir do século XVIII – no plano econômico, político e cultural,
aqui incluídas as artes, as línguas, as manifestações religiosas, o pensa-
mento sobre o mundo – ainda não foi devidamente estudada. Nas décadas
de 1920 a 1940, houve um interesse especial pela questão das contribuições
dos africanos para a língua portuguesa e a cultura brasileira. No âmbito
desse movimento, destacam-se em Minas Gerais os trabalhos de Nelson
de Senna (1896-1976), que, além do livro Africanos no Brasil, publicado em
1938, deixou preparados os manuscritos de um Elucidário de africanismos,
ainda inédito, disponíveis para pesquisa no Arquivo Público da Cidade de
Belo Horizonte – APCBH. Em 1940, apresentou ao 9º Congresso Brasileiro
de Geografia um memorial, defendendo tese sobre a “Influência africana
na toponímia mineira, nomes locais de acentuada origem afro-negra, ou
compostos com elementos africanos”. Esses dois manuscritos estão no
APCBH, à espera de editor.
Segundo Nelson de Senna, no livro Africanos no Brasil, a população
afrodescendente foi maioria em Minas até o final do século XIX: em 1776,
os negros e mestiços de negros somavam 249.105 indivíduos – 77,9% da
população que então totalizava 319.769 habitantes. No período entre 1786
e 1805, os escravos constituíam 47,94% e 46,38% da população, donde se
pode inferir que os indivíduos de cor continuavam sendo maioria, pois, por
essa época, muitos deles já eram alforriados. Em 1821, do total de 514.108
habitantes, 383.061 eram negros e mestiços de negros, o que equivale a
74,51% da população.
No início do século XXI, ainda encontramos remanescentes das culturas
africanas que aqui se instalaram, constituindo núcleos de resistência cultu-
ral, muitos deles associados a atividades artísticas e religiosas, de que são
talvez os exemplos mais significativos o Reinado de N. S. do Rosário e os
candombes.
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No ano 2000, a Fundação Palmares (vinculada ao Ministério da Cultura),
atuando junto ao Congresso Nacional e a poderes locais, “no sentido de
ampliar a cultura de valorização da diversidade étnica e cultural na formu-
lação de leis e implementação
,1995, Jatobá; Ei ê covicará / iô bambi. machado fº,
1943, São João da Chapada; dornas fº, 1938, Itaúna. dambi, kambi.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. mbambe. machado fº, 1943,
São João da Chapada.
bambi-naquata. muitíssimo frio. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
bambi. frio. castro, 2001, Bahia; andrade fº, 2000, Cafundó.
bambi vavuro. gelo. andrade fº, 2000, Cafundó.
bâmbi. frio. lopes, 2003.
Ç mbambi. veado. Sobre os ombros uma pequena pele de mbambi em equilí-
brio instável. pepetela, 2012, p. 185. mbambi. frio. Kabande ku muxi/
ma’ kakuata mbambi (subiu no pau mas está cheio de frio, ou seja,
apesar de estar bem colocado, tem medo). xitu, 1984, p. 39.
ombambi. umb. ausência de calor. wilson, 1964; le guennec; valente.
2010. mbambi. quimb. frio, friagem. – veado. maia, 1964; assis jr., [19--].
bambo
frouxo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
embombe. umb. flexível. wilson, 1954. pessoa dócil. le guennec;
valente, 2010. mbombo. quimb. mole, frouxo. assis jr., [19--].
bambolear
rebolar. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
balancear, menear. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
bambolim
bolas. linha ou lã para cortinas e chapéus. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbumbi. quimb. bola. maia, 1964; assis jr., [19--]. ombumbi. olun. bola
de cera. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
bangalafumenga
bangalafumenga, benga. coisa ordinária. gonçalves, 1995, Jatobá.
bengala-fumenga. pessoa sem atrativos. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
bangalafumenga. pobretão, joão-ninguém, pé-rapado. castro, 2001,
Bahia.
bangalafumenga. João-ninguém. ferreira, 1975; lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
vangala. umb. vadiar, levar vida de vadio. le guennec; valente, 2010.
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bango
[?]. Bango roim, bango lerê, caramurê, morin. casasanta, 1969.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
dinheiro. castro, 2001, Bahia. arambôngui. dinheiro. andrade fº,
2000, Cafundó. orombongue. dinheiro, moeda. vogt; fry, 1996,
Cafundó.
dinheiro. lopes, 2003; senna, 1938.
Ç libongo. dinheiro. Enterraram os libongos e algumas moedas portuguesas
dentro de uma caixa de metal cabendo numa maior de madeira. Poderia
resistir a bué de chuva, a pequena fortuna ficava protegida por décadas.
pepetela, 2012, p. 165.
olombongo. umb. dinheiro. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
mbongo. quimb. dinheiro. maia, 1964; assis jr., [19--]. mbongo.
quic. dinheiro. cobe, 2010. ombongo. olun. dinheiro. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896.
bangolar
bangolar, bongar. andar à toa. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
bangolar. executar um trabalho com muita preguiça, remanchar.
castro, 2001, Bahia.
bangolar. vagabundear. lopes, 2003; ferreira, 1975; teixeira, 1943;
campos, 1936; raimundo, 1933.
Ç Lembro do caminhar dele nesse dia, e agora relaciono as coisas: andava
devagar e bangoso tipo filme em câmara lenta […]. ondjaki, 2007, p. 127.
kubanga. quimb. vadiar, vagabundear. maia, 1964. kubánga. quimb.
brigar, pelejar. kúbanga. quimb. fazer, construir. assis jr., [19--].
vangala. umb. levar vida de vadio. le guennec; valente, 2010.
bangolê
refrão da congada tapuiada de Paracatu. reunir. gonçalves, 1995,
Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
bangoleiro. apelido depreciativo. senna, 1938.
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Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kubongola. quimb. reunir. maia, 1964. kubongoloka. quimb. reunir.
assis jr., [19--]. kongela. umb. agrupar. le guennec; valente, 2010.
bangu
poderoso, trabalhador de feira. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
bangu. topônimo. senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
angolo. quic. poderoso, forte. maia, 1964. ngolo. quic. poder, poderoso.
cobe, 2010.
banguê
rede para levar o defunto. simões, 2014, Milho Verde; Essa terra de
Banguê, doriá. nascimento, 2003, São João da Chapada; rede, tipóia.
gonçalves, 1995, Jatobá; cannabis sativa. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Nomeia córrego em Bocaiúva, Grão Mogol e Passa-Tempo. Nomeia
localidade em Bocaiúva. Nomeia lagoa em Itacarambi. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
bangüê. rede, liteira, padiola. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
mendonça, 1973; bastide, 1971; brandão, 1968; soares, 1954; senna,
1938; laytano, 1936.
irmandade de bangüê. irmãos ou familiares que vivem brigando.
soares, 1954.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
banguela
falta de dentes. gonçalves, 1995, Jatobá.
língua banguela. designação de uma das línguas africanas faladas no
Brasil, provavelmente o umbundo, língua ainda falada em Angola,
na província de Benguela (Huíla e Huambo). machado fº, 1943, São
João da Chapada.
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50 Palavra banto em Minas
q Nomeia córrego em Corinto, Curvelo e Três Marias e lagoa em Morro
da Graça. lima, 2012.
ato de escangalhar cachos de coco do engaço. castro, 2001, Bahia.
banguela, banguelo. – desdentado. – natural de Benguela, Sul de
Angola. – fig. pessoa que fala o português errado. lopes, 2003; castro
2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973; silveira, 1975C, 1974; soares,
1954; teixeira, 1946; senna, 1938; raimundo, 1933.
língua de benguela ou banguela. uma das línguas angolanas trazida
para o Brasil, provavelmente falada na província de Benguela entre
outras. soares, 1954.
Ç banguela. uma região de Angola. Aliás, quem não conhecia as façanhas do
inglês louco, bom piloto, grande falador, exagerado em tudo o que contava, o
qual tinha ficado em território dos benguelas, lá para sul? pepetela, 2012,
p. 38. Vindas dos vastos planaltos do Bié e do Moxico, caravanas de negros
– uns para serem transaccionados como mercadorias, outros, pelo contrário,
para transaccionarem a própria mercadoria – acorriam, em grossas semanas
de andamento, ao renomado empório de Benguela. ribas, 1973, p. 71. Penso
até que, de certa maneira, já me tinha esquecido dessa estranha turbação que
me causavam as estórias de Boneca quando regressei em Benguela. santos,
1991, p. 12.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
banguelê
certa dança. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
banguelé. briga, arruaça, confusão. castro, 2001, Bahia.
banguelé.
,briga, confusão. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça, 1973;
soares, 1954. bangulê. dança de origem africana. ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kubanga. quimb. vadiar, vagabundear. maia, 1964. kubánga. quimb.
brigar, pelejar. assis jr., [19--]. vangala. umb. vadiar, levar vida de
vadio. le guennec; valente, 2010.
banjeco. Ver imbanjeco.
banzar
copular. vogt; fry, 1996, Patrocínio. andar á toa. gonçalves, 1995,
Jatobá.
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Sônia Queiroz 51
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
banzar. – andar à toa, errar. – na Bahia também pode ser usado com
o significado de malandrar. castro, 2001, Bahia.
banzar. ficar triste, melancólico. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira,
1975; mendonça, 1973; brandão, 1968; beaurepaire-rohan, 1956; soares,
1954; senna, 1938; 1921; campos, 1936.
Ç banzar. ficar triste, melancólico. A cara do homem metia medo, pare-
cia tinha ficado maluco, bêbado, todo encarnado a mostrar-lhe com o dedo,
ameaçando-lhe, xingando, e todas as pessoas que estavam passar olhavam
o rapaz banzado, quieto, levando encontrões e pisadelas, um miúdo pôs-lhe
mesmo uma chapada no pescoço. vieira, 2006b, p. 65.
kubanza. quimb. pensar, refletir. maia, 1964; assis jr., [19--]. banza.
quic. pensar. cobe, 2010.
banzé
confusão. gonçalves, 1995, Jatobá.
banzé de cuia. super confusão. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
confusão, barulho. antunes, 2013; lopes, 2003; castro, 2001; ferreira,
1975; mendonça, 1973; brandão, 1968; soares, 1954; campos, 1936;
laytano, 1936; senna, 1921.
banzé de cuia. grande confusão, briga, desavença. soares, 1954.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbanze. quimb. imaginado, pensado. assis jr., [19--]. banza. quic.
pensar. cobe, 2010.
banzeiro
melancólico. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
triste, pensativo, abatido. castro, 2001, Bahia.
triste, melancólico. – qualidade de fenômeno causado por ação do
vento no mar. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça,
1973; soares, 1954; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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52 Palavra banto em Minas
mbanze. quimb. imaginado, pensado. assis jr., [19--]. banza. quic.
pensar. cobe, 2010.
banzo
sexo, cópula. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio; triste.
gonçalves, 1995, Jatobá.
aprumar banzo. fazer sexo. byrd, 2005, Patrocínio.
apromar banzo. relação sexual. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
nostalgia, saudade. – melancólico, pensativo. lopes, 2003; castro,
2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973; bastide, 1971; brandão, 1968;
senna, 1938; laytano, 1936.
Ç banzo. espantado, perplexo. Além de ver tudo com seus olhos curiosos,
os carros bonitos que não tinha lá em cima, as casas grandes e limpas, almo-
çava com mano Xico na quitanda da praia e depois ficava, banzo, a ouvir
falar de coisas novas […]. vieira, [19--], p. 12. Levantou tão depressa o
brilho dos olhos, assustados e banza. vieira, 1987, p. 65.
mbonzo. quimb. saudade, tristeza. maia, 1964. lubanzo. quimb. pensa-
mento, reflexão. assis jr., [19--]. banza. quic. pensar. cobe, 2010.
barafunda
barafunda, marafunda. confusão. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
barafunda. confusão. ferreira, 1975; lopes, 2003.
Ç barafunda. confusão. Diabo! D. Bia, muito impaciente, não estava a
compreender nada dessa barafunda. xitu, 2011, p. 72. A mulher fartou-se
de barafustar e chegou mesmo a dizer que ia queixar-se ao irmão, que falava
português como o companheiro. ribas, 1985, p. 41.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
barundo. Ver baruno.
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Sônia Queiroz 53
baruno
senhor, patrão. barão unoêê.../ê barão menapamadepontê. Capitão Jair
Teodoro de Siqueira. dias, 2002, Matição. barundo. senhor, patrão.
Barundo uê iá / barundo uê ererê. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
barundo. senhor, patrão. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbalu. quimb. bravo, selvagem. maia, 1964; assis jr., [19--].
batucada
uma dança. E nesse lugar eles ‘tava formando uma batucada. poel, 1981.
certa dança. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
ato ou efeito de batuca(r); ritmo ou canção do batuque; reunião
popular, geralmente nas ruas, onde se toca o samba em instrumen-
tos de percussão, com acompanhamento vocal ou sem ele; conjunto
de instrumentos de percussão que toca samba. castro, 2001, Bahia.
ato ou efeito de batucar. – dança em grupo, por vezes acompanhada
de canto, ao som de tambores de tradição africana. lopes, 2003;
castro, 2001.
Ç batucada. ato ou efeito de batucar. Nesses dias de chuva, quando a batu-
cada das águas no zinco punha tudo igual dentro da cabeça e tinha que ficar
quieto […]. vieira, 1964, p. 94. Porque, de vez em vez, há batucada nas
alturas? ribas, 1985, p. 158.
kutuka. quimb. pular. kuvutuka. quimb. voltar pra traz, retroceder.
kubetumuka. quimb. cair. kubetuka. quimb. levantar-se. kuvutukila.
quimb. repetir. kubatuka. quimb. romper, partir. maia, 1964; assis jr., [19--].
batucajé
dança do batuque. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
o som agudo e forte produzido pelos atabaques; dança profana e
barulhenta ao som de atabaques. batucagé. castro, 2001, Bahia.
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dança em grupo, por vezes acompanhada de canto, ao som de
tambores de tradição africana. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira,
1975; mendonça, 1973; senna, 1938; campos, 1936.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kutuka. quimb. pular. kuvutuka. quimb. voltar pra traz, retroceder.
kubetumuka. quimb. cair. kubetuka. quimb. levantar-se. kuvutukila.
quimb. repetir. kubatuka. quimb. romper, partir. maia, 1964; assis jr., [19--].
batucar
dançar. procurar trabalho, coisas, soluções. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
repetir a mesma coisa insistentemente. castro, 2001, Bahia.
dançar batuque, tocar tambores; tamborilar, bater com os dedos em
objetos, repetidamente, produzindo um som ritmado. lopes, 2003;
castro, 2001; mendonça, 1973; soares, 1954.
Ç batucar. ato ou efeito de batucar. […] acabam de sair na luz daquele
terror de toda a noite: tinham vindo a mata-cavalos até entrarem o espesso
negrume onde que os tambores davam de batucar, como por dias e noites
assim morderam seus calcanhares, sempre. vieira, 1964, p. 68.
kutuka. quimb. pular. kuvutuka. quimb. voltar pra traz, retroceder.
kubetumuka. quimb. cair. kubetuka. quimb. levantar-se. kuvutukila.
quimb. repetir. kubatuka. quimb. quebrar, romper, partir. maia, 1964;
assis jr., [19--].
batuque
dança de origem africana. Com pouco o padre meteu a batina por dentro
da calça e fundou no batuque mais as mulheres. poel, 1981.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
ruído, som muito forte; ação de fazer ruído com batimentos rítmicos.
castro, 2001.
dança em grupo, por vezes acompanhada
,de canto, ao som de
tambores de tradição africana. lopes, 2003; mendonça, 1973; bastide,
1971; soares, 1954; teixeira, 1946; senna, 1938; 1921; laytano, 1936;
raimundo, 1933; pires, 1921;
Ç batuque. um ritmo produzido por percussão. Meia hora no caminho,
só batuque no fundo da lata. vieira, 2003, p. 18-19. Domingo, a família
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que está no Bailundo visita-nos para conhecerem Citula de quem já se
inventam cantigas e estórias que eu escuto em surdina, batuques e flau-
tas que engrandecem nossa embala[…]. rui, 2013, p. 114. Em vez de uma
disakela seguiram-se muitas, acompanhadas de grandes batuques e canções
de encatamento que aquele povo há muito não ouvia e, talvez, nunca ouvi-
ram alguns deles. xitu, 2011, p. 83. Desde a noite do batuque, Joaquim
não desistira do intento: continuou a persegui-la com galanteios, proposi-
tava encontros, de vez em vez a brindava com mimos. ribas, 1985, p. 52. A
secretaria estava em movimento. As máquinas de escrever estalavam ritmo
de batuque e o pessoal que esperava na varanda começou a ser atendido.xitu,
1984, p. 14.
kutuka. quimb. pular. kuvutuka. quimb. voltar pra traz, retroceder.
kubetumuka. quimb. cair. kubetuka. quimb. levantar-se. kuvutukila.
quimb. repetir. kubatuka. quimb. quebrar, romper, partir. maia, 1964;
assis jr., [19--].
bendanguê
certa dança, jongo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
jongo, bangulê; dança de origem africana. lopes, 2003; ferreira, 1975;
mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
benga. Ver bangalafumenga.
bengo
caminho. Foi caindo de mansinho se espichando entre o sanguê e o bengo.
gonçalves, [1994], Jatobá. certo capim. caminho, rio. torto, peste.
bezerro. gonçalves, 1995, Jatobá.
q nomeia córrego em Araçuaí, Carlos Chagas, Caxambu, Itamaran-
diba, Padre Paraíso, São João Del Rey, São Tiago; nomeia fazenda em
São Tiago; nomeia localidade em Itamarandiba; nomeia ribeirão em
Caxambu. lima, 2012.
espécie de capim. castro, 2001, Bahia.
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preá, espécie comestível. – viela; beco, caminho mal iluminado e
estreito. capim-bengo, mal-de-bengo. castro, 2001; mendonça,
1973; ferreira, 1975; senna, 1938; 1921.
Ç mbengu. região angolana. Depois, ao contrário, soprou-lhe o Kuanza
para cima da cidade e do Mbengu. vieira, 2006b, p. 11. rio angolano. O
pai ajudava os portugueses a obterem escravos. Chegou a ter cabedais sufi-
cientes para montar a sua própria caravana ou a comprar terras perto do rio
Bengo e produzir comida para a cidade. pepetela, 2012, p. 31.
mbengu. quimb. campina, vale. maia, 1964; assis jr., [19--]. mbungu
quimb. tubo; canudo. planta gramínea exótica da família das
bambusáceas, cuja haste é uma cana alta e grossa. maia, 1964; assis
jr., [19--].
bifunfa. Ver bufunfa.
bimba
coxa. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
termo injurioso equivalente a ânus, traseiro, e empregado geralmente
na expressão toma(r) na bimba. – pênis de criança, pênis pouco desen-
volvido. bimbinha, binga, biringa. – nome por que ficou conhecido
Manoel dos Reis Machado (1900-74), famoso mestre da capoeira-regio-
nal da Bahia e criador dessa modalidade no Brasil. Segundo contam,
esse apelido lhe foi dado pelo pai, que teria apostado com amigos que
o filho nasceria homem, logo, com bimba. castro, 2001, Bahia.
pênis pequeno; coxa; barriga. lopes, 2003; castro, 2001; laytano, 1936;
raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
fimba. quic. pênis. maia, 1964.
bimbada
coito. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
ato de bimba(r). bimbar. copular. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
fimba. quic. pênis. maia, 1964.
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binga
isqueiro. simões, 2014, Milho Verde/Espinho; machado fº, 1943, São
João da Chapada. pênis. guarda-rapé de ponta de chifre. gonçalves,
1995, Jatobá. obingá. chifre. machado fº, 1943, São João da Chapada.
binga-di-macáia. isqueiro. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
binga. chifre; ponta de chifre de boi torneada, própria para guar-
dar tabaco em pó ou pólvora para espingarda de caça; p. ext. corno,
chifrudo, marido traído; homem sem importância; espécie de casca-
lho em forma de chifre; tipo de colibri; isqueiro tosco usado no inte-
rior; lampião de querosene. o pênis. castro, 2001, Bahia.
binga. – chifre; utensílio feito de ponta de chifre que serve para
gardar fumo ou pólvora. – tipo de colibri. – isqueiro rústico; lampião
de querosene. – pênis. – chifre que serve de copo. lopes, 2003; castro,
2001; trigueiros, 1977; ferreira, 1975; mendonça, 1973; martins, 1969;
beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; teixeira, 1946; senna, 1938;
1921; raimundo, 1933.
Ç dibinga. Miúdo que pede muito recebe é as dibingas. vieira, 1974, p. 27.
mbinga. quimb. chifre. maia, 1964; assis jr., [19--]. chifre para uso
doméstico ou para artefatos. assis jr., [19--]. ombinga. umb. chifre.
le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. cachimbo para fumar
cânhamo. le guennec; valente, 2010. ombinga. olun. chifre. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896.
boboca
tolo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
desdentado. castro, 2001, Bahia.
abobado. – desdentado. lopes, 2003.
Ç kibobo. desdentado. Se já na meninice de Carlos sô Filipe tinha falta de
dentes, agora estava muito pior. Lhe chamavam muitas vezes o kibobo. No
princípio o comerciante se zangava, eles insistiam, ele deixou de se zangar,
o nome pegou, mesmo sô Filipese apresentava por vezes com a alcunha.
pepetela, 2012, p. 145.
kuboboka. quimb. desdentado. assis jr., [19--]. kabobo, uaboboka.
quimb. desdentado. maia, 1964.
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bololô
confusão. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
confusão, barulho. castro, 2001, Bahia.
rolo, coisa confusa. lopes, 2003.
Ç gololo. choro; choradeira; pranto em altos gritos. […] e se ouviu o
gololo dos xinguiles no escuro de cazucuta no terreiro para enganar espíri-
tos e flechas e bufos e cangundos e tinha quifumbes pelos caminhos. vieira,
2006a, p. 28. Não passava rua onde Boneca não deixava seus sinais, não
passava baile quer no Palácio do Comércio quer no campo do Portugal,
onde Boneca não ateasse um jingololo descarado de murmúrios e conversas
caprichadas. santos, 1991, p. 28.
ngongolo. quimb. confusão. maia, 1964; assis jr., [19--]. ngololo. quimb.
barulho maia, 1964; assis jr., [19--]. ungolo. quic. barulho. maia, 1964.
bombo
mandioca. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
bombó. mandioca amolecida. lopes, 2003; castro, 2001; mendonça,
1973; soares, 1954.
Ç bombó, bombô, mbombó. […] armazém de todas as fubas, quindele
rugoso ou macio bombó, candumba ou massambala […]. vieira, 1986, p.
116. A batata-doce ainda demora um bocado mas tem o bombô da minha
última viagem ao Bailundo. rui, 2013, p. 141. Vai aí com o tio Banda um
bocado de castanha de caju, mbombó de mandioca, doze mangas e algumas
batatas-doces assadas. xitu, 1984, p. 69. quimbombo.
,bebida fermen-
tada de milho. Então, mais tarde, eu estava debaixo da mandioqueira
curtindo o meu quimbombo e ele segurou meu cotovelo. vieira, 1987, p. 66.
Noutro lugar, bebia-se quissângua, quimbombo – as típicas cervejas de
milho. ribas, 1973, p. 45. Comprem também feijão de qualquer qualidade e
macunde. Comprem também fubá de bombó e de milho. ribas, 1985, p. 67.
utombo. umb. mandioca. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
mbombo. quimb. diz-se da mandioca quando está na água para amole-
cer. maia, 1964; assis jr., [19--]. mbombo. quic. diz-se da mandioca
quando está na água para amolecer. maia, 1964. kimbombo. quimb.
bebida feita de milho e fubá de bombó. assis jr., [19--].
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Sônia Queiroz 59
bonga
rapaz sem juízo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
bongar. catar, buscar, procurar. lopes, 2003; ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbonga. quimb. rapaz. maia, 1964; assis jr., [19--].
bongar. Ver bangolar.
bongo
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Porto Firme. lima, 2012.
apanhador de papel. castro, 2001, Bahia.
bongar. catar; buscar, procurar. lopes, 2003; ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kubonga. quimb. apanhar. maia, 1964; assis jr., [19--]. bonga. quic.
apanhar. cobe, 2010.
bonjó. Ver onjó.
briquitar
tremer de frio, trabalhar demasiado. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
trabalhar; brigar. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
brucutu
homem forte e rude. Estou muito fraco! – ele fez assim: caiu no chão!
Brucutu! alves, 2008.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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60 Palavra banto em Minas
brucutu, burucutu. – homem forte e rude. – nome de um persona-
gem de revista em quadrinhos. –veículo policial usado para dispersar
manifestantes de rua. castro, 2001. Bahia.
brucutu. indivíduo rude. lopes, 2003; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
bukusu. quimb. homem rude. maia, 1964; assis jr., [19--].
budum
mal cheiro. coisas úmidas. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
buzum. mau cheiro de corpo. budum. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç quibuzo. mal cheiro. Tamanho poder, no entanto, estavam-lhe a cons-
purcar as intenções rafeiras que observava nos olhares de alguns amigos do
seu pai, comerciantes fubeiros e de quibuzo na boca. santos, 1991, p. 30.
branco-de-quibuzo. com mau cheiro na boca. A rebeldia do mundo,
à revelia de conquistadores e degredados, brancos-de-quibuzo que nunca
rasparam a língua […]. vieira, 2006a, p. 19.
kibuzu. quimb. fedor. maia, 1964; assis jr., [19--].
bué
chorar. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç bué. muito. Na entrada havia bué de gente a imitar assim uns pontapés
de karaté e na parede um pôster bem grande dum chinês bem pequenino
a bater em bué de muadiês. ondjaki, 2007, p. 32. Os vizinhos vieram em
seguida, eram só cumprimentos e mais cumprimentos, bué de notícias choca-
vam umas contra as outras, todos a quererem falar, contar os mambos que
passavam de um lado e do outro […]. pepetela, 2012, p. 143. Tinha bué de
curiosidade em perceber como era a cidade de brancos, o tipo de casas, como
eram feitas e quanto tempo duravam. pepetela, 2012, p. 191. O meu pai
fez-me sinal para eu não pedir muita coisa, porque eu sempre pedia demasiados
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lápis de cor, ou blocos de carta, e ainda por cima bué de chocolate. ondjaki,
2006, p. 29. Ocorreu-lhe nesse tempo de pensar nas estórias que lhe contavam
em criança sobre os onjumbis, que em troca de riqueza e fortuna ofereciam,
vinham depois na madrugada, antes do sol nascer reclamar dos pais a alma da
sua filha cassule, quando ela ficava cafeco, idade de encontrar homem. santos,
1991, p. 30.
nguê. quimb. choro, lamentação. maia, 1964; assis jr., [19--].
bufunfa
bufunfa, bifunfa. dinheiro. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
bugre. Ver pongue.
bugue. Ver pongue.
bunda
nádegas. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
castro, 2001; ferreira, 1975.
Ç bunda, mbunda. nádegas. Vaidosa muito manienta de suas roupas
– na cubata, de pé no chão, pano na bunda só. vieira, 1987, p. 62. As
raparigas descontraídas se cumunavam mbudas sensuais, “Hum! Só ver,
e o coração fica parece não sei”. xitu, 2011, p. 44. Com essas mamas rijas,
cara de três meses, e esta mbunda a volumar, não estás mesmo grávida?
xitu, 1984, p. 90.
bunda. nádegas. Vaidosa muito manienta de suas roupas – na cubata,
de pé no chão, pano na bunda só. vieira, 1987, p. 62. mbunda. quimb.
nádegas, ânus. maia, 1964; assis jr., [19--].
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62 Palavra banto em Minas
bungulá(r)
pular. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç bungular. remexer as nádegas; saracotear-se. Quem viu velho velhado
pulando parecia era cabrito, marcahando de batalhão, […] torcendo, contor-
cendo, bungulando. vieira, 1987, p. 44. Lá vem ele com seu gatinho! É
pra bungular nele!. ribas, 1973, p. 126. Para fortalecimento do malefício,
bungularam numa casa, isto é, dançaram e roçaram as nádegas no solo e
na parede, murmurando sob o ranger dos tantãs […]. ribas, 1985, p. 126.
Diziam as famílias que revisitei que ela tinha entrado num sálu um tanto
místico e havia quem que já lhe tinha visto bungular juntos das panelas.
santos, 1991, p. 12. lungular. gingar. Tamoda, na cadência das vozes e
do sapato a chiar, ia marcando o ritmo com a cabeça e os ombros, muito esti-
cada e sorridente, e lungulava como um kingungu-a-xitu (peru do mato).
xitu, 1984, p. 6-7.
kubungula. enfeitiçar. Diz-se do feiticeiro quando vai dançar às
portas dos vizinhos. assis jr., [19--]. kubungula. quimb. afastar-se dos
outros. maia, 1964; assis jr., [19--].
burre. Ver pongue.
C
cabaça
fruto do cabaceiro. Era o coelho que vinha marchando, ligeiro, com as caba-
cinhas para levar a água. lúcio, 1944. A ‘caixa’ dos negros era assim: partiam
as cabaças e pregavam com cera o couro de coelho ao redor. poel, 1981.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
saco, alforje, mochila. – gêmeo que nasce em segundo lugar. castro, 2001.
gêmeo que nasce em segundo lugar. lopes, 2003; ferreira, 1975;
raimundo, 1933;
,mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938.
Ç Muitos dongos teriam de ir buscar cabaças e mais cabaças ao Mussulo, onde
havia as palmeiras de mateba que produziam o melhor maluvo. pepetela,
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1999, p. 96. […] mana Citula, a avó mandou trazer Kacenye, mestre de ochi-
sanji, esse instrumento feito de uma pequena tábua que é suporte das peque-
nas lâminas metálicas que se dedilham e a cabaça que amplifica o som. rui,
2013, p. 97. No outro canto, uns cacos de panelinha, boiões feitos de cabaça e
de casca de coco, uns cubos de madeira que pareciam de kioza […]. xitu, 2011,
p. 92. Em nova busca, entregou à semelhante um balaio, depôs uma cabaça de
maluvo de caju sobre um pedaço de madeira. ribas, 1973, p. 30. Ainda o sol
não surgia detrás das montanhas, e já elas, quindas à cabeça com a pequena
enxada, a cabaça de água e a panelinha de feijão para o almoço […]. ribas,
1985, p. 146.
kabasa. quimb. gêmeo que nasce em segundo lugar. assis jr., [19--].
mbasá. quimb. bastão, báculo, cetro. assis jr., [19--].
cabaço
hímem. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
hímem, a virgindade da mulher. – tirar o cabaço: desvirginar. castro,
2001, Bahia.
hímem. lopes, 2003; ferreira, 1975,
Ç cabaço, cabasso. hímem. Deixa só o cabaço numa esquina e aparece com
filho na barriga. Quem foi, quem foi, ninguém sabe! vieira, 2003, p. 22.
Cedeu com os olhos abertos. Mas não se entregou. Deixou que lhe rompesse
o cabasso naturalmente, como quem cumpre um jogo predestinado. E
perdeu. santos, 1991, p. 34. escabaçar. tirar o cabaço. […] e velho capi-
tão jurava mamã Sessá, amarela do candeeiro e branca da luz da lua, jurava
mesmo que era o Zito que queria-me escabaçar, naquela noite […]. vieira,
2003, p. 126.
cabaço. hímem. Deixa só o cabaço numa esquina e aparece com filho na
barriga. Quem foi, quem foi, ninguém sabe! vieira, 2003, p. 22. escabaçar.
tirar o cabaço. […] e velho capitão jurava mamã Sessá, amarela do cande-
eiro e branca da luz da lua, jurava mesmo que era o Zito que queria-me
escabaçar, naquela noite […]. vieira, 2003, p. 126. kabasu. quimb. hímen.
maia, 1964; assis jr., [19--].
caborge
sacerdote; cachimbo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q caborje. nomeia córrego em Medeiros. caborjes. nomeia fazenda em
Serranópolis de Minas. lima, 2012.
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64 Palavra banto em Minas
caborje. feitiço, bruxaria; bentinho, amuleto; p. ext. azar; força sobre-
natural. Valentia. castro, 2001, Bahia.
caboge. compromisso firmado com feiticeiro. antunes, 2013. caborje.
feitiçaria. lopes, 2003; ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kabonji. hereje, próprio do hereje. assis jr., [19--].
cabula
pessoa desconfiada. – certa seita. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
toque para Obaluaê e Besseim em Angola. castro, 2001, Bahia.
antiga seita religiosa. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cabungo
pânico. – pessoa sem valor. gonçalves, 1995, Jatobá. cambungo.
corruptela de carbúnculo, motivada pela repugnância do povo em
face do proparoxítono e acusando, na terminação ungo, influxo afri-
cano. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
urinol, latrina; – p. ext. pessoa pouco limpa, desprezível, sem valor;
chapéu ordinário, alusivo ao fato de que se carregava o cabungo
na cabeça até o local de jogar os dejetos fora. cabombo, cabumbo,
camburão. castro, 2001, Bahia.
penico. lopes, 2003; ferreira, 1975; brandão, 1968.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kibungu. quimb. vaso grande onde se deitam dejetos; privada; maia,
1964; assis jr., [19--]. mbungu. quic. vaso. maia, 1964; cobe, 2010.
cabungueiro
escravo que despejava os cabungos. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
aquele que só serve para ofício considerado de baixa categoria; o
encarregado de carregar e despejar o cabungo. p. ext. cafetão; homem
sujo, desprezível. castro, 2001, Bahia.
pessoa eu carrega ou limpa o cabungo. lopes, 2003; ferreira, 1975,
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Sônia Queiroz 65
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kibungu. quimb. vaso grande onde se deitam dejetos; privada; maia,
1964; assis jr., [19--]. mbungu. quic. vaso. maia, 1964; cobe, 2010.
caçamba
balde. gonçalves, 1995, Jatobá.
q córrego em Monte Alegre de Minas. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
balde. – carrinho de mão para levar entulho. lopes, 2003; castro,
2001; ferreira, 1975.
Ç sanga, disanga. vasilha para se colocar água. Tentativa de homicídio
frustrado – o muadié é a água de minha sanga. vieira, 1987, p. 17. No outro
canto, uma armação que sustentava uma pedra de filtrar água. Na armação
havia uma sanga de fabrico do Dondo e um coco cheio de desenhos, fixo num
cabo de pau. xitu, 2011, p. 52. Num dos quartos havia uma cama, uma mesa
servindo de banca de cabeceira, uma mala e, sobre um caixote, uma bacia de
barro; no outro, além de uma cama e uma sanga, pouco mais existia. ribas,
1985, p. 24. Velha Kaualende, numa madrugada, levou a sua disanga às
costas e dirigiu-se à fonte de Kasadi. xitu, 1984, p. 39.
esanga. umb. balde. le guennec; valente, 2010. sánga. kimb. abreviação
de risánga, vasilha para se colocar água. assis jr., [19--].
caçanje
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q localidade e córrego em Nazareno. lima, 2012.
nome de antiga nação africana no Brasil proveniente de Angola; p. ext
português mal falado ou escrito. – topônimo, localidade nos arredores
de Salvador. – nome de Quissimbe. (ka)nsansi, gênio protetor de crian-
ças. – nome de mulher; mulher sábia. castro, 2001, Bahia.
português falado incorretamente. lopes, 2003; ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cachaça
aguardente. A cachaça pra eles era alegria. pereira, 2005, Arturos. certa
bebida. gonçalves, 1995, Jatobá.
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66 Palavra banto em Minas
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
aguardente que se obtém mediante a fermentação e destilação do mel
ou borras do melaço. qualquer bebida alcoólica. castro, 2001, Bahia.
aguardente. lopes, 2003; mendonça, 1973; bastide, 1971; senna, 1921;
1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cachía
chegar. estar. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okukasi. umb. estar. le guennec; valente, 2010.
cachicunhaco
dejetar, dejeto. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kukunha. quimb. jogar fora. maia, 1964; assis jr., [19--].
cachimbo
recipiente utilizado para fumar. Tirou das orelhas uns brinquinhos de
ouro muito bonitinhos, que a madrinha dela lhe tinha dado, e os pôs em
cima da pedra escura atrás da qual as lavadeiras
,costumavam esconder seus
cachimbos. alexina, 1907.
q Nomeia localidade em Datas; córrego em Alvinópolis, Araguari,
Januária e Santa Vitória; fazenda em Alvinópolis, Araguari e Varze-
lândia. cachimbeiro. Nomeia córrego em Barbacena. lima, 2012.
pipo de fumar. teimar. estar pronto para tudo. castro, 2001, Bahia.
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Sônia Queiroz 67
utensílio usado para fumar. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça, 1973;
bastide, 1971; soares, 1954; senna, 1938; laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç cachimbo, caximbo. utensílio usado para se fumar. Guardou seu
cachimbo e foi pondo muitas perguntas no menino. vieira, [19--], p. 82. No
mato, tudo o que sai do normal é em princípio perigoso. Fez sinal ao branco
para o imitar e sentou no troco. O outro obedeceu e puxou do cachimbo.
pepetela, 2012, p. 90. Trouxe-te um cachimbo de mulher para fumares
tabaco de rolo. rui, 2013, p. 78. Munindo-se do caximbo, ao lado descan-
sando, nele deposita uma brasa, partida do tição. ribas, 1973, p. 31. E para
a futura sogra, uma botelha de aguardente, uma porção de tabaco, bocados
de cola e gengibre e um cachimbo. ribas, 1985, p. 55. E com a lenha de fogo
de fifiquinhava no cachimbo, ia andando sem direção pela sanzala fora. xitu,
1984, p. 36. caximbada. fumadela de cachimbo. Um jango assim, novo,
sem marca de salalé ou fogueira, vazio, sem mais riso de homem, caximba-
das, sem demandas nem macas […]. vieira, 2006a, p. 28. Se Ngunga ficasse
com ele, teria comida e aprenderia a fabricar cachimbos. pepetela, 1981, p.
16-17.
cachimbo. utensílio usado para se fumar. Guardou seu cachimbo e foi
pondo muitas perguntas no menino. vieira, [19--], p. 82. kúxiba. chupar
assis jr., [19--]. kixima. quimb. tanque, cisterna. maia, 1964; assis jr.,
[19--]. xima. quic. tanque. maia, 1964. sima. quic. tanque, sisterna,
poço. cobe, 2010.
cacimba
poço de água potável de minas. simões, 2014, Espinho. cabacinha,
casca seca de um tipo de abóbora utilizada para guardar água.
pereira; gomes, 2000, Arturos. poço de água potável, que geralmente
provém de minas. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Nomeia córrego em Turmalina e Veredinha; fazenda em Capim
Branco e Sete Lagoas; povoado em Funilândia. cacimbas. Nomeia
córrego em Montezuma e Santo Antônio do Retiro; fazenda em
Janaúba; localidade em Espinosa e Francisco Sá. cacimbinha.
Nomeia córrego em Bocaiúva. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
filete de água potável que pode escorrer livremente e cair em uma
cova natural ou brotar de uma escavação feita pelo homem. antunes,
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68 Palavra banto em Minas
2013. cisterna. – vasilha. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938; laytano, 1936.
Ç cacimba. lagoa formada pela chuva ou cisterna. […] as cubatas inva-
didas por essa água vermelha e suja correndo caminho do alcatrão que leva
na Baixa ou ficando, teimosa, em cacimbas de nascer mosquitos e baru-
lhos de rã. vieira, 2006a, p. 12. A paliçada era a volta de todo o kimbo, a
fogueira para afastar o leão de noite também era coletiva, a cacimba e as
latrinas também. rui, 2013, p. 135. […] em pregões, com pequenos barris
aos ombros, aguadeiros vinham de Maianga, a cujas cacimbas, por falta de
canalização na cidade, haviam ido prover-se de água. ribas, 1985, p. 91.
Mano Tamoda, a gente quer saber o feminino de muchacho! – perguntaram
dois garotos duvidosos e na altura em que o ‘mestre’ saía da cacimba de
banho. xitu, 1984, p. 9.
ocisimo, ochisimo. umb. poço. le guennec; valente, 2010; wilson,
1954. kixima. quic. cisterna. maia, 1964; assis jr., [19--]. sima. quic.
tanque, sisterna, poço. cobe, 2010.
cacimbo
nevoeiro. byrd, 2005, Patrocínio. estação das secas. dornas fº, 1938,
Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
nevoeiro. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; senna, 1938.
Ç cacimbo. bruma, névoa. Deslizando como as águas do rio, estas imagens
carregam os pensamentos de Domingos Xavier, nascendo no cacimbo do
cérebro cansado, dorido de botas de cipaio, quando o luar estendeu em cima
do corpo caído na cela o seu lençol macio. vieira, [19--], p. 25. Guerras do
cacimbo e da chuva, quem resolve é o jacaré. vieira, 2006a, p. 96. Estação
sem chuva e frequentemente enevoada. Fugiu de Luanda numa manhã
de cacimbo. pepetela, 2012, p. 34. O que vale é que era o tempo do cacimbo
e ali perto do mar esta mesmo um friozinho. pepetela, 1999, p. 53. Deviam
ser mesmo umas 7h da noite e fazia frio de cacimbo fresco. ondjaki, 2007,
p. 21. O tempo está a andar para o cacimbo. É entre o fim das chuvas e o
começo das queimadas para a terra ficar aberta às novas sem*nteiras […].
rui, 2013, p. 156. Em consequência da quadra do cacimbo, o rio, por falta
de chuvas, mantinha baixo o volume de água. ribas, 1973, p. 53.
kixibu. quimb. estação de frio; relento; orvalho. maia, 1964; assis jr., [19--].
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Sônia Queiroz 69
cacoco
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q Nomeia ribeirão em Divinópolis. lima, 2012.
cacoco de cima. Nomeia fazenda em Itapegipe e Comendador Gomes e
morro em Comendador Gomes. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kacukucuku. umb. mocho. wilson, 1954. kakôko. quimb. mocho.
maia, 1964; assis jr., [19--].
caçula
filho mais novo. O último cabritinho, por sinal, o caçula, escondeu-se
dentro de uma caixa de relógio. ambrósio, 1987. caçulê. filho mais
novo. Cachorra, traga-me a caçulê. ribeiro, 1970.
q Nomeia fazenda em Campanário, Caratinga e Ferros; córrego em
Ferros. caçulé. Nomeia córrego em Rio Pardo de Minas. lima, 2012.
o mais novo dos filhos ou dos irmãos; o filho mais mimado. – o
último a se manifestar no barco. castro, 2001, Bahia.
o filho mais novo. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça, 1973; soares,
1954; teixeira, 1946; senna, 1938; 1921; laytano, 1936; campos, 1936;
raimundo, 1933.
Ç cassulo(a), kassule. mais nova. Mas me agarrava nos braços compridos,
sentava-me na perna dele direita e o filhinho mais cassulo na esquerda
[…]. vieira, 1987, p. 30. Também não sabia se de facto estariam a caminho
as duas sombrinhas da esposa […] a mais crescida sabendo tocar música e
a kassule declamar poesia e cantar como a mais maviosa das aves. pepetela,
2012, p. 277. A casa ficava mais barulhenta, mais o barulho do rádio na sala
para ouvir as notícias, mais o rádio do camarada António ligado na cozinha,
mais a minha irmã caçula que queria contar tudo o que se tinha passado na
escola nessa manhã. ondjaki, 2006, p. 27.
kásule. quimb. filho último, derradeiro. maia, 1964; assis jr., [19--].
caçulê. Ver caçula.
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70 Palavra banto em Minas
cacundê
[?] Uia cacundê iauê/uia cacundê iauê/uia cacundê iauê/iaqué casabá oaú.../
canaú é devera é /canaú é devera é. Capitão Jair Teodoro de Siqueira.
dias, 2002, Matição.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
bordado usado em roupas femininas, feito através da aplicação de
pedaços de tecido sobre um desenho planejado e, após a aplicação,
retirar os excessos. ferreira, 1975; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cacumbi
enxada velha. Era um capiau meio cambembe, carregando nos ombros um
cacumbi, cantando
,pela ngira uma cantiga pra lá de desafinada, mas ele
estava de bem com Nzambi e com a besta da sua vida. gonçalves, [1994].
cacumbú. enxada velha. dornas fº, 1938. Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cacumbu. faca ou machado velho, já gasto pelo uso. – diz-se de uma
pessoa velha, caduca e de pequena estatura. castro, 2001, Bahia.
cacumbi, cacumbu. enxada ou machado velho. lopes, 2003; ferreira,
1997; mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938; campos, 1936;
raimundo, 1933.
Ç makamba. instrumentos de caça. macumba. fechadura. matemu.
enxada. Na sua oficina também fabricaba makamba, makumba, isaku,
isomenu, jinvu, ndjabitu, jipenze, maxalu, matemu e outros artigos. xitu,
1984, p. 60.
rikúmbu quimb. caduco, antigo, gasto. pessoa ou coisa velha, caduca.
assis jr., [19--]. dikumbu. quimb. caduco, antigo, gasto. maia, 1964.
cacumbú. Ver cacumbi.
cacunda
costas. simões, 2014, Milho Verde; byrd, 2005, Patrocínio. O bicho-
-homem descarregou chumbo e fundanga na cacunda do elefante que saiu
urrando de dor, espanto e medo. gonçalves, [1994], Jatobá. Eles punham
o machado na cacunda pra tirar aqueles cernes de aroeira, pra fazer cerca de
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Sônia Queiroz 71
estaca, tudo carregado na cacunda. poel, 1981. kacunda. costas. batinga,
1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
costas. antunes, 2013; lopes, 2003; castro, 2001; ribeiro, 1995;
trigueiros, 1977; ferreira, 1975; silveira, 1974; 1975a; 1975c; 1975d;
brandão, 1968; soares, 1954; teixeira, 1946; senna, 1938; 1921; laytano,
1936; raimundo, 1933.
Ç cacunda. costas. […] recolhi meu mastro, isto é, meu remo, e senti a dança
lilvre do dongo na cacunda da ondulação – admirei o mar […]. vieira,
2006a, p. 107.
ekunda. umb. as costas dos animais. le guennec; valente, 2010.
kakunda. quimb. corcovado. giboso. pessoa de costas arqueadas.
kunda. quimb. costado. costas. assis jr., [19--]. dikunda. quimb. costas.
maia, 1964.
caçutu
pessoa importante. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cacuto, cacutu. homem rico do interior; fazendeiro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cafanga(r)
deixar. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada em registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada em registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
melindre, recusa. ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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72 Palavra banto em Minas
cafanhaque
cafanhaque, cafanhaco, gafanhaque. 1. dente. A ocaia num caxa
cafanhaque no buraco de cureio. A mulhê num tem dente na boca. 2.
bigode. queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cafifa
sorte. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
contrariedades, mal-estar. ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cafofo
homem branco. byrd, 2005, Patrocínio.
q nomeia córrego e localidade em Itapecirica. lima, 2012.
quarto, recanto privado, lugar reservado com coisas velhas e usadas.
– sepultura. – terreno pantanoso onde a decomposição de matérias
orgânicas ocasiona exalações características das águas apodrecidas
em charcos. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
cahota. canto escondido, esconderijo. assis jr., [19--].
cafombe
homem branco. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 73
cafômbi, orofômbi. homem branco. andrade fº, 2000, Cafundó.
cafombe, orofombe. homem branco. vogt; fry, 1996, Cafundó.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cafongo
negro. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kafongonha. sem formosura; acanhado. assis jr., [19--].
cafota
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q fazenda em Nazareno. lima, 2012.
cafoto. latrina, sentina. castro, 2001, Bahia.
cafoto. latrina. – água que corre apertada entre pedras. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cafua
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Baldim, Lavras, Turvolândia; fazenda em Inconfidentes,
Lavras, Pedra do Indaiá, Pimenta, Turvolândia; cachoeira em Pedra
do Indaiá. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
esconderijo. – casebre. – p. ext. bar. – cadeia. – Topônimo. castro,
2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973; brandão, 1968; senna, 1938;
1921; laytano, 1936.
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74 Palavra banto em Minas
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kafua. quimb. defeito. maia, 1964; assis jr., [19--].
cafuim
cabelo enrolado. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cafundó
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q Nomeia localidade em Arinos, Itamarandiba, Lagoa Dourada,
Serranópolis de Minas; córrego em Andrelândia, Campestre,
Carvalhos, Chapada do Norte, Diamantina, Grão Mongol, Itama-
randiba, Itanhandú, Itinga, Jacutinga, José Gonçalves de Minas,
Lagoa Santa, Luminárias, Nova Resende, Palma, Patrocínio,
Pouso Alto, Santana de Pirapama e Serranópolis de Minas; fazenda
em Alpinópolis, Andradas, Andrelândia, Augusto de Lima, Carva-
lhos, Diamantina, Iturama, Lambari, Nova Resende, Patrocínio de
Muriaé , Piüi, Pouso Alegre e Sacramento; povoado em Queluzita;
serra em Arinos, Paracatu e Poço Fundo; morro em Delfinópolis;
ribeirão em São Gonçalo do Sapucaí. cafundozinho. Nomeia córrego
em Diamantina. cafundão. Nomeia córrego em Caeté e Nazareno; e
povoado em Caeté. lima, 2012.
boa vista do cafundó. Nomeia fazenda em Turvolândia. lima, 2012.
lugar que fica numa baixada, num vale, lugar ermo, afastado e de
difícil
,acesso, apraz, por isto mesmo, de dar grande proteção aos
seus habitantes. O nome genérico sofreu particularização de sentido,
passando a designar a comunidade negra de Salto de Pirapora.
andrade fº, 2000, Cafundó.
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Sônia Queiroz 75
lugar distante e pouco desenvolvido. Topônimo. lopes, 2003; castro,
2001; ferreira, 1975; brandão, 1968; senna, 1938; laytano, 1936;
raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ngúndu. quimb. lugares desabitados. maia, 1964; assis jr., [19--].
cafunga
branco. pão duro. – ridículo. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Nomeia fazenda em Arcos. lima, 2012.
topônimo. castro, 2001.
triste, melancólico, mal humorado, colérico. castro, 2001; ferreira,
1975; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okufungoka. umb. triste. kanunga. umb. avarento. le guennec;
valente, 2010.
cafuringa
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q fazenda e localidade em Itaúna. lima, 2012.
menino negro, de estatura reduzida; antropônimo, apelido. castro,
2001, Bahia.
coisa insignificante. – criança. – fofoqueiro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cafunguera. Ver cavinguero.
cafuvira. Ver gatuvira.
caiaia
velho. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
nome de Quissimbe, a velha. castro, 2001.
velho. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kaia. quic. avó. maia, 1964. nkayi. quic. avós. cobe, 2010.
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76 Palavra banto em Minas
caimina
caimina, caiumina. moça mulher nova. simões, 2014, Milho Verde;
ocaia. mulher, moça. Aqui neste reino curiô com dambi/eh, dambiojira
cafom de vindero ocaia. Capitão Julio Antônio Filho. rios; corrêa,
2008, fa*gundes. Ê, dambiojira cafom de vindero ocaia/ô, dambiojira
ocaia cafom de vindero no injó de jequê. Capitão Julio Antônio Filho.
rios; corrêa, 2008, fa*gundes. ocaia, ocai, ocaio. mulher. byrd, 2005,
Patrocínio. kaimina. moça nova. nascimento, 2003, São João da
Chapada. ocaia, ocaio, caio. Agora, essa ocaia, o caia cavuvira, que
tem o mavero avura. Agora, essa mulhé, a mulhé preta, que tem o
peito grande. ocaizaim, ocainha, ocaizinha. menina; mocinha.
queiroz, 1998, Tabatinga. ocai, ocaia, ocaio. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
mucai. vogt; fry, 1996, Alfenas. okay. moça; mulher. okayzim. moça.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. ocaia. fumo. machado fº,
1943, São João da Chapada. mulher. dornas fº, 1938, Itaúna.
ocai santo. virgem. byrd, 2005, Patrocínio.
ocai de banzo. prostituta. byrd, 2005, Patrocínio.
ocai ofu. mulher negra. byrd, 2005, Patrocínio.
ocaia de cuxipa. prostituta (lit. mulher da boceta). queiroz, 1998,
Tabatinga.
ocaia de imbunda. feiticeira. – mulher infiel (lit. mulher de ambundo).
queiroz, 1998, Tabatinga.
ocaia do cuete. esposa (lit. mulher do homem). queiroz, 1998,
Tabatinga.
ocaia meu tata. mãe (lit. mulher meu genitor). queiroz, 1998, Tabatinga.
ocaia ocora. mãe (lit. mulher velha). queiroz, 1998, Tabatinga.
okay de banzo. mulher adúltera. prostituta. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
okay kinhama. mulher gorda. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
okay makafa. velha. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
okay marruda. mulher gorda. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
okay santo. moça virgem. virgem. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo..
okay vibunada. mulata. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
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Sônia Queiroz 77
ocaia do vicóra. rainha. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
ocáia. concubina, amante. castro, 2001, Bahia.
ocáia. mulher concubina ou amante. lopes, 2003; mendonça, 1973;
senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ukai. umb. mulher. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. kiuáia.
quimb. prostituta. maia, 1964. omukai. olun. mulher. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896.
caio. Ver caimina.
caiumba
soldado. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio. kaimba.
polícia. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. kalamba, kalumba.
soldado. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q calumbá. Nomeia córrego e fazenda em Crucilândia. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
caiumba. soldado. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cajuvira. Ver gatuvira.
calango
um réptil. Ó, mas esse negócio de calango tá me ispiano aqui no buraco da
cerca, eu ‘inda vô cumê um ainda. qccap, 2004.
q córrrego em Luz e serra em Douradoquara. lima, 2012.
lagarto maior que lagartixa. castro, 2001, Bahia.
um réptil. lopes, 2003; ferreira, 1975; senna, 1921; raimundo, 1933.
Ç makalanga. crocodilo. Os crocodilos disseram: makalanga, somos os
cumpridos de navegar o rio. vieira, 2006a, p. 92.
dikalanga. quimb. lagarto. maia, 1964. kalanga. quimb. lagartixa;
makalanga. quimb. lagarto. assis jr., [19--]. kolombo. quic. lagarto, lagar-
tixa. cobe, 2010. ekangala. olun. lagarto muito comprido que habita em
buracos no chão. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
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78 Palavra banto em Minas
calindé. Ver calundu.
calindo. Ver calundu.
calundó. Ver calundu.
calundu
aborrecimento, melancolia, cabeça inchada. machado fº, 1943, São
João da Chapada.
q córrego e fazenda Abre Campo e Belo Vale. calundó. córrego em
Ataléia. calindé. fazenda em Montezuma. calindo. morro em Manga;
rio em Itacarambi. calungu. córrego em Uruana de Minas. lima, 2012.
expressão nos calundu(s) ou de calundu, zangado, agressivo, de mau
humor. castro, 2001, Bahia.
culto afro-brasileiro relatado desde o século XVII e presente, inclu-
sive, na poesia de Gregório de Matos. – mau-humor. – capricho. –
ritos ou objetos de cultos ou seus consequentes efeitos. – topônimo.
antunes, 2013; lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça,
1973; bastide, 1971; brandão, 1968; beaurepaire-rohan, 1956; soares,
1954; senna, 1938; 1921; campos, 1936; raimundo, 1933.
Ç calundu, kalundú. espírito. Por isso hoje eu respeito tudo que é de espí-
ritos, calundus e santos, quimbandices e mascarias, padres e pastores,
xinguiladores. vieira, 1987, p. 18. Não passou muito tempo até conhecer
o feitio difício de Kandalu, quando os kalundús lhe atravessavam à frente
dos olhos. pepetela, 2012, p. 192. Os mensageiros juram por veneráveis
calundus. Se era mentira, eles os matassem imediatamente. ribas, 1973,
p. 48. E o espírito falou o nome dele, disse que, como tinha gostado da tua
xará, a escolheu para lhe dar o seu umbanda e calundus. ribas, 1985,
p. 233. kilundu. divindade. Se o kilundu não tinha aparecido até aquela
altura – já tinham feito quatro masakela – foi-se por ter incluído na mesma,
entre as ‘xingidi, uma moça estranha a essas coisas. xitu, 2011, p. 84. E
os guizos, tocaram como na invocação de um kilundu? xitu, 1984, p. 50.
ilundado. que já passou a espírito superior. Cazumbi ilundado já, de
tantos tempos, vinha renegar a crítica do parente […]. vieira, 2006a, p. 41.
ilundo. Em quimbundo ilundo é o plural de kilundu, espírito. Cazum-
bis de régia vontade própria, ilundos em terras de pedras e águas de muito
sangue. vieira, 2006a, p. 72.
kilundu. quimb. espírito. maia, 1964; assis jr., [19--]. kandundu. umb.
espírito que causa doença. le guennec; valente, 2010.
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Sônia Queiroz 79
calunga
água. simões, 2014, Milho Verde. fala. byrd, 2005,
,Patrocínio. Oia eu
vim lá de Angola/eu vim aqui curimá/ah, eu vim do calunga/eu vim aqui
trabucá. Capitã Pedrina de Lourdes Santos. titane, 1999, Oliveira.
língua africana, meia língua. vogt; fry, 1996, Patrocínio. mar. enti-
dade africana. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. mar. Ucumbi
oenda, auê, no calunga. machado fº, 1943, São João da Chapada. céu
ou morte. dornas fº, 1938, Itaúna. calungo. rio. simões, 2014, Milho
Verde. kalunga. água. Ê calunga me toma bebê/ê calunga me toma samba.
nascimento, 2003, São João da Chapada. carunga. rio. vogt; fry, 1996,
Milho Verde.
q Nomeia fazenda em Itabira e Nepomuceno; córrego Caranaíba,
Rio Piracicaba e São José da Varginha; localidade em Caranaíba e
povoado Alvinópolis. calunguinha. Nomeia córrego em Caranaíba.
lima, 2012.
calunga de Damasceno Costa. Nomeia fazenda em Caranaíba.
lima, 2012.
o mar; o fundo da terra, o abismo; divindade poderosa; seus
símbolos. – salve! viva!. – bibelô, qualquer imagem pequena, esta-
tueta. – cada uma da duas bonecas eminentes do maracatu. – rato
pequeno, doméstico. p.ext. vadio, sabido, gatuno. calungo, canunga.
– Ajudante, carregador de caminhão. castro, 2001, Bahia. carunga.
buraco, cemitério. andrade fº, 2000, Cafundó.
o mar. – amuleto, bonecos de madeira. – o pargo, peixe da família
dos sparoides. – o mundo dos mortos, o que está além de nós. – ente
poderoso. – ritos ou objetos de cultos ou seus consequentes efei-
tos. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça, 1973; bastide, 1971; bran-
dão, 1968; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; senna, 1938; 1921;
raimundo, 1933. carunga. rio. lopes, 2003.
Ç kalunga, calunga. […] Kalunga – o que é infinito e dono do mundo da
terra, das águas da morte, do vácuo dos abismos… vieira, 2006a, p. 106.
Acreditava portanto mais em certas forças que lhe deram a conhecer os jagas
em criança, como Nzambi ou Kalunga, ou nos seres misteriosos habitando
os rios e os lagos, como as ituta ou yanda ou até em poderes especiais do
vento, das nuvens, da chuva, ou das falas dos cágados e do poder dos ante-
passados, espíritos escondidos nas montanhas e nas árvores mais altas.
pepetela, 2012, p. 127. Não é para ter medo. Citula, snti quando saíste
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80 Palavra banto em Minas
da cama, levantei-me para admirar a chuva que é sempre diferente ainda
mais do que água dos rios que eu de kalunga, nada, a água grande que os
nossos parentes antigos atravessaram com correntes da escravatura […].
rui, 2013, p. 140. Mover-se, ora alteando, ora baixando, agora avançando,
agora recuando, mas sempre roncando e espumando, talvez bramindo,
talvez penando, só lá longe, no seu meio natural – o imenso calunga! ribas,
1973, p. 73.
kalunga. quimb. mar, rio, abismo, deus. maia, 1964. okalunga. umb.
mar. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. okalunga. olun. mar.
diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
calungá(r)
falar. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio. kalungar.
conversar, falar, dialogar. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Ver calunga.
calungu. Ver calundu.
calunguê
pessoa que fala demais, além do necessário; candongueiro; o mesmo
que calungá. pereira; gomes, 2000, Arturos.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Ver calunga.
camanante
pessoa, menino. camone, camanim. criança. byrd, 2005, Patrocínio;
vogt; fry, 1996, Patrocínio. camano. pessoa. byrd, 2005, Patrocínio;
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Sônia Queiroz 81
vogt; fry, 1996, Patrocínio. camanofu. preto. vogt; fry, 1996, Patrocínio;
byrd, 2005, Patrocínio. camona, camone. criança. camonão. meninão.
camonim, camoninho. criança. A ocaia tem um comonim. A mulher tem
um neném./ Alá os camoninho, dexa ês injirá, uai. Alá os menino, dexa
ês i, uai. queiroz, 1998, Tabatinga. camoná. menino. dornas fº, 1938,
Itaúna. kamone. criança. menino. kamanin. meninão. rapaz. batinga,
1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
camano cá. eu. byrd, 2005, Patrocínio.
camano cafamo. homem branco. byrd, 2005, Patrocínio.
camano desaprumado. tolo, estúpido. byrd, 2005, Patrocínio.
camano de outras Inglaterra. estrangeiro. byrd, 2005, Patrocínio.
camano maioral. homem de respeito; chefe; deus. byrd, 2005, Patrocínio.
camano ôa. homem ruim. byrd, 2005, Patrocínio.
camano ofu. homem negro. byrd, 2005, Patrocínio.
camonim injirá. engravidar (lit. criança crescer). queiroz, 1998,
Tabatinga.
caxá um camonim jequê. engravidar (lit. carregar uma criança
barriga). queiroz, 1998, Tabatinga.
tá com camonim jequê. estar grávida (lit. estar com criança barriga).
queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
camona. filho, menino. castro, 2001, Bahia. camanaco. menino.
andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
camanaco do injó. filho. andrade fº, 2000, Cafundó.
camanaco do sangi. pinto. andrade fº, 2000, Cafundó.
camanante. menino. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kamona. quimb. menino; filhinho; criancinha. maia, 1964; assis jr.,
[19--].
camanim. Ver camanante.
camanje
o outro. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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82 Palavra banto em Minas
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
o outro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ingi. umb. que não é o mesmo. Traduz-se por uma das formas adjeti-
vadas de diversão, ingi, antecedido do concordante , ou de mwe, ingi,
antecedidos ambos do concordante. le guennec; valente, 2010.
camano. Ver camanante.
camanofu. Ver camanante.
camará
companheiro. Erê cuenda/oi cuenda cuenda, oi camará. Capitão Ivo
Silvério da Rocha. rajão, 2000, Serro.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
camarada, termo muito empregado em cânticos folclóricos. castro,
2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kamba, dikamba. quimb. companheiro, amigo. maia, 1964; assis jr.,
[19--]. ekamba. quic. companheiro. maia, 1964. Ekamba. umb. amigo.
le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
camba
amigo. simões, 2014, Milho Verde. macamba. amigo. gonçalves, 1995,
Jatobá.
q macamba. Fazenda em Uberaba. lima, 2012.
camarada, companheiro, freguês. – espécie de inhame, mandioca.
castro, 2001, Bahia.
companheiro. – freguês. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
mendonça, 1973; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; senna, 1938;
laytano, 1936.
Ç camba. amigo. O vaz era um senhor muito alto, também camba do tio
Chico, talvez o homem mais magro de Luanda. ondjaki, 2007, p. 55. Sim,
já sei que perdi, e todos os meus cambas também perderam porque fomos
todos dos primeiros a correr. ondjaki, 2006, p. 103. kamba. Estava em
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Sônia Queiroz 83
pulgas para tratar estes assuntos urgentes com André Velho Sottomayor,
seu grande kamba. pepetela, 2012, p. 21.
kamba, dikamba. quimb. companheiro, amigo. maia, 1964; assis jr.,
[19--]. ekamba. quic. companheiro. maia, 1964. ekamba. umb. amigo.
le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
cambada
grande
,quantidade de pessoas. tem que largá; num pode dá confiança a
essa cambada de burro desse jeito! souza, 2009.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
corja, agrupamento de pessoas. – penca, enfiada de coisas pendura-
das no mesmo gancho. – cordel. castro, 2001, Bahia.
grupo de pessoas. lopes, 2003; mendonça, 1973; brandão, 1968;
laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç cambada. grupo de espertalões. Cala a boca! É tudo uma cambada de
aldrabões. vieira, 2003, p. 77. Estou metido no vulto de cavalgaduras,
cambadas de cameliformes!!! xitu, 1984, p. 11.
kámba. quimb. abreviatura de rikámba. amigo, confidente, aliado.
maia, 1964; assis jr., [19--]. ekamba. umb. amigo. le guennec; valente,
2010; wilson, 1954. kamba. quic. grupo. cobe, 2010.
cambaleão
candombeiro bom, difícil de ser vencido no desafio. pereira; gomes,
2000, Arturos.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kámba. quimb. abreviatura de rikámba. amigo, confidente, aliado.
maia, 1964; assis jr., [19--]. ekamba. umb. amigo. le guennec; valente,
2010; wilson, 1954. kamba. quic. grupo. cobe, 2010.
cambambe
feiticeiro, sabido. simões, 2014, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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84 Palavra banto em Minas
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ochimbanda, ocimbanda. umb. curandeiro. wilson, 1954. kimbanda.
quic. feiticeiro. maia, 1964. kimbanda. quimb. bruxo. pessoa que trata
os doentes. maia, 1964; assis jr., [19--]. otyimbanda. olun. curandeiro.
diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
cambambe. Ver kangembrê.
cambém
vasilha, recipiente. – panela. Pois é, mas a camberela dá pra fazê no
cambém. Pois é, mas a carne dá pra fazê na panela. – copo. Seu
cambém já injirô já? Seu copo já esvaziô? – instrumento. queiroz, 1998,
Tabatinga.
cambém de cajuvira. xícara (lit. vasilha de café). queiroz, 1998,
Tabatinga.
cambém de caxá mavera. lata de leite (lit. vasilha de colocar leite).
queiroz, 1998, Tabatinga.
cambém de caxá o cureio. prato (lit. vasilha de colocar a comida).
queiroz, 1998, Tabatinga.
cambém de caxá omenha. talha (lit. vasilha de colocar água). queiroz,
1998, Tabatinga.
cambém de cureio panela (lit. vasilha de comida). queiroz, 1998,
Tabatinga.
cambém de curiã o cajuvira. xícara (lit. vasilha de beber o café).
queiroz, 1998, Tabatinga.
cambém de curimba. ferramenta (lit. instrumento de trabalho).
queiroz, 1998, Tabatinga.
cambém de omenha. copo (lit. vasilha de água). queiroz, 1998,
Tabatinga.
cambém de oranjê. chapéu (lit. vasilha de cabelo). queiroz, 1998,
Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 85
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kambia. quimb. panela pequena. assis jr., [19--]. imbia. quimb. mbia.
quic. panela. maia, 1964. ombia. umb. panela. le guennec; valente,
2010; wilson, 1954. ombiya. olun. panela. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
cambembe
andar sem elegância. Era um capiau meio cambembe, carregando nos
ombros um cacumbi, cantando pela ngira uma cantiga pra lá de desafinada,
mas ele estava de bem com Nzambi e com a besta da sua vida. gonçalves,
[1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
desajeitado; sem importância. castro, 2001, Bahia.
cambembe. andar sem elegância. lopes, 2003; ferreira, 1997;
mendonça, 1973; soares, 1954; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
uakambe. quimb. desajeitado. maia, 1964.
camberela. Ver imberela.
camberelo. Ver imberela.
cambereluda. Ver imberela.
camberera, camberéra. Ver imberela.
cambeta
velho bichento, isto é, que tem muitos bichos de pé. pereira; gomes,
2000, Arturos. cambetá. Tira bicho do pé, cambetá. pereira, 2005.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos do Brasil.
apelido devido a defeito físico. senna, 1938.
Ç xambeta. aleijadinho. Aliás: as crianças, nessas baixas, são muito desi-
guais – em olhos: grossos, vesgos, pacopaco, criança-camões mais que
muitos seja de parto seja de brincadeira de pedra; e as pernas?: cambaios,
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86 Palavra banto em Minas
xambetas, calonjandas, pé-de-raia, só não tem mauindado, tudo pé limpo de
bitacaia; e braços. vieira, 2006a, p. 76
kíkambe. quimb. faltoso, ausente. maia, 1964; assis jr., [19--]. kámbua.
quic. faltar. maia, 1964. okukamba. umb. faltar. le guennec; valente, 2010;
wilson, 1954. kambela. umb. defeituoso. le guennec; valente, 2010.
cambetá. Ver cambeta.
cambía. Ver imbiá.
cambina
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Nova Resende. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cabinda. dança popular. – antiga nação africana que veio para Brasil
no período escravocrata. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1997;
mendonça, 1973; senna, 1938; 1921. cambinda. [?]. senna, 1921.
Ç cabinda. região de Angola e seus habitantes. Esses trabalhadores são
cabindas, é por isso que te chateias. Mas são mesmo traidores, nem que
fossem lundas ou quimbundos… pepetela, 1982, p. 17.
mbinda. quimb. povoação na margem direita do rio Zaire, a N.E.
das cataratas de lelala, distr. do Congo, prov. de Luanda. kambinda.
quimb. de Cabinda ou a ele relativo. assis jr., [19--].
cambito
vara de madeira. Para bater usavam cambito das canelas de veado. poel,
1981.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos do Brasil.
perna fina. antunes, 2013.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kambamba. quimb. vareta. maia, 1964; assis jr., [19--].
cambuá. Ver ambuá.
cambutá
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 87
q córrego em Simonésia; localidade em Ponte Nova e Simonésia. lima,
2012.
cambuta. raquítico, franzino, baixinho. chuva da cambuta, ninguém
disputa: verdade incontestável; i(r) prás cambuta: morrer. castro, 2001,
Bahia.
cambota. pessoa que tem a perna arqueada. antunes, 2013. cambuta.
pessoa raquítica. ferreira, 1975.
Ç cambuta. pessoa de baixa estatura. Quem estava a guiar era um branco,
cambuta, a farda branca. vieira, [19--], p. 17. Eu mesmo cambuta e duns
óculos na cara vi o meu futuro arruinado naquela transferência assim
repentina. ondjaki, 2007, p. 125. Já soube de gatuno que saltou dum quinto
andar; ouvi dizer que havia um miúdo cambuta que batia mais velhos gros-
sos, mas o que é certo é que quando eu e Romina saltámos o muro já não
vimos a camarada professora de Inglés. ondjaki, 2006, p. 74. E foi também
essa sua opinião desmedita que ela nos comunicou um dia e que desmereceu
da nossa aprovação, coitado do Silva, se ele é cambuta como é que vai olhar
então nos outros…? santos, 1991, p. 63.
kambuta. quimb. homem baixo. anão. maia, 1964; assis jr., [19--].
uabuta. quic. anão. maia, 1964. mbaka. quic. anão. cobe, 2010.
okambuta. umb.
,de políticas públicas”, realizou o primeiro
mapeamento das comunidades remanescentes de quilombos, tendo iden-
tificado 743 áreas, onde viviam cerca de 2 milhões de brasileiros. Hoje,
mais de 2.600 áreas já foram certificadas pela fundação em todo o território
nacional. De acordo com o Quadro Geral de Comunidades Remanescentes
de Quilombos (CRQ’s), em Minas Gerais, até maio de 2017, a pesquisa da
Fundação Palmares identificou 294 comunidades remanescentes de quilom-
bos. Por outro lado, o levantamento feito em Minas pelo CEDEFES – Centro
de Documentação Eloy Ferreira da Silva, na pesquisa Comunidades quilombo-
las em Minas Gerais no século XXI, realizada por Maria Elisabete Gontijo dos
Santos e Pablo Matos Camargo, em 2007 já tinha identificado 439 comuni-
dades quilombolas.
Não há dúvida, portanto, sobre a forte contribuição dos africanos e
seus descendentes na construção da nossa cultura.
Considerando-se a escassez de informação referente aos africanos
trazidos para o Brasil como escravos – já que foi queimada a documen-
tação oficial relativa ao tráfico, em obediência à circular de 13 de maio de
1892, do Ministério da Fazenda – e a quase inexistência de documentos
linguísticos do período da escravidão, os estudos dos casos de resistência
cultural revestem-se de grande importância, na medida em que constituem
uma fonte essencial para a determinação dos grupos de africanos que se
concentraram nas diversas regiões do País, seus remanescentes culturais,
tais como os cultos religiosos, o artesanato, a música, a dança, a língua e a
literatura oral.
Nos últimos anos parece ter se renovado o interesse pelos estudos sobre
o negro no Brasil. É preciso ressaltar o papel essencial dos movimentos
sociais, como o Movimento Negro Unificado, dentre outros, e da nova
Constituição Brasileira, que afirma o direito à diferença: escola diferenciada,
respeito aos cultos religiosos e manifestações culturais afro-brasileiras. Mais
recentemente, a Lei nº 10.639, sancionada pelo Presidente da República
em 9 de janeiro de 2003 e revisada na Lei 11.645/2008, tornou “obrigatório
o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira”, e veio reforçar oficial-
mente, pela via do sistema educacional, o reconhecimento das culturas
africanas como elemento integrante da cultura brasileira e justificar o
investimento na pesquisa e na produção de material que sirva à difusão
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10 Palavra banto em Minas
do conhecimento da história e das manifestações linguísticas e artísticas dos
povos africanos que participam da história e da composição étnica do Brasil.
Passados três séculos da chegada às Minas dos primeiros africanos
e seus descendentes nascidos na América, trazidos para o trabalho forçado
nas minas de ouro e pedras preciosas no século XVIII, as línguas africanas
mais faladas aqui – o quimbundo, o quicongo e o umbundo – se restringem
hoje a fragmentos: linguagem ritual em algumas comunidades quilombolas,
versos e palavras soltos em alguns cantos do repertório das festas de N. S.
do Rosário e do candombe (que se realiza também fora do âmbito da festa
do Rosário).
Em terreiros de candomblé, na Bahia, Yeda Pessoa de Castro constatou o
que ela designou competência simbólica: o povo de santo que canta em iorubá
conhece o sentido do canto, sua inserção ritual, mas não conversa em iorubá.
Trata-se de uma língua ritual, de uso restrito, que não se utiliza para fins de
comunicação cotidiana. Entendo que esse conceito pode aplicar-se bem às
ocorrências de palavras africanas em contos narrados em língua portuguesa,
ainda que, no caso dos contos, os narradores comumente conheçam explici-
tamente o significado das palavras africanas. A palavra, aqui, para além de
signo, norteia um sentido simbólico, ou mesmo icônico.
O diálogo entre canto e conto é constante na tradição banto e também
no Brasil, como uma possível forma de herança. No decorrer da narrativa
dos contos, ocorre muitas vezes a inserção de um canto na voz de perso-
nagens. Nesta situação, diferentemente da competência linguística, as
palavras não são utilizadas em outro contexto que não seja o dos versos,
como observa Yeda Pessoa de Castro também em relação aos cantos iorubá.
Os cantadores, e também contadores, desconhecem o significado de cada
palavra isoladamente, mas sabem a função daquele canto, a que ou a quem
se destina, enfim, seu fundamento (termo usado pelos próprios cantadores
para designar o sentido simbólico do canto).
No que diz respeito ao contato das línguas africanas com o português,
essas línguas foram se integrando gradativamente, formando o português
brasileiro. O conceito de falares de emergência, proposto por Yeda Pessoa de
Castro, no artigo “Influências de línguas africanas no português do Brasil
e níveis sócio-culturais de linguagem”, publicado em 1977, aponta para
esse comportamento histórico das línguas africanas no Brasil. A etnolin-
guista baiana formula a ideia de um continuum linguístico, identificando
nesse continuum três fases: primeiro, o dialeto das senzalas, quando houve a
mistura de diferentes línguas africanas, com predomínio das línguas do
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Sônia Queiroz 11
grupo banto, no primeiro momento da colonização brasileira, com a utili-
zação de africanos escravizados como mão de obra nos engenhos de cana
de açúcar. Num segundo momento, teria havido a intensificação do contato
entre negros e brancos, especialmente no período mineratório, quando a
economia se desloca do Nordeste para o Sudeste, com a descoberta das
minas de ouro e diamante. Ocorre, então, um outro tipo de povoamento,
com a constituição das vilas, e os africanos e seus descendentes são utili-
zados também no trabalho doméstico, servindo na casa, e assim intensifi-
cando o contato com a língua portuguesa. Com isso, o dialeto das senzalas,
resultante da mistura de várias línguas africanas, começa a misturar-se à
língua portuguesa. Yeda Pessoa de Castro chama de dialeto das minas o falar
resultante desse segundo momento de contato linguístico. Em seguida,
teria havido novas misturas, nas vilas de mineração e nas fazendas do
gado, no ciclo do couro, resultando no dialeto rural. Esta hipótese parece
bastante consistente, afinal, de acordo com os levantamentos feitos ao longo
da nossa pesquisa, os falares, cantos e contos em que se verifica a presença
da palavra banto situam-se justamente no ambiente do dialeto rural.
A árvore da palavra
Das 439 comunidades negras de Minas Gerais levantadas pelo CEDEFES,
pudemos identificar, até o momento, 11 em que há registro impresso,
sonoro ou em vídeo de remanescentes de línguas africanas do grupo
banto: Tabatinga (Bom Despacho), Calunga (Patrocínio), Catumba
(Itaúna), Jatobá (Belo Horizonte), Arturos (Contagem), Matição ou Mato
do Tição (Jaboticatubas), Milho Verde (Serro), Quartel do Indaiá e São
João da Chapada (Diamantina), fa*gundes (Santo Antônio do Amparo) e
Oliveira.
Desde 1981, realizamos diversas pesquisas em torno dos falares, contos
e cantos de algumas dessas comunidades, que, posteriormente, seriam de
grande importância para a realização do projeto A árvore da palavra: falares,
contos e cantos da tradição banto no Brasil, que deu origem ao glossário que
agora apresentamos. O livro publicado em 1998, pela Editora UFMG, sob o
título Pé preto no barro branco: a língua dos negros da Tabatinga, abordou, como
o próprio título evidencia, a língua falada na comunidade da Tabatinga, em
Bom Despacho. Em outro estudo, desenvolvido a partir de 2002, focamos
os vissungos, que são cantos herdados dos negros africanos, de que ainda
pudemos ouvir fragmentos nas comunidades do Baú, Ausente e Milho
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12 Palavra banto em Minas
Verde, no município do Serro, e Quartel do Indaiá e São João da Chapada,
no município de Diamantina. Esses cantos, que, de acordo com o encarte
,anão. le guennec; valente, 2010.
camdombô. Ver candiaboro.
camona, camoná, camone. Ver camanante.
camuca
camuca, canuca. mãe. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
camugo
rato. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Nomeia córrego em Diamantina e sítio em Serro. lima, 2012.
camundongo. rato. vogt; fry, 1996, Cafundó.
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88 Palavra banto em Minas
camundongo, camondongo. rato pequeno. lopes, 2003; castro, 2001;
ferreira, 1997; mendonça, 1973; brandão, 1968; beaurepaire-rohan, 1956;
soares, 1954; senna, 1938; 1921; laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç camundongo. maneira pejorativa de referir-se aos naturais de Luanda.
Só um orgulho: eu não sou camundongo calcinhas, de Luanda. vieira, 1987,
p. 23. Não sabe o quê camundongo? Camundongo é quem nasceu lá no
Luanda. ribas, 1973, p. 40. Não sem violentos protestos, chapadas de desforço
e forte desprestígio para os camundongos, o que é que eles pensam de nós?
Que somos todos da mesma laia…?. santos, 1991, p. 20.
omuku. umb. rato. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. puku.
quimb. rato. maia, 1964; assis jr., [19--]. mpuku. quic. rato. cobe,
2010; maia, 1964. omphu*ku. olun. rato. diccionario Portuguez-
Olunyaneka, 1896.
camundá
morro, monte. Camundá quindongo ê. amundá. oia amundá,/amundá rirá.
machado fº, 1943, São João da Chapada. jamundá. Jamundauê, jamundá
meu deus. nascimento, 2003. kamundá. morro. pereira, 2005.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
morro, monte. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
omunda. umb. montanha, monte. le guennec; valente, 2010; wilson,
1954. n’kunda. quic. monte, morro. cobe, 2010. omphunda. olun.
monte. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
camuquengue. Ver aquenjê.
camutuê. Ver tué.
canambóia. Ver candiaboro.
candambi
domingo, dia de santo. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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Sônia Queiroz 89
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kizúa kia nzambi. quimb. domingo. maia, 1964. Ver gananzambi.
candambóia. Ver candiaboro.
candamburo. Ver candiaboro.
candando
abraço. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kandandu. quimb. abraço. maia, 1964; assis jr., [19--].
candango
pessoa ruim, bandido. byrd, 2005, Patrocínio. feijão. vogt; fry, 1996,
Milho Verde.
q candangos. Nomeia córrego e fazenda em Santa Luzia. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
candangos. apelido dado aos portugueses pelos africanos. – pessoa
de mau-gosto. – nome pelo qual era conhecido os primeiros mora-
dores e os operários durante a construção de Brasília, a grande parte
deles vindos do nordeste. castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça,
1973; soares, 1954. candango. feijão. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kangundu. quimb. vilão. maia, 1964. kandanda. quimb. feijão. assis jr.,
[19--]. kangundu. umb. mulato. le guennec; valente, 2010.
candengue. Ver canengue.
candiaboro
candiaboro, candamburo. galo. byrd, 2005, Patrocínio. candom-
bora, candombóia, candambóia, canambóia, condombóia. galinha.
Que tal o sinhô caxá umas duas candombora lá? Que tal o sinhô pegá
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90 Palavra banto em Minas
umas duas galinha lá? candomborazinha. frango. queiroz, 1998,
Tabatinga. quindomboro. galo. vogt; fry, 1996, Milho Verde. kandi-
aboro. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. candamburo. Ai!
Ovê, iô soma candamburo! machado fº, 1943, São João da Chapada.
camdombô. dornas fº, 1938, Itaúna.
candombora catita. pinto (lit. galinha pequena). queiroz, 1998,
Tabatinga.
candombora do sengue. passarinho (lit. galinha do mato). queiroz,
1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
candiaboro. galo. – bebida preparada segundo a tradição africana.
castro, 2001, Bahia.
candiaboro. galo. senna, 1938.
Ç dicolombolo. galo. Meu pai reclamava, do leme, que esse cangundo estra-
gava a minhas cabeça com ignorância de latim: que galo era mais é dicolom-
bolo, desde o princípio das águas. vieira, 2006a, p. 104.
ekondombolo. umb. galo. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
kolombolo, dikolombolo. quimb. galo. maia, 1964; assis jr., [19--].
ekokobolo. quic. galo. maia, 1964. ekuandambolo. olun. galo. diccio-
nario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
candiambi
deus. dornas fº, 1938, Itaúna. Ver gananzambi.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
o demônio, o cão, entidade maléfica. cariambe, cariapembe, caria-
pemba. Saudação: cacurucaia. castro, 2001, Bahia. caiapembe.
fantasma, alma, espírito. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996,
Cafundó e Mogi das Cruzes.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kádia pemba. quimb. demônio, diabo. nkadi-a-mpemba. quic. demô-
nio. cobe, 2010; maia, 1964.
candimba
candimba, coandimba. coelho. simões, 2014, Milho Verde. kandimba.
coelha. Depois de quase luta e guerra, obrigaram Siá Kandimba levá-los até
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Sônia Queiroz 91
o tal bicho-homem, mas, antes, pediram a descrição da tal novidade. gonçal-
ves, [1994], Jatobá. candimba. coelho. Candimba come couverá/auê-ei/
come couve candimbá. machado fº, 1943, São João da Chapada; dornas
fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
candimba. coelho do mato. castro, 2001, Bahia.
candimba. coelho. lopes, 2003; ferreira, 1975; senna, 1938; raimundo,
1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ondimba. umb. coelho. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun.
coelho. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. ndimba. quimb.
coelho, lebre. maia, 1964. quimb. lebre. assis jr., [19--]. kandimba.
quimb. coelhinho. assis jr., [19--].
candombe
dança sagrada, cangirê de negros. – ritual com canto, dança e desa-
fios em homenagens aos antepassados. – uma das guardas da frater-
nidade de N. Sra. do Rosário e dos santos pretos que só toca em casa
de reis congos, durante grandes ocasiões. pereira; gomes, 2000, Artu-
ros. canto no candombe, do jeito que os preto véio cantava. pereira,
2005, Jatobá. termo usado no Rio de Janeiro e São Paulo para certa
dança/canto. gonçalves, 1995. Jatobá.
candombe serê. monstro de mãos peludas que carrega um saco nas
costas, onde prende crianças, as quais obriga a cantar, para com isto
ganhar dinheiro (nas versões brasileiras). O termo aparece também
no conto “Bicho Pondê”, publicado por Lindolfo Gomes, como expressão,
ao que tudo indica, usada apenas para rimar (?). Me abre a porta,
Candombe-sêrê. gomes, 1965. Estava segura! Num minuto, estava dentro
de um saco enorme, todo fechado, escuro como breu. Era o saco de
,Candombe Serê… starling, 1962.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
rede de pescar camarões. – manifestação de religiosidade afro-brasi-
leira de origem banto em Minas Gerais, com vocabulário predomi-
nantemente umbundo, onde se observam práticas católicas e uma
comunidade liderada pelo Rei Congo. castro, 2001, Bahia.
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92 Palavra banto em Minas
manifestação de religiosidade afro-brasileira de origem banto. –
espécie de rede de pesca. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kandómbe. quimb. tirante a moreno. ndómbe. quimb. sombrio; em
que não há claridade ou luz suficiente. – obscuro. – moreno, preto. –
falta de alegria, triste. assis jr., [19--]. ndombe. quic. negro. cobe, 2010;
maia, 1964.
candomblé
religião afro-brasileira. E conseguiram tirar a Santa com o candomblé.
poel, 1981.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
local de adoração e de práticas religiosas afro-brasileiras da Bahia. –
o culto ou o conjunto de crenças religiosas dedicadas a divindades
africanas (santos). – a cerimônia pública festiva. (pejorativo). –ceri-
mônia de magia negra, de feitiçaria, associações religiosas afro-brasi-
leiras. espécie de igrejas independentes, cada qual dirigida por uma
personalidade sacerdotal (pai ou mãe de santo), submetida apenas
à autoridade suprema dos inquices, vodus ou orixás, e organiza-
das por linhas hierárquicas bem definidas entre homens e mulheres,
mas privilegiando as mulheres, sempre a maioria no grupo. local e
conjunto de suas cerimônias públicas, geralmente na casa de residên-
cia do líder religioso. castro, 2001, Bahia.
religião afro-brasileira. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça, 1973;
bastide, 1971; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; senna, 1938;
laytano, 1936; senna, 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kusambela. quimb. rezar. suplicar, pedir. assis jr., [19--]. kandómbe.
quimb. tirante a moreno. ndómbe. quimb. sombrio; em que não há
claridade ou luz suficiente. – obscuro. – moreno, preto. – falta de
alegria, triste. assis jr., [19--]. ndombe. quic. negro. cobe, 2010; maia,
1964.
candombóia. Ver candiaboro.
candombora. Ver candiaboro.
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Sônia Queiroz 93
candonga
arenga. simões, 2014, Espinho. intriga, mexerico. pereira; gomes, 2000,
Arturos. arenga, intriga, cheia de melindres. machado fº, 1943, São
João da Chapada.
q Nomeia córrego em Andrelândia, Barbacena, Conquista, Dom
Joaquim, Felício dos Santos, Ibertioga, Juatuba, Mutum, Rio Pomba,
Santa Rita de Jacutinga e Tapira; Ribeirão em Barbacena; locali-
dade em Guanhães e Rio Pomba; Fazenda em Boa Esperança, Dom
Joaquim e Santa Rita de Jacutinga; serra em Arantina e Santa Rita de
Jacutinga; morro em Itapecirica; e rio em Arcos. condonga. Nomeia
córrego em Araçuaí e Mateus Leme e fazenda em Canápolis. lima,
2012.
f*ckico; falsidade, manha, lisonja enganosa. – bem-querer, benzinho,
amor, a pessoa querida, tratamento dado a mulheres jovens. candon-
gada, candongar, candongas, candonguear, candongueiro, candon-
guinha, minhas candongas. castro, 2001, Bahia.
intrigas, fofoca. – quebranto, feitiço. – barulho. – topônimo. antu-
nes, 2013; lopes, 2003; mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938;
laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç candongueiro. condutor de táxi ou o próprio táxi. E hoje vieste mesmo
a pé, ainda não há candongueiros acosrdados a esta hora… ondjaki, 2006,
p. 81.
ndóngo. quimb. reunião onde emitem-se pareceres. assis jr., [19--].
okundongolola. umb. agrupar. le guennec; valente, 2010. nkonda,
nkanga. quic. intriga, mexerico. cobe, 2010.
candonguero
relógio. vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
mexeriqueiro; enganador, impostor; sonegador de impostos, contra-
bandista. castro, 2001, Bahia.
relógio. – fofoqueiro, mau-caráter. antunes, 2013; lopes, 2003; senna,
1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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94 Palavra banto em Minas
candunga
sol. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ondunga. umb. parte amarela do ovo. ungundumba. umb. cor
amarela. le guennec; valente, 2010.
canengue
canengue, candengue. menino, criança. simões, 2014, Milho Verde.
kanengue. criança. nascimento, 2003, São João da Chapada. canen-
gue. filho. vogt; fry, 1996, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
canengue. filho. lopes, 2003.
Ç candengue, kandengue. moleque, garotinho. – Chegou preso. De
manhã. Não lhe conhecemos. Lhe vi mal, mas o candengue viu tudo. vieira,
[19--], p. 17. E eu, mesmo miúdo candengue, fiquei a pensar nas razões do
Jika não gostar nada de almoçar na própria casa dele. ondjaki, 2007, p. 18.
O Nitó fez a banga dele: foi mesmo na sala do subdirector buscar um livro
do ponto, e ainda disse a outros professores, “este aqui é o meu ndengue”.
Gostei. ondjaki, 2007, p. 126. Com tal marca de infância, os kandengues
ficavam prontos para apagarem o antes e só se ligarem aos costumes, alianças
e valores jagas […]. pepetela, 2012, p. 208. Mas tu não sabes o que perdeste,
mô ndengue – deu o primeiro gole. ondjaki, 2006, p. 103. Até ali, ia-se vendo
no espelho inteiro do quarto de seu pai como uma candengue de caracóis, para
quem havia sempre uma mão que lhe mimava, que lhe ajeitava os lacinhos e
lhe fazia festas no rosto. santos, 1991, p. 20.
ndenge. quimb. criança. maia, 1964; assis jr., [19--]. kandenge. quimb.
o mais novo dos filhos. assis jr., [19--]. ondenge-ndenge. umb. criança
que não atingiu a idade da razão. le guennec; valente, 2010.
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Sônia Queiroz 95
canga
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q fazenda em Passos. lima, 2012.
quebra-canga. fazenda em Araxá. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
pano que se usa como saída-de-praia. – pedaço de madeira que se
coloca no pescoço dos animais. lopes, 2003; castro, 2001; mendonça,
1973.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kanga. quic, quimb. amarrar. cobe, 2010; maia, 1964; assis jr., [19--].
cangalha
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q ribeirão em Unaí. lima, 2012.
cesto, posto em lombo de burro, para transportar galinhas, manti-
mentos, etc. castro, 2001, Bahia.
peça de três paus, unidos em triângulo, que se enfia no pescoço dos
porcos para que não destruam hortas cultivadas. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kanga. quic, quimb. amarrar. cobe, 2010; maia, 1964; assis jr., [19--].
okukangalala. quimb. oblíguo, atravessar. maia, 1964; assis jr., [19--].
cangica. Ver canjica.
cangoro
pólvora. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
com força. mongolô. castro, 2001.
pólvora. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kukangulula. kimb. torrar, queimar. assis jr., [19--].
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96 Palavra banto em Minas
cangúia
vocábulo injurioso,
,ou cabalístico. Canenecô!/Cambrocotó, cambrocotó!/
Cangúia, cangúia, cangúia! machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
xingamento. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ungúia. quimb. ingratidão; ato hostil a quem se deveria agradecimen-
tos. assis jr., [19--].
cangulo. Ver canguro.
cangundo
pessoa maliciosa. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç cangundo. branco de baixa condição, ordinário. […] porque ele, o
cangundo camuelo não queria ela ouvisse rádio quando ele não estava,
difuba-de-corno. vieira, 1987, p. 20. Em cima do meu dinheiro, um
cangundo, na loja do Xico Pena, me deu uma bofetada. ribas, 1973, p. 27.
Habituada a defender-se das quimbionas dos rapazes da Peça, Boneca eriçou
os modos de galhinha cassafo e hesitou, entre o insulto de ofender a mãe
do velho cangundo e a esperança na recção do pai quando, na sua frente, o
comerciante […] lhe apalpou de abuso no mataco. – Tens aqui uma mulhe-
raço e peras…! santos, 1991, p. 32.
kangundu. quimb. vilão. maia, 1964.
cangura, canguru. Ver canguro.
canguro
porco. byrd, 2005, Patrocínio. anguru. porco. nascimento, 2003, São
João da Chapada. cangura, canguro. É só que ela num me deu um peda-
cinho de camberela do canguro. É só que ela num me deu um pedacinho
de carne de porco. queiroz, 1998, Tabatinga. canguro. porco, gordura,
manteiga. vogt; fry, 1996, Alfenas e Patrocínio. anguro. vogt; fry, 1996,
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Sônia Queiroz 97
Milho Verde. ongulo, cangulo. porco. gonçalves, 1995, Jatobá. kangô,
kangulo, kanguro. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. canguru,
onguro. machado fº, 1943, São João da Chapada. canguro, cangulo.
porco, leitão. dornas fº, 1938, Itaúna.
xia de kangulo. toucinho. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
kangulo-sanguê. porco do mato. O anguê-kuatá, o kangulo-sanguê e o
dumbo gritavam que eram eles. gonçalves, [1994].
mandumba do canguro, ocaia do canguro. porca. dornas fº, 1938,
Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cangulo. porco, toucinho. canguro. – porco novo, leitão. castro, 2001,
Bahia. canguro. porco. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996,
Cafundó e Mogi das Cruzes.
chitungo de canguro. chiqueiro. andrade fº, 2000, Cafundó.
cangulo. porco. soares, 1954; senna, 1938; 1921.
Ç ngulu. porco. Na praia, as cubatas dos pescadores se desenhavam nas
sombras, vivas no piar das galinhas e pintinhos regressando do ciscar
diário, muitas vezes mesmo grunhir do pequeno ngulo no quintal. vieira,
[19--], p. 40.
ongulu. umb. porco. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. ngúlu
quimb. porco; a carne desse animal. maia, 1964; assis jr., [19--]. ngulu.
quic. porco. cobe, 2010. ongulu. olun. porco. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
canjá
reco-reco de bambu usado pelo grupo dos catopés na festa de Nossa
Senhora do Rosário. simões, 2014, Milho Verde. ganjá. reco-reco. vogt;
fry, 1996, Patrocínio. canzá. certo instrumento musical. gonçalves,
1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
ganja. pedaço de bambu. vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes. ganjá.
reco-reco. vogt; fry, 1996, Cafundó. canzá. muito magro e fraco.
castro, 2001, Bahia.
ganzá. chocalho de bambu. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
bastide, 1971; campos, 1939; senna, 1938; 1921. canzá. reco-reco de
bambu. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975.
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98 Palavra banto em Minas
Ç dicanza. instrumento musical semelhante a um grande reco-reco. Afina-
ram sua ngoma, e na dicanza Xico fez maravilhas de ritmo ‘só pra chatear’,
como ele falou. vieira, [19--], p. 87. Dançava-se no quintal, em recinto de cober-
tura de zinco. Uma harmónica e um chocalho de bordão, popularmente desig-
nado por dicanza, constituíam o instrumental. ribas, 1973, p. 38. O caduque
executava-se ao ar livre, sob a toada de ngoma, dicanza e uma lata, vibrada com
duas baquetas grosseiras. ribas, 1985, p. 44. dicanzeiro. pessoa ou grupo
que toca dicanza. Cantei em meu conjunto dicanzeiro, muito antes desses
pexotes todos […]. vieira, 1987, p. 63.
dikanza. quimb. instrumento musical. maia, 1964. onganja. umb.
cabaça. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. nganza. quimb. copo,
caneca sem asa; pequena cabaça, vaso para beber água, vinho, etc.
karikanza. quimb. instrumento musical. rikanza. quimb. chocalho,
instrumento musical. assis jr., [19--].
canjica
comida doce feita à base de milho, leite e açúcar. Quando acabô a
cantoria, mandô chamá o pessoal pra entrá pra dentro pra comê a canjica.
pereira, 2005. cangica. certa bebida. gonçalves, 1995, Jatobá. injeque.
milho, pipoca. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
angiquê, ondiquê, onjaquê. milho. gonçalves, 1995, Jatobá. onjequê.
milho. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q localidade em Nazareno; fazenda em Divinésia, Itatiaiuçu e Madre
de Deus de Minas; Córrego em Corinto, Cordisburgo, Itatiaiuçu e
Jacuí; povoado em Itatiaiuçu e Perdigão; ribeirão em Perdigão. canji-
cas. Nomeia córrego em Divinésia. canjiquinha. Nomeia córrego em
Tumiritinga e Aiuruoca. lima, 2012.
canjica de Antônio Henrique. Nomeia fazenda em Perdigão.
lima, 2012.
canjica de Manoel Ferreira. Nomeia fazenda em Itatiaiuçu. lima, 2012.
canjica. papa de milho verde ralado a que se junta leite de coco,
açúcar, cravo e canela. castro, 2001, Bahia.
canjica. doce à base de milho, leite e açúcar. ferreira, 1975; mendonça,
1973; teixeira, 1946; senna, 1938. onjequê. milho. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kanjika. quimb. guisado de feijâo e milho temperado com banha ou
óleo de palma. maia, 1964; assis jr., [19--].
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Sônia Queiroz 99
canjira
canjira, canjirauê. passarinho. simões, 2014, Milho Verde. kanjirauê.
passarinho. nascimento, 2003, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç cabirindjindji. um pássaro. Começamos ainda no cabirindjindji, cateto,
picas duzenas, caxexes-xexes, qual deles é que é a mera cor, o ramerrão?
vieira, 1987, p. 75. canjila. pássaro. Pessoa devia de ter o coração desti-
lado, iazele, para os canjilas não recearem. vieira, 1987, p. 49. jilan-
gando. Aves que limpam os dentes dos jacarés. E por cima dos dentes
dos jacarés o céu ficava escuro com o voo dos pássaros jilangandos. vieira,
2006a, p. 92.
onjila. umb. pássaro. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. kanjila.
quimb. passarinho. assis jr., [19--]. njila. quimb. pássaro. maia, 1964;
assis jr., [19--].
canjira-canjerê
dança. simões, 2014, Espinho; machado fº, 1943, São João da Chapada.
q canjerê. Nomeia fazenda em Senador Cortes. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
canjira-canjerê. sessão de feitiçaria; feitiço. castro, 2001; ferreira,
1975; mendonça, 1973; bastide, 1971; beaurepaire-rohan, 1956; senna,
1938; 1921. cangire, cangirê. reunião festivo-religiosa de magia
negra. senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okuchila. umb. mover o corpo segundo as regras da dança. le guennec;
valente, 2010. okucila. umb. dançar. wilson, 1954.
canjolo. Ver onjó.
canjonjo. Ver kanjonjo.
canuca. Ver camuca.
canzá. Ver
,canjá.
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100 Palavra banto em Minas
capanga
espécie de bolsa artesanal. Meteu a mão na capanga, tirô uma raiz, rapô,
pôs num coitezinho, pegô a cachaça, e pôs lá um poquinho da cachaça, e
misturô. souza, 2009.
q capangas. Nomeia fazenda em Campestre. lima, 2012.
pequena bolsa que se leva a tiracolo. – guarda-costas, jagunço. –
partida de diamantes comprada por capangue(i)ro. castro, 2001,
Bahia.
bolsa artesanal. antunes, 2013; lopes, 2003; ferreira, 1975; senna, 1938;
laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç capanga. aperto do pescoço com o braço e o antebraço. […] e a mão
quente de Inácia tinha-lhe agarrado na capanga dele para não cair e todo o
peito rijo e macio, a boa catinga do corpo madura dela estavam em cima dele,
sentia-lhe entrar em todos os buracos da roupa? vieira, 1982, p. 71. Mesmo
às vezes aprecidava-se de maneira a não deixar confusões, salientava-se,
e o seu olhar carregado envolvia a presa na capanga e exagerava o efeito.
santos, 1991, p. 73.
kimpakala. quic. bolsa. cobe, 2010; maia, 1964. kimánga. quimb.
sacola. cabaça apropriada para guardar provisões. kapanga. quimb.
laço; formar um laço ao redor do pescoço do adversário durante uma
briga. assis jr., [19--].
capenga
aleijado. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
diz-se de um serviço mal feito ou mal acabado. castro, 2001, Bahia.
manco, coxo. lopes, 2003; castro, 2001; senna, 1938; laytano, 1936;
raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
capenga. umb. torto. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
kiavenga. quic. torto. maia, 1964. okupenga. olun. torto. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896.
capixo
capixo, capuxoca. cabelo. byrd, 2005, Patrocínio. kapixo, kapuxoca.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
kapuxoca de mucota. bigode. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
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Sônia Queiroz 101
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
capungo
gente ruim. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q capiango. Nomeia córrego em Paraopeba. lima, 2012.
capiango. triste, sisudo, macambúzio. capiongo. castro, 2001, Bahia.
capiango. ladrão. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça,
1973; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; senna, 1938; raimundo,
1933.
Ç capiango. roubo; delinquência; furto. Capiango? Nunca pus mão
em seara leia. vieira, 1987, p. 40. capianguista. aquele que realiza
capiango. Pé ante pé, dui, de capianguista. vieira, 1987, p. 68.
ngangu. quic. sisudez. cobe, 2010. ocapyangu. umb. gatuno, ladrão.
le guennec; valente, 2010.
capuxoca. Ver capixo.
caqui
valente ou feiticeiro mestre. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
feiticeiros (região de Minas). bastide, 1971.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
carango
mulher, mulher velha. vogt; fry, 1996, Milho Verde. carenga. mulher.
vogt; fry, 1996, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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102 Palavra banto em Minas
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
velha. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
carenga. Ver carango.
cariá. Ver cariapemba.
cariapemba
diabo. simões, 2014, Milho Verde. Tô o próprio Cariá, Cariapemba,
enxurrada sôrta e doidia. gonçalves, [1994], Jatobá. cariá, cariapemba,
pemba. o diabo. simões, 2014, Espinho. cariá-cariapemba. o diabo.
machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
o demônio, o cão, entidade maléfica. castro, 2001, Bahia.
capeta. bastide, 1971.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kâria. quimb. fingimento de bondade, de ideias ou de opiniões apre-
ciávéis. falta de sinceridade. – devoção fingida. assis jr., [19--]. karia-
pemba. quimb. demônio, diabo. – pessoa de maus instintos. assis jr.,
[19--]. nkadi ampemba. quic. demônio. cobe, 2010; maia, 1964.
cariengue
gato. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
gato. castro, 2001, Bahia.
gato. lopes, 2003.
Ç cariengue. biscato. E, o Zito da Camunda, useiro de cariengues e recadi-
nhos de cambulador, cansou de correr. santos, 1991, p. 28.
okalenge. umb. gato. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. kalenge.
quimb. gato. maia, 1964.
carimbado
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 103
q fazenda em Santa Bárbara do Monte Verde. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
carimbo. selo, sinete, sinal público com que se autenticam documen-
tos. – entre os negros conhece-se por esse nome um tambor feito de
um tronco de árvore, oco, com uma pele de carneiro ou de outro
animal. castro, 2001; mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938; 1921;
laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç Eu tinha a camisa carimbada pelas mãos da moça, quando se defendeu da
minha curiosidade. Não sabia como justificar a mancha junto dos avós.
xitu, 2011, p. 96. Nem tem um camarada na peixaria que carimba os carões
quando levantas peixe à quarta-feira? ondjaki, 2006, p. 35.
kirimbu. quimb. selo, ferrete. maia, 1964; assis jr., [19--]. ndimbu. quic.
marca. maia, 1964. dimbu. quic. marca, selo. cobe, 2010. ondimbu.
umb. carimbo. le guennec; valente, 2010.
carimbo
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Diamantina. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
selo, sinete, sinal público com que se autenticam documentos. – entre
os negros conhece-se por esse nome um tambor feito de um tronco
de árvore, oco, com uma pele de carneiro ou de outro animal. castro,
2001; mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938; 1921; laytano, 1936;
raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kirimbu. quimb. selo, ferrete. maia, 1964; assis jr., [19--]. ndimbu. quic.
marca. maia, 1964. dimbu. quic. marca, selo. cobe, 2010. ondimbu.
umb. carimbo. le guennec; valente, 2010.
carimbamba
coruja. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
coruja. – curandeiro, feiticeiro, bruxo. – designação dada ao peixe
xaréu quando magro. –Localidade da praia de Armação, na cidade
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104 Palavra banto em Minas
do Salvador, que era conhecida pela pesca de xaréu. castro, 2001,
Bahia.
curandeiro. – coruja. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ochimbanda. umb. médico indígena, curandeiro. ochikwamanda.
umb. corvo. le guennec; valente, 2010.
carinjiji. Ver carinjinjim.
carinjinjin
carinjinjim, carinjiji, carunjinjim, carunjinjinha, carunjijia. um
dos dançantes do catopé que leva o antídoto. simões, 2014, Milho
Verde. karinjinjim. pessoa responsável para administrar os meninos
que não sabem dançar no catopé; sua função é educar os meninos.
nascimento,
,2003, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kilangirilu, kilangidilu. quimb. guarita; lugar de onde se vigia. senti-
nela; guarda. maia, 1964; assis jr., [19--].
carofimba
gato. vogt; fry, 1996, Milho Verde. orossimba. gato. gonçalves, 1995,
Jatobá. gato. machado fº, 1943, São João da Chapada.
orozimba sanguê. gato. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
carofimba. gato. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okalusimba, olusimba. umb. gato almiscareiro. le guennec; valente,
2010. ximba. quimb. gato tigre. maia, 1964. olusimba. olun. gato
(F. nigripes). diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
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Sônia Queiroz 105
carumbé
bateia. pereira; gomes, 2000, Arturos.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
calumbé. vasilha ou gamela cônica, de pau, na qual se conduz o
cascalho que vai ser lavado nas catas de ouro ou diamante. castro,
2001, Bahia.
orumbá. bateia. lopes, 2003. carumbé. espécie de gamela nas quais
se transportam minérios para a lavagem. – recipiente que também
pode ser usado na cozinha. senna, 1938; laytano, 1936.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
carumbi
sertanejo, no sentido local que este vocábulo tem. machado fº, 1943,
São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
sertanejo. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kalumbi. quimb. silveira e seus frutos. assis jr., [19--].
carunga. Ver calunga.
carungar
casar. vogt; fry, 1996, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
casar. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
carunjinjim, carunjinjinha, carunjijia. Ver carinjinjim.
casabá
[?] Oia cacumbê iauê/oia cacumbê iauê/oia cacumbê iauê/iaqué casabá oaú.../
canaú é devera é /canaú é devera é. Capitão Jair Teodoro de Siqueira.
dias, 2002, Matição.
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106 Palavra banto em Minas
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
tata-quinçaba. o encarregado das folhas, da plantação. castro, 2001,
Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kisaba. quimb. folha. maia, 1964.
cassucara
cassucara, cassucaro. casamento. queiroz, 1998, Tabatinga.
de cassucara. casado (lit. de casamento). É cuete já de cassucara ô vai pegá
cassucara? Já pegô cassucara? É homem casado ô vai casá? Já casô?
queiroz, 1998, Tabatinga.
pegá cassucara. casar (lit. pegar casamento). queiroz, 1998, Tabatinga.
tipurá o cassucara. casar (lit. fazer o casamento). A ocaia foi tipurá o
cassucara no granjão e o camonim [...] Tipurô os imbondo dês de pô nos
timbuá. A mulhé foi casá no padre e o menino [...] Carregô as coisa
dês de pô nos dedo. queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kusakana, kusokana. quimb. casamento. maia, 1964.
cassucará. Ver sucaná(r).
cassucarado
cassucarado, sucarado. casado. É cassucarado? É casado? queiroz,
1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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Sônia Queiroz 107
kusakana. quimb. casar. maia, 1964; assis jr., [19--].
cassucaro. Ver cassucara.
catiça
ajudar. Anganzambi iô catiça. Deus lhe ajude. machado fº, 1943, São
João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
oferecer em sacrifício, encantar. castro, 2001, Bahia.
ajudar. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
oku kuatisa. umb. ajudar. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
kuatisa. quic. ajudar. maia, 1964. sadisa. quic. ajudar. cobe, 2010.
kukuatesa. quimb. fazer pegar, agarrar, ajudar. assis jr., [19--].
catimbau. Ver catimbar.
catimbar
causar confusão. simões, 2014, Milho Verde.
q catimbau. nomeia fazenda em Resende Costa. lima, 2012.
catimba. manha, astúcia, engodo. castro, 2001, Bahia.
catimbau. feitiçaria. mendonça, 1973; senna, 1938; 1921; laytano, 1936;
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
caximba. quimb. engodo. maia, 1964; assis jr., [19--]. kimba. quic.
engodo. maia, 1964.
catita. Ver catito.
catito
catito, eucatito. pouco, pequeno. simões, 2014, Milho Verde. catita.
tipo de mingau. simões, 2014, Espinho. catito, acatito. pequeno. Ô
ocaia, dá pra caxá uma matuaba catita? Ô mulhé, dá pra bebê uma pinga
pequena? – pouco. Cangura ultimamente tá catito. Porco ultimamente
tá poco. queiroz, 1998, Tabatinga. pequeno, criança. vogt; fry, 1996,
Milho Verde. pequeno, baixo, pouco. dornas fº, 1938, Itaúna. catita.
pequena e bela. No esteio de uma porteira moravam a Siá Ninhorrã e a
Catita Siá Katendê. gonçalves, [1994], Jatobá. catitim. pequenininho.
Cê tipura o mavero da ocaia, tá catitim. Alá o seio da mulhé, é pequeni-
ninho. – novinho. Tem, ocaia tem, um punhado de ocaia avura, umas ocaia
catitinha lá. Tem, mulhé tem, um punhado de mulhé bonita, umas
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108 Palavra banto em Minas
moça novinha lá. – dinheiro. pop. duro, liso. Eu tô catitim, num caxo
ingura nenhum, cuete. Eu tô durinho, num tenho dinheiro nenhum,
cara. queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
uma dança dramática folclórica. castro, 2001, Bahia.
catito. pequeno. lopes, 2003; ribeiro, 1995; teixeira, 1946; laytano,
1936.
Ç catita. pequeno, elegante. A gente esfregava com azeite-palma quente
misturado com outras ervas senhora Catita tinha ido buscar no Dande.
vieira, 1987, p. 51. O grupo era maior e os homens dançavam a katita. xitu,
2011, p. 69.
citito. umb. pequeno. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
catitu. Ver cuxito.
catomba
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Serro. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
calombo. inchaço, montículo, protuberância. – líquido coalhado em
forma granular. – topônimo. castro, 2001; mendonça, 1973; brandão,
1968; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; senna, 1938; laytano,
1936; raimundo, 1933. catombo. inchaço, tumor. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ochitamba. umb. inchação, tumor. tutumba. umb. inchado. le
guennec; valente, 2010.
catuta
certa bebida. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cachaça. castro, 2001, Bahia.
cachaça. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
,Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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Sônia Queiroz 109
cavanza
luta. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç cavanza. confusão, bagunça. Com outros, a confusão era mesmo cavanza,
maca de alimentar conversas, maldosos sorrisos, xucululos e quissemos de
escondido dizer, assunto de dias e noites, boatos certos. vieira, 1974, p. 106.
kavanza. quimb. confusão. maia, 1964; assis jr., [19--].
caveia
que é lá? Ê quendê iô vim de Indiagara/sô na caveia. machado fº, 1943,
São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
fórmula de pergunta correspondente a “quem vem lá”. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cavinguera. Ver cavinguero.
cavinguero
cavinguero, cavinguera, cavunguero, cavunguera, cafunguera,
vindero. patrão. O cuete seu cavinguero lá do sengue. O seu patrão lá da
roça. – rico. Cê tipura o cuete... O cuete é cavinguera? Cê conhece o cara... O
cara é rico? cavinguerão. grande proprietário. Cumbara avura aqui, meu
fio. ih! isso aí tem... sengue, tem... cavingurão! Da cidade grande, meu fio.
Ih!, isso aí tem... fazenda, tem... fazendeirão! queiroz, 1998, Tabatinga.
vindero. padre. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. vindêro,
vinderi. branco. dornas fº, 1938, Itaúna.
cafom de vindero ocaia. Nossa Senhora. Cumbara cafom de vindero ocaia/
aprendeu falar língua no injó de jequê/eh nhonhó, mamãe é criola. Capitão
Julio Antônio Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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110 Palavra banto em Minas
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cavunguera, cavunguero. Ver cavinguero.
cavuvira. Ver gatuvira.
caxambá. Ver jamba.
caxambi
negro velho, homem idoso. pereira; gomes, 2000, Arturos.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
topônimo. senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
caxambu
[tambor] Minha mãe mandô me chamá/lá no pé de mulungu/oi de dia
plantá bananera/oi de noite tocá caxambu. dias, 2001, Jatobá.
q córrego em Aiuruoca, Boa Esperança, Carmo da Mata, Conceição do
Pará, Consolação, Cristina, Dores do Campo; Iapu, Igaratinga, João
Pinheiro, Passa Quatro, Piedade dos Gerais, Pitangui, Rio Piracicaba,
Piüi, Santos Dumont; localidade em Conceição do Pará, Mesquita e
São João Del Rey; fazenda em Boa Esperança, Bom Jardim de Minas,
Cambuí, Campo do Meio, Carmo da Cachoeira, Carmo da Mata,
Conceição dos Ouros, Piüi, Sacramento, Santana da Vargem, Santos
Dumont, Senador Amaral e Tapira; povoado em João Pinheiro e
Pitangui; morro em Pimenta e Pouso Alto; ribeirão em Cambuí,
Sacramento, Santo Antônio do Amparo e Senador Amaral; serra em
Arantina e Itaúna; e cidade em Caxambu. caxambuzinho. Nomeia
córrego e fazenda em Dores do Indaiá. lima, 2012.
caxambu de baixo. Nomeia localidade em Dores do Campo e fazenda
em Santo Antonio do Amparo. lima, 2012.
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Sônia Queiroz 111
caxambu de cima. Nomeia fazenda em Santo Antonio do Amparo.
lima, 2012.
espécie de membrafone, atabaque. – topônimo. castro, 2001, Bahia.
tipo de tambor. – topônimo. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça,
1973; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; senna, 1938; laytano,
1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
caxanga
achaque, macacoa. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
caxanga. indisposição súbita. castro, 2001, Bahia.
caxanga. achaque, macacoa. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kixánga. dissimulação, disfarce. assis jr., [19--]. kuzánga. quimb.
estragar. danar. esbanjar, desperdiçar. maia, 1964; assis jr., [19--].
caxaramba
caxaramba, caxerem, caxiri. certa bebida. gonçalves, 1995, Jatobá.
caxaramba. cachaça. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
caxaramba. cachaça. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
caxerem. Ver caxaramba.
caxicovera. Ver kaxicobeira.
caxingó
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q serra em Gameleiras. lima, 2012.
magro, esquelético (animal ou pessoa). castro, 2001, Bahia.
magro. castro, 2001; senna, 1921.
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112 Palavra banto em Minas
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
caxiri. Ver caxaramba.
caxixi
balainho de taquara com sem*ntes; instrumento musical do candom-
blé e do jongo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
saquinho de palha, provido de alça, que o tocador de berimbau
segura juntamente com a Vereta com que tange o instrumento musi-
cal. – miniatura de cerâmica (potes, panelas, etc.) que serve de brin-
quedo para crianças e onde se coloca o caruru oferecido a Cosme e
Damião. mucaxixi. castro, 2001.
pequeno chocalho de palha. lopes, 2003; mendonça, 1973.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
caxinganguelê
caxinganguelê, caxinguinguelê. defunto. simões, 2014, Milho Verde.
caxingaguelê. morto, espírito do morto. Ô caxinganguelê/vai-se embora
com Deus/com Deus, com Deus/vai-se embora com Deus. Capitão Ivo
Silvério da Rocha. dias, 2001, Serro.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
caxinguelê. indivíduo magro, feio e de pequena estatura; mau cará-
ter. castro, 2001, Bahia.
caxinguelê, cachinguelê, caxingulê. designação comum a várias
espécies de mamíferos roedores – porco-espinho. – fig. sujeito magro
e esperto. – Cascudo afirma que para muitos, na Amazônia, a alma
sobe ao céu sob a forma de acutipuru (nome que ali recebe o caxin-
guelê), animal admirado por sua capacidade de descer de troncos
altos de cabeça para baixo. castro, 2001; cascudo, 1984; ferreira,
1975; mendonça, 1973; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; senna,
1938; 1921; raimundo, 1933.
Ç xinguilar. entrar em transe ou possessão pelo espírito. Xinguilava,
xinguilava Vúnji, Kazola ou outro calundu nas dissaquelas silvícolas […].
vieira, 1987, p. 44. Sim. Analuja. Analuja. O que é isso minha filha? Estás
a xinguilar. rui, 2013, p. 38. Fizeram uma foda grande à volta de Citula
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Sônia Queiroz 113
na puíta a xinguilar como rainha da festa até de manhã manhãzinha […].
rui, 2013, p. 178. Em seu xinguilamento, a ocultista, transmitindo a fala
do calundu, declara que, entre elas, é que se haviam amarrado. ribas, 1973,
p. 79.
,Para os interlocutores, afora tio João, que discordava de tais ideias,
quem pratica xinguilamento precisa observar o rito. ribas, 1985, p. 35.
Fingia então recusar. – Xinguilar, ainda que podia, sim senhor… – disse,
diminuindo a importância do caso. – Mas, bungular…? Duvido…! santos,
1991, p. 12. Baku, xinguilando, avançou com as mãos abertas e os dedos
em garras, para o pescoço da filha, pronto a sufocá-la. xitu, 1984, p. 94.
xinguilador. aquele que entra em transe. Por isso hoje eu respeito tudo
que é de espíritos, calundus e santos, quimbandices e mascarias, padres e
pastores, xinguiladores. vieira, 1987, p. 18. xinguile. adivinho. […] e se
ouviu o gololo dos xinguiles no escuro de cazucuta no terreiro para enga-
nar espíritos e flechas e bufos e cangundos e tinha quifumbes pelos cami-
nhos. vieira, 2006a, p. 28. chinjanguila. uma dança de roda dos povos
mbunda e luxaze. Mais tarde, as mulheres reuniram-se no terreiro de
chinjanguila e a dança começou. pepetela, 1981, p. 9.
xinjangele. quimb. rato. maia, 1964. kuxingila. chamar, invocar os
espíritos. assis jr., [19--]
caxinguinguelê. Ver caxinganguelê.
cazumba
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Resende Costa. lima, 2012.
cadeira, termo que aparece em contos folclóricos. castro, 2001, Bahia.
espécie de berço no qual se deitavam as crianças durante a noite ou
durante as horas de trabalho da mãe escrava. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cazumbi
espírito. byrd, 2005, Patrocínio. zumbi. espírito. gonçalves, 1995,
Jatobá.
q Nomeia ribeirão em Pequeri e fazenda em Madre de Deus de Minas.
lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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114 Palavra banto em Minas
zumbi. fantasma que vaga durante a noite. – pessoa de hábitos
noturnos. – pessoa muito magra. – líder da República de Palmares –
no norte, referem-se a qualquer lugar distante e pouco desenvolvido.
– pessoa ou coisa muito feia. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
bastide, 1971; beaurepaire-rohan, 1956; senna, 1938; 1921; laytano,
1936; raimundo, 1933.
Ç canzumbi, cazumbi, kazumbi. alma de outro mundo. E foi quando
estavam já perto da paragem do maximbombo que saiu do céu negro aquela
faísca que iluminou, na tarde, em toda a cidade escurecida, desenhando lhe
contornos brancos de cazumbi, e um trovão gigantesco ribombou fazendo
tremecer todos os vidros. vieira, [19--], p. 62. Os portugueses parecem
que estão a provar o vinho, bebem aos poucos, mas não é por delicadeza, é
apenas por timidez ou até medo de enfrentar o mau espírito, o cazumbi, do
vinho. pepetela, 1999, p. 16. E falou, longos momentos depois, como um
kazumbi, uma voz desencarnada, trazida do mundo dos mortos, aquela era
a aldeia onde tinha nascido […]. pepetela, 2012, p. 206. Se alguém morre,
o quimbanda não pode faltar para enxotar o cazumbi. ribas, 1985, p. 69.
nzumbi. quimb. espírito, fantasma. maia, 1964; assis jr., [19--].
kazumbi. quimb. sombra dos mortos. maia, 1964. okanjumbi. umb.
espírito de outro mundo. le guennec; valente, 2010.
cemá. Ver semá.
cená. Ver semá.
chambote
agradável. vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
agradável. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kiambote. quimb. agradável. maia, 1964.
chia
manteiga. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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Sônia Queiroz 115
manteiga. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ochitapi. umb. manteiga. le guennec; valente, 2010.
chibungo. Ver xibungo.
chicongo
sombra. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
chicombo. sombra. vogt; fry, 1996, Cafundó.
chicongo. [?] senna, 1938. chapéu. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
chipoque, chipoquê. Ver pipoquê.
chu(n)cho
galinha. vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
chusso, inchusso. frango, galinha. vogt; fry, 1996, Cafundó.
chuncho. galinha. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
ciamá(r)
ciamá(r), siamá(r). andar. byrd, 2005, Patrocínio. ciamar. batinga,
1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
ciamá. Ver sená.
ciamar. Ver ciamá(r).
coandimba. Ver candimba.
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116 Palavra banto em Minas
cochilar
dormitar. A onça já estava com os olhos doendo de sono; já tinha cochilado
umas três vezes. lúcio, 1944.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
dormitar, dormir levemente; p.ext descuidar-se. castro, 2001, Bahia.
dormitar. lopes, 2003; ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kukoxila quimb. dormitar. maia, 1964; assis jr., [19--]. okuangila. olun.
dormir sentado. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
combaro. Ver cumbara.
comboêro
cambão. simões, 2014, Espinho. grota. machado fº, 1943, São João da
Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
comboero. grota. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbuélo. quimb. terreno inclinado; várzea. assis jr., [19--]. kombuelo.
umb. abaixo. le guennec; valente, 2010.
condombóia. Ver candiaboro.
conema. Ver conena.
conena
ânus, fezes, bunda. byrd, 2005, Patrocínio. conema. fezes. – diarréia.
Aí, no jeguê de cureio é assim, ó: ruma uma conema que num pára no
curima nem no sengue. Aí, na barriga é assim, ó: ruma caganera que
num pára no trabalho nem no mato. queiroz, 1998, Tabatinga. ânus.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. conena. ânus, fezes. vogt;
fry, 1996, Patrocínio. nena. fezes. vogt; fry, 1996, Alfenas. komena,
komene. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
amparo de conena. cadeira. byrd, 2005, Patrocínio.
ponto de conena. ânus. byrd, 2005, Patrocínio.
caxá conema. defecar (lit. fazer fezes). queiroz, 1998, Tabatinga
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Sônia Queiroz 117
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cunena. defecar. cunema, cunena, nena. castro, 2001, Bahia. conena.
ânus, fezes. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
conenar. defecar. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
conena. bosta. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kunena. quimb. defecar. maia, 1964; assis jr., [19--]. aniña. umb. fezes.
wilson, 1954.
congá
garrafa. Ei conga ererê conga auê. machado fº, 1943, São João da
Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cesta ou caixa para guardar roupa e outros objetos. castro, 2001,
Bahia.
conga. vagin*. antunes, 2013. conga. garrafa. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
,ukonga. umb. cabaça com gargalo. le guennec; valente, 2010. nkonka.
quic. vaso de barro de boca larga. maia, 1964.
congá. Ver congado.
conga
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q localidade em Madre de Deus de Minas e São João do Paraíso;
córrego em Nova Serrana. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
valor destinado ao dono da casa de farinha, de meia cuia em cada
prensa. – dança própria da América Central. – topônimo. lopes, 2003;
ferreira, 1975; mendonça, 1973; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nkunga. quic. canto, cantiga. cobe, 2010; maia, 1964.
congado
dança ritual em grupos chamados ternos ou cortes, executada
durante a festa de N. S. do Rosário. Saravá o povo de ingomba auê/
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118 Palavra banto em Minas
saravá o povo de Moçambique/oia o povo de congado ouê/ô no jira ni cunda
no jira. Capitão João Lopes. lucas, [1990], Jatobá. congá. o mesmo que
Congado. Ela é dona do conga, Sá Rainha. pereira; gomes, 2000, Arturos.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
congada. auto popular durante o qual se celebra a coroação do rei do
Congo, o Manicongo, e da rainha Jinga. castro, 2001, Bahia.
auto popular no qual se celebra a coroação do rei do Congo e de
sua rainha. lopes, 2003; ferreira, 1997; mendonça, 1973; bastide, 1971;
gomes, 1948; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç kongo, congo. Antigo reino africano. Com essas ideias e imposições
iam enfraquecendo o Kongo, roendo-o por dentro como fazem os ratos ou
a formiga salalé. E era esperança do governador enfraquecer da mesma
maneira o vizinho reino do Ngola. pepetela, 2012, p. 14. E o papa chegara
à suprema honraria de nomear bispo um filho ou sobrinho do próprio rei do
Kongo. pepetela, 2012, p. 34. O povo de Ambaca, herdeiro da civilização
do antigo reino do dongo, que, a seguir ao Congo e a Matamba, ocupava, em
progresso, o terceiro lugar, caracterizava-se pelo seu temperamento excên-
trico. ribas, 1985, p. 101.
kongo. quimb. grande extensão de terra de antigo reino de mesmo
nome. assis jr., [19--]. nkunga. quic. canto, cantiga. cobe, 2010; maia,
1964.
congembo. Ver conjema.
congembra. Ver conjema.
congembro. Ver conjema.
congo
guarda que segue à frente do Moçambique; caracteriza-se pela vesti-
menta em rosa e branco, uso de capacetes com fitas coloridas. pereira;
gomes, 2000, Arturos.
joão congo. certa ave. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Nomeia córrego em Barão de Cocais, Barra Longa, Carmópolis
de Minas, Ervália, Grão Mongol, Martinho Campos, Passa Vinte,
Sabinópolis. fazenda em Barra Longa; localidade em Carmópolis de
Minas, Ervália; serra em Barão de Cocais. Nomeia córrego e Fazenda
em Aracitaba. conguês. Nomeia fazenda em São Gonçalo do Sapu-
caí. lima, 2012.
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Sônia Queiroz 119
congo choco. Nomeia ribeirão em Candeias. lima, 2012.
congo velho. Nomeia serra em Barão de Cocais. lima, 2012.
congos de José Ferreira. Nomeia fazenda em Aracitaba. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
toque específico para algumas divindades do candomblé de base
banto. – nação de candomblé de base essencialmente banto. – desig-
nação dada ao africano vindo do reino do Congo. – topônimo. –
fig. usado como termo pejorativo. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira,
1975; mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938; 1921; laytano, 1936.
joão-congo. guaxe. – topônimo. lopes, 2003; ferreira, 1997; senna, 1938;
raimundo, 1933.
Ç kongo, congo. Baltazar deu uma volta, aparecendo pelo norte no território
da soberana, dizendo que era mafulo e vindo diretamente do Pinda, no reino
do Kongo. pepetela, 1999, p. 24. Com essas ideias e imposições iam enfra-
quecendo o Kongo, roendo-o por dentro como fazem os ratos ou a formiga
salalé. E era esperança do governador enfraquecer da mesma maneira o
vizinho reino do Ngola. pepetela, 2012, p. 14. […] Gi era reverenciada com
cumprimentos e vênias, aqui e além ofereciam-lhe um pano do congo, Maria
de óculos, saboreando com Kasese milho assado e castanhas de caju torrado
[…]. rui, 2013, p. 40-41. Depois daquele incidente, segiu-se um disco do
“congo”que foi dançado com frenesim. xitu, 2011, p. 44.
kongo. quimb. vasto território do antigo reino deste nome. assis jr.,
[19--]. ekongo, ukongo. umb. velho, ancião. wilson, 1954.
conjema
morte. – cemitério. Fitô viru, foi pro conjema. Morreu, foi pro cemité-
rio. – terra. queiroz, 1998, Tabatinga. congembro. defunto. batinga,
1994, Alto Paranaíba/Triângulo. congembra. morto. batinga, 1994,
Alto Paranaíba/Triângulo. congembo. morrer; morte. machado fº,
1943, São João da Chapada.
fitá conjema. morrer (lit. fitar a morte). queiroz, 1998, Tabatinga.
injirá po conjema. morrer (lit. ir para o cemitério). queiroz, 1998,
Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
congenga. cemitério. andrade fº, 2000, Cafundó. conjenga. morte.
vogt; fry, 1996, Cafundó.
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120 Palavra banto em Minas
conjenga. morto. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
onjembo. umb. sepulcro, sepultura. le guennec; valente, 2010.
conjó, conjô, conjor. Ver onjó.
conjolo. Ver onjó.
conteque. Ver coteque.
copequera. Ver tipequerá.
copiá. Ver copiá(r).
copiá(r)
copiá(r), cupiá(r). entender. byrd, 2005, Patrocínio. tupiandaca. mentira.
byrd, 2005, Patrocínio. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. copiar.
falar. vogt; fry, 1996, Alfenas. ocupupiá, pupiá. gonçalves, 1995, Jatobá.
copiá. entender. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo;
pupiá-indaca. conversar fiado, falar língua de negro. gonçalves, 1995,
Jatobá.
pupiá-ocundá. gritar. gonçalves, 1995, Jatobá.
pupiá-xiacala. rezar. gonçalves, 1995, Jatobá.
pupiando undaka. falando besteira. olhem que não estou pupiando
undaka. gonçalves, [1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cupópia. voz, som, ronco, conversa, a fala africana do Cafundó e
do antigo Caxambu. andrade fº, 2000, Cafundó. voz, fala, verdade.
cupopiá, cupopiar. falar. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996,
Cafundó. cupopiadô. língua, rádio. andrade fº, 2000, Cafundó.
coçumbadô de cupópia. gravador. andrade fº, 2000, Cafundó.
cupópia do arambuá. latido. andrade fº, 2000, Cafundó.
cupópia de ingômbi. relincho, mugido. andrade fº, 2000, Cafundó.
cupópia da muchinga. espirro. andrade fº, 2000, Cafundó.
cupópia do vimbundo. fala africana do Cafundó e do antigo Caxambu.
andrade fº, 2000, Cafundó.
cupópia do orofômbi. língua portuguesa. andrade fº, 2000, Cafundó.
cupópia do chipuco. flatulência. andrade fº, 2000, Cafundó.
cupópia do adufo e do fole. música. andrade fº, 2000, Cafundó.
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Sônia Queiroz 121
cupópia vavuro. verdade. andrade fº, 2000, Cafundó.
cupópia do ramunhau. miado. andrade fº, 2000, Cafundó.
cupopiadô e coçumbadô do quilombo. telefone. andrade fº, 2000,
Cafundó.
cupópia. conversar. lopes, 2003; ferreira, 1997.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okupopia. umb. falar. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun.
falar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
copiar. Ver copiá(r).
corongar
coito. relação sexual. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okulonda. olun. trepar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
corumbéia
mulher velha.
,byrd, 2005, Patrocínio; mulher, dama. vogt; fry, 1996,
Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
curumba. mulher velha. corumba. castro, 2001, Bahia.
corumbéia. velha. lopes, 2003. curumba. mendonça, 1973; senna, 1938.
Ç quilumba. moça virgem (p. ext. moça bonita, formosa). Tão feiosa, o
senhor sempre não poderá ver a monandengue ranhosa, ramelosa que uma
mulher quilumba antes pode ser. vieira, 1987, p. 28-29.
kilumba. quimb. mulher. maia, 1964; assis jr., [19--].
corvera. Ver kaxicobeira.
coteque
coteque, oteque. céu, noite. byrd, 2005, Patrocínio. otoque, conteque.
céu; noite. queiroz, 1998, Tabatinga. coteque. noite. vogt; fry, 1996,
Alfenas. oteque. noite, céu, abóbada celeste. vogt; fry, 1996, Milho
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122 Palavra banto em Minas
Verde; hoje. gonçalves, 1995, Belo Horizonte. otê, oteque. Otê... oteque
ouê.../Pade Nosse com Ave Maria, auê.../securo cumetavita, auê. Capitão
João Lopes. lucas, [1990], Jatobá. otequê dia. machado fº, 1943, São
João da Chapada. otecame, otéque. noite. dornas fº, 1938, Itaúna.
ussixê-oteque. meia-noite. gonçalves, 1995, Jatobá.
ocizê-oteke. meia-noite. Só chegou ao último, o 7º, a ocizê-oteke. gonçalves,
[1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
tec. noite. andrade fº, 2000, Cafundó. tequi, otéqui. noite. vogt; fry,
1996, Cafundó.
coteque, oteque. noite. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
uteke. umb. noite. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. eteke.
umb. dia. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. vokati kuteke. umb.
meia-noite. wilson, 1954.
covera. Ver kaxicobeira.
covicanda
escrever, conversar. machado fº, 1943, São João da Chapada.
mucanda. carta, papel. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
vicanda. pena de escrever. vogt; fry, 1996, Cafundó. mucanda. livro,
instrução, escrita, leitura, sinal escrito, rastro. andrade fº, 2000,
Cafundó. escrita. vogt; fry, 1996, Cafundó.
tele da mucanda. livro, jornal. andrade fº, 2000, Cafundó.
tenhora da mucanda, tenhora da curima da mucanda. caneta, lápis.
andrade fº, 2000, Cafundó.
covicanda. escrever. mucanda. carta, papel. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kamikanda. quimb. carteiro; aquele que distribui cartas. assis jr., [19--].
mukanda. quimb. papel. carta. qualquer papel escrito. maia, 1964;
assis jr., [19--]. nkanda. quic. papel. cobe, 2010; maia, 1964. ukanda.
umb. carta. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. omukanda. olun.
carta. okutanga. olun. ler. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
coxito. Ver cuxito.
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Sônia Queiroz 123
cuata
pegar. Orossimba ô cuatá ô mpuco. O gato pega o rato. Anguê ô cuatá ô
ngambe. A onça pega o boi. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
quatá. pegar, tomar, dar. castro, 2001, Bahia.
cuata. pegar. lopes, 2003.
Ç bicuata, bikuata. pertences. os quilombos, nem pedra sobre pedra;
e quimbos e sanzalas de esteira e bicuatas nas cabeças, crianças na mão.
vieira, 2006a, p. 96. Levaram muitos escravos, mas a maior parte destes
aproveitou as abertas provocadas pela confusão e deixou donos e bikuatas
sozinhos, fugindo para as terras da rainha Jinga, à busca de proteção e liber-
dade. pepetela, 1999, p. 15. cuata-cuata, kuata-kuata, kwata-kwata.
agarra-amarra. socos, paus e porradas, porrinhadas, as surdas chapadas
das catanas, confusão de unhas no cuata-cuta, jingojis e mucolos, barban-
tes. vieira, 2006a, p. 43. O amigo Vam Dum sabe que por vezes é preciso
fazer uma guerra de kuata-kuata para apanhar escravos, nem todos vêm
pela troca. pepetela, 1999, p. 119-120. Uns tinham morrido, de doença ou
de pequenos combates de kwata-kwata, como dizíamos às investidas para
apanhar escravos. pepetela, 2012, p. 309. cuatar. perseguir. […] tinham
encalhado pouco silencioso pra me cuatarem, o barulho estava de sentinela.
vieira, 2006a, p. 121.
okukuata. umb. agarrar, pegar. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
olun. pegar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. kukuata. quimb.
pegar. maia, 1964; assis jr., [19--].
cubá(r)
fazer, organizar. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cubá. olhar, medir, discretamente. antunes, 2013.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kubanga. quimb. fazer. maia, 1964; assis jr., [19--].
cubango
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
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124 Palavra banto em Minas
q córrego em Bom Jesus do Amparo e Santo Antônio do Amparo. lima,
2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
topônimo. castro, 2001; senna, 1938; 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kubangu. quimb. corografia. assis jr., [19--].
cucata
doença. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
doença, doente. castro, 2001, Bahia.
doença. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kukata. quimb. adoecer, doença. maia, 1964; assis jr., [19--].
cuchipa
cigarro. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cigarro. lopes, 2003.
Ç caluxiba. cobra chupadora (de ovos). […] no nosso cantinho eu só queria o
brilho dos olhos da selepente-caluxiba espetando agulhas bífidas, o sangue que
bebíamos nos pássaros quentes. vieira, 1987, p. 52. xiba. E velho Bastião, no
segredo de sua barraca, já está a mastigar quimbundos fundos, xiba sua maca-
nha, o vento passa e vem mais frio. vieira, 1974, p. 25.
kuxiba. quimb. fumar, absorver, chupar. maia, 1964; assis jr., [19--].
okusipa. umb. fumar. le guennec; valente, 2010. olun. fumar cânhamo.
diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
cuciá(r)
cuciá(r), kukiá(r). acordar, amanhecer. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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Sônia Queiroz 125
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okuka. umb. amanhecer. wilson, 1954. kukia. quimb. amanhecer. maia,
1964; assis jr., [19--].
cudiar. Ver curiá.
cuenda. Ver cuendá(r).
cuendá(r)
andar. byrd, 2005, Patrocínio. cuenda. [andar] Erê cuenda/oi cuenda
cuenda oi camará. Capitão Ivo Silvério da Rocha. rajão, 2000, Serro.
cuendar. andar. vogt; fry, 1996, Alfenas. uendar. vogt; fry, 1996,
Milho Verde. ocuenda. entrar. uenda. entrar, andar. gonçalves, 1995,
Jatobá. ocundá. ir. gonçalves, 1995, Jatobá. uenda. andar, entrar.
gonçalves, 1995, Jatobá. koendar, kuendar. batinga, 1994, Alto Para-
naíba/Triângulo. cuendê, oenda. Oenda auê, a a!/Ucumbi oenda, auê
a… machado fº, 1943, São João da Chapada.
ocundá-bambi. época de frio. gonçalves, 1995, Jatobá.
ocundá-merê. vamos fazer amor. gonçalves, 1995, Jatobá.
ocunda-tunda. levar. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cuendá, quendá. andar, partir, viajar. castro, 2001, Bahia. cuendá.
chegar, pôr, vir, pegar, ir, gerar, jogar, buscar, fugir, correr, levar,
trazer, andar, etc. indica ação. andrade fº, 2000, Cafundó.
cuendá pra cogenga carunga. falecer. andrade fº, 2000, Cafundó.
cuendar. andar. lopes, 2003. quendá. topônimo.
,senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kuenda. quimb. andar, caminhar, viajar. maia, 1964; assis jr., [19--].
okuenda. umb. andar. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun. andar.
diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. kwenda. quic. caminhar. cobe,
2010.
cuendar. Ver cuendá(r).
cuendê. Ver cuendá(r).
cuerar
casar. vogt; fry, 1996, Alfenas.
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126 Palavra banto em Minas
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cucuerar. casar. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
cuerar. casar. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okukuela. umb. casar. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
kukuela. quimb. casar. maia, 1964; assis jr., [19--]. kwela. quic. casar.
cobe, 2010.
cuete. Ver cueto.
cueto
dançante (companheiro; pessoa humana). simões, 2014, Milho Verde.
companheiro. byrd, 2005, Patrocínio. cuete. homem. O cuete é tibanga.
O cara é bobo. – pai. – mulher. O cuete injirô pro otro cumbara, dexô a
cuete, os camonim da cuete ficô tudo catito, sem urunanga, sem cureio. O
cara mudô pra otra cidade, dexô a mulhé, os menino da mulhé ficô
tudo pequeno, sem ropa, sem comida. – gente. É, até a ingura dele
onte ficô meia memo reduzida, porque ficô muita cuete sem caxá ingura.
cuetim, cuetitico, cuetitim. menininho. – filhinho. – rapazinho. quei-
roz, 1998, Tabatinga. uacueto, uagueto. ele, homem. vogt; fry, 1996,
Milho Verde. acuêto, ucuêto, vacueto. companheiro. Em amb. ucuêtu
é meu, nosso companheiro; vacuêtu, meus, nossos companheiros. No
dialeto houve esquecimento etimológico dos possessivos e ainda
surgiu a forma acuêto. machado fº, 1943, São João da Chapada.
cuete avura. patrão, homem rico (lit. homem grande). queiroz, 1998,
Tabatinga.
cuete da ocaia. marido (lit. homem da mulher). queiroz, 1998,
Tabatinga.
cuete de conjolo de granjão. padre (lit. homem de casa de Deus). queiroz,
1998, Tabatinga.
cuete de curimba. trabalhador (lit. homem de trabalho). queiroz, 1998,
Tabatinga.
cuete do meu conjolo. pai (lit. homem da minha casa). queiroz, 1998,
Tabatinga.
cuete meu tata. pai (lit. homem meu genitor). queiroz, 1998, Tabatinga.
cuete ocora. pai (lit. homem velho). queiroz, 1998, Tabatinga.
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Sônia Queiroz 127
cuete sem cuete. mulher solteira (lit. mulher sem homem). queiroz,
1998, Tabatinga.
purru, acoêto. alá companheiros. machado fº, 1943, São João da
Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
acueto. camarada; saudação equivalente a meus camaradas. castro,
2001, Bahia. cueto. companheiro. vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes.
cueto. companheiro. lopes, 2003.
Ç mukueto. amigo; camarada. Se fosse hoje ia lhe chamar de mukueto, meu
irmão. vieira, 2006a, p. 64.
akueto. quimb. meus companheiros. assis jr., [19--]. kueto. quimb.
nosso, nossa. maia, 1964; assis jr., [19--]. mukuetu. quimb. compa-
nheiro. maia, 1964. nkuetu. quic. companheiro. maia, 1964. n’kwa.
quic. companheiro. cobe, 2010. ukuetu. umb. companheiro. le guen-
nec; valente, 2010; wilson, 1954.
cuiavo
rio. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
rio. vogt; fry, 1996, Cafundó.
rio. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cuica. Ver puita.
cumba. Ver gunga.
cumbaca. Ver cumbara.
cumbara
cidade. cumbara-nêne. cidade. Cidade, comércio. simões, 2014, Milho
Verde; comércio, cidade. simões, 2014, Espinho. Eu saí lá do injó de
tata/conenga tata no injó de jequê/eu saí lá do cumbara eu é pequenino/
aqui nesse reino do tamain de agúia. Capitão Julio Antônio Filho. rios;
corrêa, 2008, fa*gundes. cumbaca, cumbe. cidade, vila. byrd, 2005,
Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio. kimbo. cidade, vila. byrd,
2005, Patrocínio. kumbara, cumbara. cidade. Vô pu cumbara num tem
tê. nascimento, 2003, São João da Chapada. cumbara, incumbara. O
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128 Palavra banto em Minas
orumo é do cumbara avura. O carro é da cidade grande. queiroz, 1998,
Tabatinga. cumbaraiêto. cidade grande. vogt; fry, 1996, Milho Verde.
kumbaca, kumbara, kunebara. cidade. batinga, 1994, Alto Para-
naíba/Triângulo. combaro. lugar habitado. O tijuco combaro barundo
mutenguê. machado fº, 1943, São João da Chapada. cumbara. cidade,
lugar habitado. dornas fº, 1938, Itaúna.
cumbara de São Pedro. cemitério (lit. cidade de São Pedro). queiroz,
1998, Tabatinga.
cumbara uarrufo. cemitério (lit. cidade brava). queiroz, 1998, Tabatinga.
kumbara maioral. cidade. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
combaro catita. lugar pequeno, comércio, arraial. machado fº, 1943,
São João da Chapada.
combaro uonene. cidade. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cumbara. cidade. castro, 2001, Bahia. ambara. cidade. andrade fº,
2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó. cumbara, umbara. cidade,
povoado. vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes.
ambara nâni. vila. andrade fº, 2000, Cafundó.
ambara vavuro. cidade grande. andrade fº, 2000, Cafundó.
cumbaca, cumbara. cidade. lopes, 2003.
Ç ambaquizar. rebuscado, retórico. Rio cego, rio lento depois, ambaqui-
zado, pleno de cavalos-dos-rios, eis deixo lhe ir, vai meu Lukala […]. vieira,
2006a, p. 17. quimbo, kimbo. pequena povoação. Um quimbo assim?
Perdido das margens onde que nosso rio é quem trabalha – podia ser? vieira,
2006a, p. 27. Digo-lhe o que sinto! Ora diga-me: vive a mãe com um preto
do quimbo? ribas, 1973, p. 102. Qualquer viajante que chega a um kimbo
da nossa terra tem o direito de participar numa festa. pepetela, 1981, p. 8.
mbaka, kimbaka. quimb. cidade. maia, 1964; assis jr., [19--]. mbála.
quimb. vila, aldeia. maia, 1964; assis jr., [19--]. ombala. umb. cidade. le
guennec; valente, 2010.
cumbaraiêto. Ver cumbara.
cumbara-nêne. Ver cumbara.
cumbata
cubata. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 129
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cubata. palhoça, casebre. lopes, 2003; castro, 2001; mendonça, 1973;
soares, 1954; senna, 1938; 1921.
Ç cubata. habitação feita de restos de materiais de construção; barraco,
casebre. Rodearam a cubata de sô Miguel, e, em frente, onde já se aglome-
ravam algumas mulheres com seus monas escondidos nos panos, viram o
homem que fazia esforços para descer de uma carrinha, debaixo das pancadas
de dois cipaios. vieira, [19--], p. 10. Por todos os lados do musseque, os peque-
nos filhos do capim de novembro estavam vestidos com pele de poeira verme-
lha espalhada pelos ventos dos jipes das patrulhas zunindo no meio de ruas
e becos, de cubatas arrumadas à toa. vieira, 2006b, p. 11. Mas ele se meteu
pelo mato, subiu as barrocas a a norte do Kinaxixi […] ergueu a sua primeira
cubata, paredes de barro e tecto de capim, como as dos negros. pepetela,
1999, p. 19. O quintal fechado devia esconder cubatas para os escravos vive-
rem algum tempo e recuperarem forças da extenuante viagem pelo mato.
pepetela, 2012, p. 145. E por detrás dessa massa vegetal, sucediam-se as
sanzalas com suas cubatas de capim, aqui uma, quilómetros adiante outra,
todas enxameadas de gente, exuberantemente revelando movimento e labor.
ribas, 1973, p. 53. A escola era só uma cubata de capim para o professor e,
numa sombra, alguns bancos de pau e uma mesa. pepetela, 1981, p. 16.
Sem Medo avançava à frente dos outros, impaciente por chegar, não pelo
calor da cubata, mas pelo café que o Comissário preparava, sabendo que eles
estavam cansados e friorentos.
,do CD Congado mineiro, ora expressam “a dor e o cansaço dos carregadores
caminhando léguas a pé entre as serras”, ora “marcam o momento em que,
aproximando-se do cemitério, os companheiros encomendam a alma do
morto, para que possa ganhar com suavidade a terra dos ancestrais”, hoje
só são cantados em ocasiões muito especiais, como no enterro de Antônio
Crispim Veríssimo, mestre de vissungo, integrante do catopê de Milho Verde,
falecido em 2008.
Os vissungos são um tipo de canto responsorial, em que o mestre puxa
o canto e o grupo responde. Geralmente o coro responde repetindo, sem
acréscimo, alguns dos versos cantados pelo solista, não havendo disputa
de quem é melhor – o que o diferencia do desafio do Nordeste, que é uma
disputa entre mestres do canto: um cantador joga versos para o outro, que
tem que dar conta de responder à altura. Os vissungos são cantos para várias
ocasiões: há o canto para saudar o dia, o amanhecer, o nascer do sol; o canto
do meio-dia, que é a hora da alimentação; o canto de multa, que é para abor-
dar um forasteiro que chegou ao trabalho de mineração; o canto do término
do trabalho; e o já mencionado canto de enterro, que recentemente foi objeto
do documentário dirigido por Rodrigo Siqueira, intitulado Terra deu, terra
come, premiado no Rio de Janeiro, no festival É tudo verdade em 2010. Ainda
sobre os vissungos, acompanhamos o trabalho de campo da pesquisadora
Lúcia Valéria do Nascimento (realizado no âmbito de seu mestrado, em 2003,
no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de
Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (FALE/UFMG), intitulado
A África no Serro-frio – Vissungos: uma prática social em extinção), e tivemos a
oportunidade de conhecer as comunidades do Baú e Ausente, e verificar a
permanência de alguns elementos culturais de tradição banto.
Realizamos o levantamento dos registros de falares africanos em Minas
Gerais, no âmbito do projeto A árvore da palavra, desenvolvido entre 2011 e
2014. Destacam-se a pesquisa de João Dornas Filho – realizada no povoado
de Catumba, no município de Itaúna, Oeste de Minas, e publicada inicial-
mente na Revista do Arquivo Municipal, de São Paulo, em 1938 – e o trabalho
importantíssimo desenvolvido na região de Diamantina por Aires da Mata
Machado Filho, que registrou 65 cantos, com “letra, música e tradução, ou
antes ‘fundamento’”, dois glossários da “língua banguela” (um extraído dos
cantos e o outro, do falar local), além de oito capítulos de estudo sobre a
cultura afrobrasileira no contexto da mineração de diamantes. Este trabalho,
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Sônia Queiroz 13
publicado inicialmente em capítulos, na mesma Revista do Arquivo Municipal,
de São Paulo, entre 1939 e 1940, foi editado e reeditado em livro – José
Olympio (1943), Civilização Brasileira (1964) e Itatiaia (a partir de 1985) – e
permitiu diversas gravações sonoras, a partir de 1944, e fílmicas, a partir
de 1985.
Na década de 1940, Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, contemporâneo
e companheiro de Mário de Andrade na pesquisa etnográfica, com finan-
ciamento da Biblioteca do Congresso Americano, foi pioneiro no registro
sonoro dos cantos de trabalho e de enterro no município de Diamantina (a
mesma região em que pesquisou Aires da Mata Machado Filho), entoados
em “dialeto banguela”, como denominavam ali o falar resultante do contato
de africanos de línguas do grupo banto trazidos para as Minas, prova-
velmente a partir do porto de Benguela, em Angola. Parte desse acervo
(quatro vissungos) foi digitalizada e disponibilizada em 1997, no CD L. H.
Corrêa de Azevedo: music of Ceara and Minas Gerais. Em 1985, foi gravado o
LP O canto dos escravos, por Clementina de Jesus, Doca e Geraldo Filme,
ao qual se seguem, mais tarde, diversas outras gravações em CD. Atual-
mente, com os avanços tecnológicos, o registro digital vem sendo reali-
zado no Sudeste brasileiro com muita qualidade por associações culturais
como Cachuera! e Viola Correa, com o patrocínio do Itaú e da Petrobras
Cultural. Destacam-se também iniciativas isoladas de artistas-pesquisadores,
como Titane e Caxi Rajão. À iniciativa e qualidade do trabalho dos músicos
e etnomusicólogos, e de toda a equipe desses pesquisadores da música
de tradição oral no Brasil, deve-se o registro sonoro (e, em alguns casos,
também escrito e em DVD) dos cantos utilizados nesta pesquisa.
Os exemplos mencionados acima ilustram os raros registros dos fala-
res, contos e cantos de tradição oral banto em Minas. O estudo desses cantos
numa abordagem comparativa, levando em consideração as relações entre
as línguas e outras manifestações culturais africanas, demanda dedicação e
tempo sobre os textos de cá e de lá do Atlântico. O primeiro passo para esse
estudo, no entanto, é a reunião dos falares, dos cantos – música e letra – e
dos contos, em suporte material, o que exige deslocamento e equipamento
para gravação e transcrição. Por isso, reiteramos, as recolhas e gravações já
feitas são de grande valor para o desenvolvimento da pesquisa.
No estágio de pós-doutoramento realizado entre 2007 e 2008 na
UNEB-Salvador, com a supervisão da etnolinguista Dra. Yeda Pessoa de
Castro, pudemos reunir um repertório de mais de 100 contos da tradi-
ção oral dos povos de línguas do grupo banto – especialmente quicongo,
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14 Palavra banto em Minas
quimbundo e umbundo – publicados em língua portuguesa a partir de
recolhas feitas em Angola e em Moçambique; e de outros quase 100 contos
recolhidos na tradição oral de Minas Gerais. O projeto, intitulado Minas
afrodescendente: histórias da tradição banto, tinha como objetivo identificar
histórias trazidas pelos falantes das línguas banto ao Brasil, contribuindo,
assim, para a identificação de uma poética banto na tradição oral de Minas.
Identificamos nesses contos relações transtextuais, ou hipertextuais, que
chamamos de ressonâncias, com base em conceito cunhado por Mikhail
Bakhtin para designar o efeito provocado pela multiplicidade de senti-
dos no encontro de enunciados no fluxo da rede de comunicação verbal.
Segundo Bakhtin, um discurso só se constrói pelo atravessamento de uma
variedade de outros discursos, quando as palavras já são habitadas por
ressonâncias. A esse encontro, Bakhtin deu o nome de ressonância dialógica.
Durante a leitura das coletâneas de contos recolhidos de um e de
outro lado do Atlântico, encontramos em recolhas mineiras alguns contos
que não apresentaram ressonância com os contos africanos no enredo,
mas que contêm no texto palavras de línguas do grupo banto. Trata-se,
portanto, de um outro tipo de relação, não mais entre os textos, mas, sim,
entre as línguas de transmissão dos textos, ou, ainda, entre texto e palavra
(no sentido de ‘vocábulo’ e também no sentido de ‘discurso’, ‘parábola’).
Decidimos, então, continuar investigando, a partir das palavras de
línguas africanas do grupo banto presentes em falares, contos e cantos
registrados no Brasil, o trânsito etnopoético dos textos. Atentando ao
campo semântico e simbólico dessas palavras, ao seu nível de integração
no português brasileiro, o objetivo era refletir sobre o contato etnolinguís-
tico e a preservação de línguas africanas no Brasil, a memória e a competência
simbólica banto evidenciadas em narrativas orais e cantos. Que histórias
nos contam as palavras africanas escolhidas para guardar a memória dos
bacongo, dos ambundo e dos ovimbundo em terras brasileiras? Poderíamos
identificar esse fenômeno de ressonância linguística e hipertextual nas
narrativas orais e nos cantos com recursos etnopoéticos recorrentes na lite-
ratura africana escrita publicada nos últimos anos? Pensar essas ressonân-
cias de caráter linguístico e cultural nos ajuda a entender o quão próximos
somos da África.
A rede de cerca de 129 narrativas levantadas nessa busca foi digitali-
zada e editada em CD-ROM, de modo
,pepetela, 1982, p. 116. As cubatas – umas de
barro batido e cobertas de colmo, outros totalmente no colmo – dispersavam-se
ao acaso, e algumas, pela acção das intempéries ou dos estragos dos garotos,
mostravam o esqueleto de caniços e tungos. ribas, 1985, p. 61.
kubata. quimb. casa, palhota. maia, 1964.
cumbatá
comer. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cumbata. comer. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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130 Palavra banto em Minas
cumbe. Ver cumbi, cumbara.
cumbi
sol. simões, 2014, Milho Verde. cumba, gumbo. hora, tempo, sol.
byrd, 2005, Patrocínio. cumba, pumba. sol. Ele hoje caxô aqui rompê do
cumba. Ele hoje passô aqui rompê do sol. queiroz, 1998, Tabatinga.
cumba, cumbe. hora, dia, sol. vogt; fry, 1996, Patrocínio. cumbe.
cidade, povoado. sol. vogt; fry, 1996, Milho Verde e Patrocínio.
certa bebida. gonçalves, 1995, Jatobá. ocumbe, ucumbe. sol. vogt;
fry, 1996, Milho Verde. gumbo. dia, hoje. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
kumba. ano, hora. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. kumbo.
ano. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
bacuri de cumba. observar. byrd, 2005, Patrocínio.
cumba ofu. noite (lit. hora escura). byrd, 2005, Patrocínio.
cumba imbuno. noite. byrd, 2005, Patrocínio.
cumba serena. noite. byrd, 2005, Patrocínio.
cumba de indaro. dia. byrd, 2005, Patrocínio.
cumba raiante. lua. byrd, 2005, Patrocínio.
cumba da hora do bambi. lua (lit. sol da hora do frio). queiroz, 1998,
Tabatinga.
cumba do bambi. lua (lit. sol do frio). queiroz, 1998, Tabatinga.
cumba do oteque. lua (lit. sol da noite). queiroz, 1998, Tabatinga.
kumba raiante. dia. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
kumba serena. noite. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
kumbo oteke. sol se pondo. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
kumbo raiante. dia; sol. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
cumbe de otécame. lua (lit. lume da noite). dornas fº, 1938, Itaúna.
cumbe de uanja. sol. dornas fº, 1938, Itaúna.
q cumba. Nomeia localidade em Tupaciguara; córrego em Monte Alegre
de Minas, Santa Vitória e Tupaciguara; córrego em Santa Vitória.
cumbé. Nomeia córrego e povoado em Itaverava. lima, 2012.
cuba. feiticeiro. – decidido, forte, valente. castro, 2001, Bahia. cúmbi.
sol. andrade fº, 2000, Cafundó. cumbe. sol. vogt; fry, 1996, Cafundó.
cúmbi do tec. lua, estrela. andrade fº, 2000, Cafundó.
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Sônia Queiroz 131
cúmbi mafavico do tec, cúmbi naninho do tec. lua em quarto
minguante, estrela. andrade fº, 2000, Cafundó.
cúmbi vavuro do tec. lua cheia. andrade fº, 2000, Cafundó.
cumba. hora, tempo. lopes, 2003; raimundo, 1933.
Ç ekumbi. sol. Quem é essa menina tão linda até parece a barba de milho
já pronto a namorar com ekumbi, o sol que é a cor do cabelo dela, também
parecido com a nossa muamba, que é? rui, 2013, p. 48.
kumbi. quimb. sol. maia, 1964; assis jr., [19--]. dikumbi. quimb. sol.
maia, 1964. rikumbi. quimb. o sol. assis jr., [19--]. ekumbi. umb. sol. le
guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun. sol. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
cumbumbe
mulher grávida. simões, 2014, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbumbi. quimb. bola, estado ou forma de redondo. assis jr., [19--].
cunxito. Ver cuxito.
cupapara
festa. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
festa. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cupia
cupia, cupiá. cabeça. byrd, 2005, Patrocínio. depia. cabeça. batinga,
1994, Alto Paranaíba/Triângulo. cupia. cabeça. vogt; fry, 1996, Patro-
cínio. kupia, kupiá, kupiara. cabeça. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
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132 Palavra banto em Minas
amparo de cupia. chapéu. byrd, 2005, Patrocínio.
tapa kumbe, tampa de kupia. chapéu. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
kupiara axo. bobo. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cupia. cabeça. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cupiá. Ver cupia.
cupiá(r). Ver copiá(r).
cupiara
mulher do outro. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
mulher alheia. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
cupiaro
alto da cabeça, cocoruto. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
alto da cabeça. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
curé
armadilha. Siá Nioka, comadre minha, caiu no curé. gonçalves, [1994].
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 133
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
dança de curé. nome referente a danças, festas, divertimentos em
geral. senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okutelela. olun. fazer armadilha. diccionario Portuguez-Olunyaneka,
1896.
curei. Ver cureio.
cureia. Ver cureio.
cureio
cureio, cureia, curei. comida. Talvez que amanhã eu num vô no curimba
não. Num tem ingura pa comprá curei... Talvez que amanhã eu num
vô no trabalho não. Num tem dinheiro prá comprá comida... quei-
roz, 1998, Tabatinga. curiá. vogt; fry, 1996, Patrocínio. kuria, kuri-
ata. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. kuriata. almoço, arroz.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo
buraco de cureio. boca (lit. buraco de comida). queiroz, 1998, Tabatinga.
caxá cureio. comer (lit. ingerir comida). queiroz, 1998, Tabatinga.
cureio de gombê. pasto (lit. comida de gado). queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç curia. comida. […] trabalho serviço que dá só a cúria. vieira, 1987, p. 40.
kuria. quimb. comer, comida. assis jr., [19--]. kudiá quimb. comer,
comida. maia, 1964. okulia. umb. comer, comida. le guennec; valente,
2010; wilson, 1954. dya. quic. comer. cobe, 2010. onondia, okuria.
olun. comida. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
curiá
comer. simões, 2014, Milho Verde. Aqui neste reino curiô com dambi/
eh, dambiojira cafom de vindero ocaia. Capitão Julio Antônio Filho.
rios; corrêa, 2008, fa*gundes. menino. Se tinha muito menino aqui,
eles tratava criança de curiá. pereira, 2005, Arturos. comer. byrd, 2005,
Patrocínio. comer. Abre a porta, meus filin, leite no ub’ro, farinha na cuia
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134 Palavra banto em Minas
pa curiá, oi qui! qccap, 2004. curiá. comer. Precisano fazê cureio, num
tem jeito de curiá, porque num caxa ingura. Precisano fazê comida, num
tem jeito de comê, porque num tem dinhero. – copular. Esse cuete tava
tipurano com uma ocora aí no conjolo da matuaba. Eu falei: cuete, num dá
prá curiá. Ele falô assim: nós rasta pro sengue. Esse cara tava paquerano
com uma mulhé velha aí no bar. Eu falei: cara, num dá pra comê.
Ele falô assim: nós vai. pro mato. queiroz, 1998, Tabatinga. curiar.
comer. beber. vogt; fry, 1996, Alfenas e Milho Verde. comer. vogt; fry,
1996, Patrocínio. cudiar. comer. vogt; fry, 1996, Alfenas. curiá. comer.
dornas fº, 1938, Itaúna. kuriar. comer. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo. kuriatar. almoçar. comer. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
amparo de cúria(r). garfo. byrd, 2005, Patrocínio.
aprumar cúria(r). comer. byrd, 2005, Patrocínio.
amparo de kuriar. garfo. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cuniá. comer. cudiá. castro, 2001, Bahia. cunuar. beber. vogt; fry,
1996, Cafundó. curiar. comer. vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes.
curiar. comer. lopes, 2003; mendonça, 1973; soares, 1954; laytano,
1936; raimundo, 1933.
Ç curia. comida. […] trabalho serviço que dá só a cúria. vieira, 1987, p. 40.
kuria. quimb. comer, comida. assis jr., [19--]. kudiá. quimb. comer,
comida. maia, 1964. okulia. umb. comer, comida. le guennec; valente,
2010; wilson, 1954. dya. quic. comer. cobe, 2010. okuria. olun. comer.
diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
curiá. Ver cureio.
curiacuca
cozinheiro; de curiar, comer (do amb. kuria, comer) e cuca, mulher
velha e feia (do amb. kuku, avô ou avó, feminizado no português em
cuca). Com licença do curiacuca. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cozinheira; a encarregada da comida ritual. castro, 2001, Bahia.
cozinheiro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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Sônia Queiroz 135
kuria. quimb. comer, comida. assis jr., [19--]. kudiá. quimb. comer,
comida. maia, 1964. okulia. umb. comer, comida. le guennec; valente,
2010; wilson, 1954. dya. quic. comer. cobe, 2010. wa kuka, ma kuka.
umb. velho. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. kukuka. quimb.
estar caduco. velhice. assis jr., [19--]. okuria. olun. comer. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896.
curiandamba
velho. Com licença do curiandamba. machado fº, 1943, São João da
Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ukulu wendamba. umb. homem de idade avançada. le guennec;
valente, 2010.
curiar. Ver curiá.
curima
trabalho. byrd, 2005, Patrocínio. curimba, curimbo, curima, curimo.
trabalho, ato de trabalhar. Padrim, ela é ruim de curimba. nossa! só sabe
bebê aver. Padrim, ela é ruim de trabalho, só sabe bebê leite. – local
de trabalho. Então, a hora que nós chegô no curimo, né? As ocaia: cadê a
camberela? Cadê o conviconve? Então a hora que nós chegô no traba-
lho, né? As mulhé: cadê a carne? Cadê o pão? – produto do trabalho.
– terra. Pitô conjema, injirô pro cumbara uarrujo, cachô curima em cima.
Morreu, foi pro cemitério, jogô terra em cima. [...] Esse curimbo meu
tem que entregá hoje. [...] Esse trabalho meu tem que entregá hoje.
– pedra. queiroz, 1998, Tabatinga. curima. serviço. Iô vou oendá pu
curima auê. machado fº, 1943, São João da Chapada. Trabalho. dornas
fº, 1938, Itaúna. kurima. trabalho. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
caxá o curimba. trabalhar (lit. realizar o trabalho). – correr (lit. levantar
a poeira). queiroz, 1998, Tabatinga.
kurima oxapo. desempregado. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
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136 Palavra banto em Minas
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
curimá. trabalhar. castro, 2001, Bahia. curima. trabalho, atividade.
andrade fº, 2000, Cafundó.
tenhora do curima do túri. arado, enxada. andrade fº, 2000, Cafundó.
curimã. trabalho. lopes, 2003.
Ç curimba. topônimo. Agora, sô Montero, ouve bem. Quando a gente estava
passar na barra do Curimba, o comandante mandô detar uma garrafa de
vinho-porto. ribas, 1973, p. 92.
okulima. umb. lavrar a terra. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
kurima. quimb. lavrar a terra, capinar. maia, 1964; assis jr., [19--].
okuringa. olun. trabalhar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
curimá(r)
trabalhar. byrd, 2005, Patrocínio. curimá. [trabalhar]. Oia eu vim lá de
Angola/eu vim aqui curimá/ah, eu vim do calunga/eu vim aqui trabucá.
Capitã Pedrina de Lourdes Santos. titane, 1999, Oliveira. curimbá,
curimá. trabalhar. Óia, gente, eu preciso curimbá um poquinho, porque
esse curimbo meu tem que entregá hoje. Óia, gente, eu preciso trabalhá
um poquinho, porque esse trabalho meu tem que entregá hoje. quei-
roz, 1998, Tabatinga. curimar. trabalhar, rezar. vogt; fry, 1996, Patro-
cínio; dançar. vogt; fry, 1996, Alfenas. kurimar. trabalhar. batinga,
1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
curimá. trabalhar. castro, 2001, Bahia. curimá. trabalhar, fazer,
produzir, preparar. andrade fº, 2000, Cafundó. curimar. trabalhar,
rezar. vogt; fry, 1996, Cafundó e Mogi das cruzes.
curima da mucanda. livro. andrade fº, 2000, Cafundó.
curima de Jambi. festa religiosa. andrade fº, 2000, Cafundó.
curima do adufo e do fole. música. andrade fº, 2000, Cafundó.
curima do nangá do adufo. música. andrade fº, 2000, Cafundó.
curima do palulé. futebol, dança. andrade f° 2000, Cafundó.
curima do palulé do pelotão. futebol. andrade fº, 2000, Cafundó.
curima do palulé da picópia do nangá do adufo. dança. andrade fº,
2000, Cafundó.
curimar. trabalhar. lopes, 2003. culimar. lavrar a terra. ferreira, 1997.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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Sônia Queiroz 137
okulima. umb. lavrar a terra. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
kurima. quimb. lavrar a terra, capinar. maia, 1964; assis jr., [19--]. okur-
inga. olun. trabalhar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
curimá, curimar. Ver curimá(r).
curimba, curimbá. Ver curima.
curimbadô
trabalhador. Os cuete imbanje da ocaia [...] é tudo curimbadô, curimba
avura. Os cara irmão da mulhé é tudo trabalhadô, trabalha muito.
queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
curimá. trabalhar. castro, 2001, Bahia. curimadô. trabalhador, instru-
mento. andrade fº, 2000, Cafundó.
curimadô de cuendá o variá curimado no túri. carro de boi, carroça.
andrade fº, 2000, Cafundó.
curimadô do cambererá do vavá. pescador. andrade fº, 2000, Cafundó.
curimadô do bicuanga do túri do injó. pedreiro. andrade fº, 2000,
Cafundó.
curimadô do ingômbi do andarau. motorista, mecânico. andrade fº,
2000, Cafundó.
curimadô do maiêmbi que cuípa caxapura. médico. andrade fº, 2000,
Cafundó.
curimadô do nhoto. coração. andrade fº, 2000, Cafundó.
curimadô do palulé do pelotão. futebolista. andrade fº, 2000, Cafundó.
curimadô do turí. lavrador. andrade fº, 2000, Cafundó.
curimadô do variá. fogão. andrade fº, 2000, Cafundó.
curimar. trabalhar. lopes, 2003. culimar. lavrar a terra. ferreira, 1997.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okulima. umb. lavrar a terra. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
kurima. quimb. lavrar a terra, capinar. maia, 1964; assis jr., [19--].
okuringa. olun. trabalhar. diccionario Portuguez-Olunyaneka,
,1896.
curimbar. Ver curimá(r).
curimbo. Ver curima.
curimo. Ver curima.
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138 Palavra banto em Minas
curirá(r)
chorar. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
uadilá. chorar. castro, 2001, Bahia. cúria. chorar. andrade fº, 2000,
Cafundó. curirar. chorar. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996,
Cafundó. curira. choro. andrade fº, 2000, Cafundó.
curirar. chorar. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okulila. umb. chorar. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun.
chorar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. kurila. quimb.
chorar. assis jr., [19--]. kudila. quimb. choro. maia, 1964. dila. quic.
chorar. cobe, 2010.
cuséca. Ver cuzeca(r).
cusecar. Ver cuzeca(r).
cusucanar. Ver cassucará(r).
cutá
cutá. orelha. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada em registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
orelha. vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes.
orelha. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kutu. quic. orelha. cobe, 2010; maia, 1964. okutui. olun. orelha. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896.
cuvéra
dor. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cuvera. doença. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okuvela. umb. doença. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. yela.
quic. doença. cobe, 2010. ouvera. olun. doença. diccionario Portu-
guez-Olunyaneka, 1896.
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Sônia Queiroz 139
cuxito
cuxito, cunxito. porco. simões, 2014, Milho Verde. coxito. pequeno.
– raça de porcos pequenos. simões, 2014, Espinho. machado fº, 1943,
São João da Chapada.
q catitu. Nomeia córrego em Uberaba e Veríssimo. catito. Nomeia
fazenda em Araguari. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
catito. rato pequeno. castro, 2001; ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kaxitu. quimb. animalzinho. assis jr., [19--]. ci tito umb. pequeno. le
guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
cuzeca
sono, cansaço. byrd, 2005, Patrocínio. sono. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
kozeca. cama. sono. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
amparo de cuzeca. cama. byrd, 2005, Patrocínio.
amparo de kozeca. cama. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
ponte kozeca. cama. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
sono. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kuzeca. quimb. dormir. assis jr., [19--]. quimb. sono. maia, 1964.
cuzeca(r)
dormir. byrd, 2005, Patrocínio. cusecar. dormir. vogt; fry, 1996, Patro-
cínio; kuzecar. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. cuséca.
dornas f°, 1938, Itaúna.
aprumar cuzeca. dormir. byrd, 2005, Patrocínio.
cuséca mutimbe. vamos dormir na cama. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cuzeca. sono. lopes, 2003.
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140 Palavra banto em Minas
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kuzeca. quimb. dormir. assis jr., [19--]. quimb. sono. maia, 1964.
D
dambi. Ver bambi.
dambiojira
[?] Aqui neste reino curiô com dambi/eh, dambiojira cafom de vindero ocaia.
Capitão Julio Antônio Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
dã. (kwa) cobra. – vodum representado por uma cobra píton, sagrada
no Daomé. Nomes: Dambê, Dambira, Dambuê, Soboadã. Nome iniciá-
tico: Dambi, Danvice. jira. oração, reza, o ato de louvar as divindades
em congo-angola. – sessão de umbanda. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo. Ver bambi, jira.
dandara
dandara, dandará. criança. byrd, 2005, Patrocínio. dandarazim.
criancinha. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo. andarau, dandarau. vogt; fry, 1996, Patrocínio. dandará,
nanará. filho, menino. vogt; fry, 1996, Patrocínio. dandará, dandara.
criança. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. dandara, nananrá.
menino. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
dandara santo. recém-nascido. byrd, 2005, Patrocínio. criança de peito.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
dandara ofu. criança negra. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
dandará. filho, menino. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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Sônia Queiroz 141
dandará. Ver dandara.
dandarau. Ver dandara.
dendê
segredo. O padre entende do rosário dele, tem o seu dendê, o seu segredo.
pereira, 2005.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
bruxaria, magia negra, coisa-feita. diz-se de moça assanhada, espe-
vitada. castro, 2001, Bahia.
palmeira (Elaesis Guineensis) ou o fruto da palmeira. óleo vermelho
comestível obtido da palmeira dendê. lopes, 2003; ferreira, 1975;
mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938; 1921; raimundo, 1933.
Ç dendém. fruto. A anó sabe que eu já estive em Salvador, no Brasil, três dias a
viver num terreiro […]. Vatapá e acarajé, gostosuras, comidas com óleo dendém
e uma fruta máxima, jabuticaba. rui, 2013, p. 75. Acolá, cestos de castanhas de
caju, mangas, dendéns, feijão verde e seco, jinjilu, cacussos, missolos, bagres e
mais e mais coisas. xitu, 2011, p. 88. Os dendéns já não têm o mesmo gosto e
nem produzem o óleo como antigamente. xitu, 1984, p. 44-45.
ndênde. quimb. fruto da palmeira, de que se extrai o óleo de palma
assis jr., [19--].
denga
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em São Pedro dos Ferros. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
dengo, dengue. choradeira, birra, manha. – o filho mais mimado.
lopes, 2003; castro, 2001; mendonça, 1973; senna, 1938; raimundo,
1933.
Ç dengue. carinho, dengo. E ela queria se sorrir seu dengue-dêndem mas o
quipanzéu ainda estava lá, na cama. vieira, 1987, p. 46. Nos meus tempos,
sim, os homens babavam-se por mim. Hoje sou um cangalho… - deprecia-
va-se, mas dengosa. ribas, 1985, p. 49.
ndenge. quimb. criança. maia, 1964; assis jr., [19--].
dengosa
certa bebida. gonçalves, 1995, Jatobá.
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142 Palavra banto em Minas
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
nome para cachaça. castro, 2001, Bahia.
cachaça. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ndênde. quimb. fruto da palmeira, de que se extrai o óleo de palma
assis jr., [19--]. Ver denga.
depia. Ver cupia.
dombe
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q localidade e córrego em Carandaí. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
topônimo. senna, 1938; 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ndómbe. quimb. povoação e sede do posto civ. do mesmo nome,
cone, distrito e província de Benguela. assis jr., [19--].
dondó
, Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q serra em Alpinópolis. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ndondo. quimb. a vila do Dondo. assis jr., [19--].
dumbo. Ver jambu.
dunga
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q dunga josé. Nomeia fazenda em Viçosa. lima, 2012.
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Sônia Queiroz 143
homem valente, corajoso; chefe, maioral; o dois de paus em jogo de
carta, que também pode ser chamado de gunga. castro, 2001, Bahia.
topônimo. – um dos sete anões do conto de Branca de Neve. –
homem valente, importante. castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça,
1973; senna, 1938; 1921; campos, 1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ndunge. quimb. inteligente. maia, 1964; assis jr., [19--]. olondunge.
umb. inteligência. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. nduka.
quic. inteligência, esperteza. cobe, 2010. onondunge. olun. juízo.
diccionario Portuguez-Olunyaneka Nyaneka, 1896.
dungundar
falar. vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
falar. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ngunga. quimb. pessoa que fala muito e não sabe guardar segredo,
falador. assis jr., [19--].
duque
inseto. byrd, 2005, Patrocínio. tambor. vogt; fry, 1996, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
inseto. andrade fº, 2000, Cafundó.
duque do êmio. abelha. andrade fº, 2000, Cafundó.
duque do nâni do sêngui que cuenda no injó de Alá. borboleta.
andrade fº, 2000, Cafundó.
tambor. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
duku. quic. tambor. maia, 1964.
E
embuá. Ver ambuá.
embuete
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144 Palavra banto em Minas
embuete, imbuele, imbuete. madeira, árvore. byrd, 2005, Patrocínio.
imbuete. árvore. – madeira. –lenha. Aí, ó, orongome caxano imbuete.
Aí, ó, cavalo carregano lenha. – pau, vara. Cê caxa o imbuete nele, eu
caxo o imbuete na ocaia. Cê mete o pau nele, eu meto o pau na mulhé.
– pênis. Eu caxo o imbuete avura na ocaia ocora. Eu meto o pinto duro
na mulhé velha. imbuetão. pênis grande. Lá tem cada cuete avura,
com imbuetão! Lá tem cada cara bonito, com pintão! imbuetim. pênis
pequeno. queiroz, 1998, Tabatinga. embuete. pau, porrete, madeira.
vogt; fry, 1996, Patrocínio. imbuele. pau, madeira, árvore. vogt;
fry, 1996, Patrocínio. umbuetê. pau, lenha. gonçalves, 1995, Jatobá.
imbute. porrete. kimbete. pênis. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo;
imbuete de indaro. fósforo. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
imbiti. cassetete, pau. andrade fº, 2000, Cafundó.
imbitizinho do andaru. vela, fósforo. andrade fº, 2000, Cafundó.
embuete. pau. lopes, 2003. kimbete. certa dança de origem africana.
ferreira, 1975.
Ç mbubetete. instrumento musical. Seis homens estavam em volta de uma
fogueira, sob um telheiro que servia de lugar de serão. Dos seis, um velho
careca (de tronco nu), luzidio, e que trazia cingido à cintura um cobertor,
cujas pontas estavam metidas por entre as pernas, deixando desnudadas as
coxas à mercê do calor da lareira, feria de olhos fechados e com uma habili-
dade as pontas do mbuetete, prateadas, pelo uso. xitu, 2011, p. 68.
ombueti. umb. bengala. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
embwala. umb. testículo. le guennec; valente, 2010. ombuti. umb.
madeira, cacete. le guennec; valente, 2010. mbueti. quimb. bengala,
cacete. maia, 1964. n’ti. quic. árvore, madeira, pau. cobe, 2010. omuti.
olun. pau, árvore, madeira. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
endaro
moinho. byrd, 2005, Patrocínio. engenho. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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Sônia Queiroz 145
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
engarona
égua. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ngolo. quimb. zebra maia, 1964; assis jr., [19--]. ongolo. umb. zebra.
le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun. zebra. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896.
engere
defunto. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
engolo
engolo, engoro. burro. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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146 Palavra banto em Minas
ngolo. quimb. zebra. maia, 1964; assis jr., [19--]. ongolo. umb. zebra. le
guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun. zebra. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
engoro. Ver engolo.
engonhá(r)
enrolar, ganhar tempo. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
inganga. umb. enrolar repetidas vezes. le guennec; valente, 2010.
enjo. Ver onjó.
etá
pênis. vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
pênis. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
eucatito. Ver catito.
exoa
bobo. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nzwa. quic. bobalhão. cobe, 2010. kioua. quimb. parvo, tolo. maia, 1964;
assis jr., [19--]. zowa, zoua. quic. tolo, bobo. cobe, 2010; maia, 1964.
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Sônia Queiroz 147
F
faim
faca. enxada. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio;
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. paim. enxada. byrd, 2005,
Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
faim de senjo. foice. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
,faim de senjo maioral. facão. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
faca. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
farofa
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q localidade em Antônio Carlos; córrego em Igarapé, Jaboticatubas,
São Joaquim de Bicas; serra em Igarapé, Jaboticatubas; fazenda em
Santa Vitória. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
comida feita de farinha de mandioca ou de milho. – fanfarronice;
coisa sem valor. lopes, 2003; ferreira, 1975; silveira, 1975d; beaurepaire-
-rohan, 1956; teixeira, 1946; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
falofa. quimb. farinha de mandioca molhada em água. assis jr., [19--].
fimba
mergulho, nadar. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
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148 Palavra banto em Minas
Ç Fimba (dar…), fimbar. mergulho; mergulhar. Demos encontro com o
mar e as fimbas, anémonas no fundo e vimos o brilho da escama da garou-
pa-das-pedras silencioso na cara de nossos olhos, debaixo d’água. vieira,
1987, p. 54-55. Ensinando-os a fimbar, nadar de costas, a nadar de lado e
mais outras possibilidades. xitu, 1984, p. 54.
fimba. quimb. mergulho. maia, 1964; assis jr., [19--]. nfimbu. quic.
mergulhar. cobe, 2010.
frize
machado. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
machado. vogt; fry, 1996, Cafundó.
machado. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
fuá
bagunça. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
folia, algazarra. castro, 2001, Bahia.
desconfiado. – dente seco. – topônimo. lopes, 2003; senna, 1938;
laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
fufu. quimb. confusão. maia, 1964; assis jr., [19--]. Ver mafuá.
fubá
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Buritizeiro, Ibirité, Jacutinga e Santa Rita de Jacutinga;
fazenda em Carangola e Jacutinga; rio em Miraí; localidade em
Viçosa. lima, 2012.
espécie de doce de amendoim, farinha e açúcar pulverizado. – pó,
película finíssima, esbranquiçada, que se desprende da pele ao coçar-
-se ou quando a arranham. castro, 2001, Bahia.
farinha de milho ou arroz. – paçoca. – pó fino e esbranquiçado que se
sai da pele ao coçar-se ou arranhar-se. – diz-se do gado de pelo ruço.
– fig. polvorosa. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça,
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Sônia Queiroz 149
1973; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; teixeira, 1946; senna,
1938; 1921; laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç fuba. farinha. Todos os meninos do musseque fabricavam suas máscaras
de papelão e arrumavam a fuba uns nos outros. vieira, 2003, p. 102. Mas
depois quero aprender a maneira de o pano ficar entre as pernas quando se
está a pisar fuba ou a cavar com aquela enxada. —Etemo. Vou mandar fazer
só para ti. E um pau de pisar a fuma nas nossas pedras. —Fuba é osema.
—Aprendeste quando? — Não sei. Acho que a palavra me veio à fala agora,
automaticamente. rui, 2013, p. 81. Do leite, até então utilizado na prepa-
ração do gúndi, ou seja, fermentado em cabaças para ser tomado com ita – a
coadjuvante massa cozida de fuba – reservou uma boa parte para o fabrico
de manteiga e queijos, que depois mandava vender na vila. ribas, 1973, p.
109. As quindas de fuba que ele ajudava a produzir, o peixe que ele pescava
no Kuando, o mel que tirava dos cortiços? pepetela, 1981, p. 15. Comprem
também feijão de qualquer qualidade e macunde. Comprem também fubá de
bombó e de milho. ribas, 1985, p. 67. Certo dia, a Saki não acompanhou os
pais à lavra. Ficou a pisar milho e fazer fuba, como recomendara a mãe, velha
Mbamba. xitu, 1984, p. 84.
fuba ia masa. quimb. farinha. maia, 1964; assis jr., [19--]. nfuba. quic.
farinha. cobe, 2010; maia, 1964.
fundanga
pólvora. O bicho-homem descarregou chumbo e fundanga na cacunda
do elefante que saiu urrando de dor, espanto e medo. gonçalves, [1994],
Jatobá.
fundanga de capecere. peido fedido. simões, 2014, Milho Verde.
q Nomeia córrego em Santa Rita do Itueto; Fazenda em Aimorés; e
localidade em Mantena. lima, 2012.
fuganga. pólvora. castro, 2001.Bahia. cundanga. espingarda.
andrade fº, 2000, Cafundó. vogt; fry, 1996, Cafundó.
fundanga. pólvora. lopes, 2003; ferreira, 1997.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
fundanga. quimb. pólvora. assis jr., [19--]. funda. quimb. pólvora.
maia, 1964. ofundanga. umb. pólvora. le guennec; valente, 2010;
wilson, 1954. ofundanga. olun. pólvora. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
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150 Palavra banto em Minas
fuzuê
confusão. A mata viveu o maior fuzuê de gritaria, piados e urros. gonçal-
ves, [1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
algazarra, barulho, confusão. castro, 2001. Bahia.
festa; confusão. antunes, 2013; lopes, 2003; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
funza. quimb. algazarra. maia, 1964. kunfuzá. quimb. confusão. maia,
1964; assis jr., [19--].
G
gadanha
mão. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
gafanhaque. Ver cafanhaque.
gâmbia
perna. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
topônimo. senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
gâmbiá(r)
andar. byrd, 2005, Patrocínio. gambiar. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 151
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
gana. Ver ganga.
gananzambe. Ver gananzambi.
gananzambi
gananzambi, ingananzambi. deus. simões, 2014, Milho Verde. jambi.
santo. gananzambe. pai. byrd, 2005, Patrocínio. inganazambe, tanga-
nazambe, t’anzandoiola. deus. Que é primero com tanganazambe. Ê
pade nosso cum ave maria seguru o camera qui t’anzandoiola. nascimento,
2003, São João da Chapada. tanazambê. Padre Nosso com Ave Maria/
securo camera que tanazambê/tanazambê, ê/tanazambê, ah/bamba jambê,
ah/bamba jambê, ah. Capitão Ivo Silvério da Rocha. dias, 2001, Serro.
inganazambe. deus. pereira; gomes, 2000, Arturos. granjão, garanjão,
garanjame. deus. padre. A ocaia foi tipurã o cassucaro no granjão. A
mulhé foi casá
,no padre. queiroz, 1998, Tabatinga. vangueopungo.
Vangueopungo é quem me criô, o vangue. Capitão Ivo Silvério da Rocha.
rajão, 2000, Serro. zambi. deus. Abá cuna zambi pala oso/aiabá cuiama
cana abá apaninjé/ê ê aruê, aruê, aruê/ê ê aruê, aruê, aruê. Capitã Pedrina de
Lourdes Santos. titane, 1999, Oliveira. santo. vogt; fry, 1996, Alfenas.
deus. Duro cum bambi/dipupi aiovê,auê.../ê duro cum zambi/dipupu aiovê/
zambi dimanga zambi no jira tingô auê... Capitão João Lopes. lucas,
[1990], Jatobá. Ô indamba angananzambi punga auê.../duro cum bambi/
dipupi aiovê,auê.../ê duro cum zambi/dipupu aiovê. Capitão João Lopes.
lucas, [1990], Jatobá. gananzambe. padre. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
zâmbi, zambiapungo. deus criador. gonçalves, 1995, Jatobá. nzambi.
deus criador. O assunto do dia era: qual das criaturas feitas por Nzambi
era a mais valente e temida. nzambiapungo. deus criador. Porém, era
um acontecimento muito especial feito por Nzambiapungo, sendo então
um tabu, sujeito a penas severas se não cumprisse o ritual. gonçalves,
[1994], Jatobá. anganaiovê, angana-nzambi, angananzambê, angana-
zambê-opungo, ganazambi, nganazambi, angana-zambi-opungo,
zambiopungo, anzambe, anzambi, anzambê. machado fº, 1943, São
João da Chapada.
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152 Palavra banto em Minas
gananzambe que te aquatiça (tiaquatiça). deus que ajude. simões, 2014,
Milho Verde.
coroa de granjão. abacaxi. (lit. coroa de Deus). queiroz, 1998, Tabatinga.
levá pro granjão de viru. matar (lit. levar para o Deus de defunto).
queiroz, 1998, Tabatinga.
iganazambe tiquatita. deus que ajude. nascimento, 2003, São João da
Chapada.
anganazambi punga, inganazamba punga. deus. Ê inganazamba punga
auê.../auê, auê, ô... /ô indamba anganazambi punga auê... Capitão João
Lopes. lucas, [1990], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
zambi, inzambi. deus supremo. gangazambi, ganganzambi, inga-
nazambi, angananzambi, angananzambi-opungo, ganganzambi.
deus, ser Supremo. castro, 2001, Bahia. jambi. deus, santo. andrade
fº, 2000, Cafundó. ingananzambe. deus, santo. vogt; fry, 1996,
Cafundó.
jambi vimbundo. São Benedito. andrade fº, 2000, Cafundó.
zambi. deus. – chefe. – topônimo. lopes, 2003; ferreira, 1975;
mendonça, 1973; bastide, 1971; soares, 1954; senna, 1921, 1938.
Ç nzambi, nzumbi. Acreditava portanto mais em certas forças que lhe deram
a conhecer os jagas em criança, como Nzambi ou Kalunga, ou nos seres miste-
riosos habitando os rios e os lagos, como as ituta ou yanda ou até em poderes
especiais do vento, das nuvens, da chuva, ou das falas dos cágados e do poder
dos antepassados, espíritos escondidos nas montanhas e nas árvores mais
altas. pepetela, 2012, p. 127. Não, não, ti Afonso. Eu não quero! O Nzumbi
iaâ-dia (A divindade que matara) papá e comeu mamã, agora vai vir, e a
gente ainda está esperar maio qu’é?. xitu, 2011, p. 114. Quando mudará isto?
Oh, Nzambi, quando mudará isto? pepetela, 1982, p. 68. Kahitu aprendeu
somente a gatinhar e a rastejar: kikata kia Nzambi! Mas o que Deus lhe tinha
tirado na locomoção das pernas, aumentara-lhe nos ombros, peito e cérebro.
xitu, 1984, p. 35. cazumbi. divindade. Sim, foi comida, pelo cazumbi que
comeu o pai, que comeu os filho da Tita, que comeu a mãe!. xitu, 2011, p. 118.
E terei de ser eu a impor-me, sendo mais corajoso que ninguém. E Nzambi
sabe como tenho medo!. pepetela, 1982, p. 258.
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Sônia Queiroz 153
nzambi, ngana, ngana-nzambi, nzambi-pungu. quimb. deus. maia,
1964; assis jr., [19--]. nzambi. quic. deus. cobe, 2010; maia, 1964. ngãla
njambi. umb. deus. le guennec; valente, 2010.
ganazambi. Ver gananzambi.
ganga
chefe, dono. byrd, 2005, Patrocínio. arunganga. negro que sabe os
mistérios do Congado. ziriganga, zirigunga. qualidade de alguém
que sabe muito; capitão zirigunga é aquele que domina o canto e as
suas funções do Congado; o mesmo que ziriganga. pereira; gomes,
2000, Arturos. gana. [senhor, senhora]. Acuacã aia gana/araracolê/arare-
colá/acuacê. Capitã Pedrina de Lourdes Santos. titane, 1999, Oliveira.
angana. senhor, senhora. Angana musambê/angana lubambu/oncó
uteleze/ oncó ocolofé. Capitã Pedrina de Lourdes Santos. titane, 1999,
Oliveira. inganga. padre. queiroz, 1998, Tabatinga. ganga. parte de
Exu, lado de lá. vogt; fry, 1996, Patrocínio. ganga, gonga. soldado.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. manganá, ongana. senhora.
gonçalves, 1995, Jatobá. angana, nganga, uganga. no país de origem
significava feiticeiro, curandeiro, sacerdote. oronganga. soldado.
machado fº, 1943, São João da Chapada. unganga. sacerdote, padre,
feiticeiro. dornas fº, 1938, Itaúna.
nego véio de ingunga. lembrança dos antepassados e dos seus locais de
origem; o mesmo que nego véio de Ringunga, nego véio de
Lungunga, nego véio de Lugamba. Observe-se que foneticamente
esses vocábulos se ligam à toponímia do continente africano, a
nomes de cidades como Luanda e Lubango, em Angola. pereira;
gomes, 2000, Arturos.
angana-mussambê. Senhora do Rosário. gonçalves, 1995, Jatobá.
angana-bere. mãe solteira. gonçalves, 1995, Jatobá.
angana-fureque. prostituta. gonçalves, 1995, Jatobá.
angana-nete. mulher virgem. gonçalves, 1995, Jatobá.
angana-yambi. sacerdote do congado. gonçalves, 1995, Jatobá.
nganga-kuka. sacerdote idoso. Espantado com a beleza do céu, custou a
responder a pergunta do Nganga-kuka de nome São Pedro. gonçalves,
[1994], Jatobá.
angana-iangue. patrão, dono de serviço. Contém o elemento angana,
senhor, como Angananzambi. machado fº, 1943, São João da Chapada.
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154 Palavra banto em Minas
overá undaca de unganga. rezar. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
ganga. chefe; ocultista, vidente, sacerdote. – nome de Bambojira.
angana. (pejorativo) patrão. – (arcaico) senhora, mulher do senhor,
tratamento que era usado pelos escravos. castro, 2001, Bahia.
ganga. chefe; sacerdote. – peça de vestuário. – tipo de tecido. lopes,
2003; castro, 2001; ferreira, 1975; bastide, 1971; senna, 1938. angana.
a filha mais velha. – denominação familiar dos pais às filhas. lopes,
2003; soares, 1954; senna, 1938.
Ç nga. senhora. Nga Xixi levantou os olhos cheios de lágrimas do fumo de
lenha molhada. vieira, 1982, p. 13. Avó-Maria era uma das mais antigas
nga-muhatus, progenitora de gerações e gerações de benguelenses consi-
derados no seu meio. santos, 1991, p. 48. ngana. senhora; senhor. Se
entregasse, lhe fugasse, como é eu ia ser eu, eu mesmo, aquele que era para
mim, o mim d’amigo, o amigo morando comigo mesmo, eme Ngana, eme
muene, quando chegasse um antigamente de mais tarde, na vida? vieira,
2006a, p. 57-58. E que desrespeito, cantam e assobiam atrevidamente os
hinos da Missão, mesmo quando estão a tomar banho nas águas de Ngana
Kasadi! xitu, 1984, p. 45. bessangana. mulher de respeito. Segundo
Vieira, vem da expressão com que se saudava: Besá, Ngana, isto é:
A sua benção, senhora!. E a conversa saía outra vez para nga xica, agora
magrinha e feia, bessangana bonita como era nos seus tempos de rebitas e
massembas. vieira, 2003, p. 68. Nesses dias de chuva, quando a batucada
das águas no zinco punha tudo igual dentro da cabeça e tinha que ficar
quieto […].vieira, 2003, p. 94.
besá. cumprimento; saudação. assis jr., [19--]. onganga. umb. bruxa,
feiticeiro. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun. feiticeiro.
diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. ongala, ngala. umb.
tratamento respeitoso. le guennec; valente, 2010. ñala. umb. senhor.
wilson, 1954. nganga. quimb. sacerdote; profeta; que tem ou revela
grande saber; doutor, mestre. maia, 1964; assis jr., [19--]. ngana. quimb
senhor, homem casado, patrão, chefe, mestre. ngana ia muhatu.
quimb. senhora. maia, 1964. nganga a mpandu.
,quic. bruxa, feiticeiro.
nganga a Nzambi. quic. sacerdote. cobe, 2010.
ganja. Ver canjá.
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Sônia Queiroz 155
ganzipa(r)
copular. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
copular. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
ganzipe
pênis. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio; batinga, 1994,
Alto Paranaíba/Triângulo. gonzipe. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
pênis. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
gatuvira
café. byrd, 2005, Patrocínio. cajuvira. Cê tipura o cajuvira? Cê toma café?
cafuvira, cavuvira. preto. o oranjê da ocaia é cafuvira. o cabelo da mulhé
é preto. e o cavuvira catito ali, ó. ele é tibanga, o cavuvira catito ali? e o
pretinho ali, ó. ele é bobo, o pretinho ali? queiroz, 1998, Tabatinga.
gatuvira. vogt; fry, 1996, Patrocínio; batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo. katuvira. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. tiuvira,
kiuvira. dornas fº, 1938, Itaúna.
amparo de katuvira. xícara. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
gatuvira. café. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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156 Palavra banto em Minas
granjão, garanjão, garanjame. Ver gananzambi.
gimba
cigarro. Oia tico-tico subiu no coquero/quando desceu me desceu a cavalo/
eh, levou minha gimba. Capitão Julio Antônio Filho. rios; corrêa, 2008,
fa*gundes. cigarro. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
gira. Ver ongira.
gomba
casado. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
gomba. casado. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
gombê. Ver ongombe.
goná(r)
dormir. byrd, 2005, Patrocínio. gonar. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
gonar. dormir. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kona. quic. roncar. cobe, 2010.
gonar. Ver goná(r).
gonga. Ver ganga.
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Sônia Queiroz 157
gonga
[instrumento musical]. Ê zambi ... ei, minha gonga é de nhá pai/essa
gonga é de nhá vô, ai/ê zambi... dias, 2001, Arturos.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
gongá. santuário, templo congo-angola, geralmente ao ar-livre, em
espaço aberto. castro, 2001, Bahia.
gongá. sabiá. – pequena cesta com tampa. ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ngonga. quimb. instrumento músico de uma só corda. assis jr., [19--].
gongo
sino. Chora, chora congo, ê parente/Chora, gongo, chora. nascimento,
2003, São João da Chapada.
gongo teia. sino. simões, 2014, Milho Verde.
q Nomeia fazenda em Amparo da Serra e Lima Duarte; córrego e loca-
lidade em Ervália. lima, 2012.
sino. castro, 2001, Bahia.
sino. – topônimo. lopes, 2003; teixeira, 1946; senna, 1938; 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ongunga. umb. sino. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun.
sino. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. ngunga. quimb. qual-
quer instrumento sonoro. sino. maia, 1964; assis jr., [19--]. ngunga.
quic. sino. cobe, 2010.
guandu
jacaré. O Senhor Doutor Guandu foi logo dando a sua opinião. gonçalves,
[1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
gandu. jacaré. Topônimo, nome de município na Bahia. castro, 2001,
Bahia.
guandu. jacaré. ferreira, 1975.
Ç ngandu. jacaré. Referido e comentado o lance de Caísso, agora alcunhada de
“Camba dia Ngandu” (amiga do jacaré) efervesceram lembranças doutras
desgraças, primeiro de jacarés, depois de cobras […]. ribas, 1973, p. 36.
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158 Palavra banto em Minas
ongandu. umb. jacaré. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun.
jacaré. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. ngandu. quimb.
crocodilo; jacaré. maia, 1964; assis jr., [19--]. quic. jacaré. cobe, 2010.
guandu. Ver indu.
guembê. Ver jambé.
guiné
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Diamantina, Juruaia e Santa Rosa da Serra; fazenda e lagoa
em São Roque de Minas; ribeirão em Monte Sião; córrego e serra em
Diamantina e Juruaia; morro em Campos Altos. lima, 2012.
guiné de baixo. Nomeia fazenda em Monte Sião. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
erva utilizada como diurético e para afastar espíritos maléficos. –
topônimo. castro, 2001; ferreira, 1975; senna, 1938; 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
gumbo. Ver cumbi.
gunga
gunga, cumba. sino. simões, 2014, Milho Verde. gunga. instrumento
de percussão feito de latas com furinhos e enchimento de sem*ntes
usado pelos dançarinos nas pernas na festa do Rosário. Eu mexeu
na gunga/coração doeu/gunga de meu pai/meu coração doeu. Capitão Julio
Antônio Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes. sino. byrd, 2005, Patro-
cínio. Ô, vô firmá a minha gunga/pro terrero serená/vamo firmá nossa
ingoma/ô, pra nossa festa começá. Capitão Dirceu Ferreira Sérgio. dias,
2001, Justinópolis. latinhas com esferas de chumbo em seu interior
e que são amarradas aos tornozelos dos dançantes da guarda de
Moçambique; campanha; sinete usado durante o cativeiro, preso ao
tornozelo dos escravos, pra denunciar-lhes as fugas. pereira; gomes,
2000, Arturos. sino, guiso. vogt; fry, 1996, Milho Verde.
angunga-chique. chique de vime que atam nas pernas para a dança.
dornas fº, 1938, Itaúna.
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Sônia Queiroz 159
marrá gunga. advertência; canto tirado para alguém que está com as
gungas nas mãos: ele deve amarrá-las nas pernas e entrar na dança,
pois ela foram feitas para trabalhar. pereira; gomes, 2000, Arturos.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
berimbau médio, geralmente acompanhado do contra-gunga;
também é instrumento consagrado a Sultão da(s) Mata(s) e usado
apenas durante as festas cerimoniais. – hom*ossexual. – ladrão.
castro, 2001, Bahia.
sino. – chefe. – alguns jogos. – berimbau. – topônimo. lopes, 2003;
ferreira, 1975; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ongunga. umb. sino. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun.
sino. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. ngunga. quimb. qual-
quer instrumento sonoro.
,sino. maia, 1964; assis jr., [19--]. ngunga.
quic. sino. cobe, 2010.
gungunar
resmungar. simões, 2014, Espinho; machado fº, 1943, São João da
Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
gungunar. conversar com o santo. castro, 2001, Bahia.
gungunar. resmungar, roncar, rezingar. lopes, 2003; castro, 2001;
senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kungunguma. quimb. soltar sons uniformes; ressoar; retumbar. assis jr.,
[19--]. ngonga. quimb. resmungar. maia, 1964. umb. resmungar. le guen-
nec; valente, 2010. ngunguna. umb. resmonear; falar entre os dentes.
maia, 1964. umb. resmungar. le guennec; valente, 2010.
gurió
pai. byrd, 2005, Patrocínio. padre. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
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160 Palavra banto em Minas
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nguri. quimb. pai. maia, 1964; assis jr., [19--].
I
iauê
iauê, ouê, auê. Oia cacumbê iauê/oia cacumbê iauê/oia cacumbê iauê/iaqué
casabá oaú.../canaú é devera é /canaú é devera é. Capitão Jair Teodoro de
Siqueira. dias, 2002, Matição. [?] Otê... oteque ouê.../Pade Nosse com
Ave Maria, auê.../securo cumetavita, auê/ê inganazamba punga auê.../auê,
auê, ô... Capitão João Lopes. lucas, [1990], Jatobá. aiuê. frequente nos
cantos, ao final dos versos, muitas vezes com sentido melancólico.
Pade Nosse com Ave Maria, auê.../securo cumetavita, auê/ê inganazamba
punga auê.../auê, auê, ô... Capitão João Lopes. lucas, [1990], Jatobá. [?]
Aiuê, congo verá, á. machado fº, 1943, São João da Chapada.
aue-ué. expresão exclamativa. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
auê. saudação em queto equivalente a meu camarada. – saudação
precedida de com licença, muito frequente nas cantigas de caboc(l)o
e congo-angola, uma espécie de refrão, a exemplo de cum licença auê,
cum licença auê, cum licença de Zambiapongo, cum licença auê. – confu-
são, tumulto. castro, 2001, Bahia.
auê. saudação. senna, 1938. aiuê. interjeição de alegria zombeteira,
de gracejo. ferreira, 1975; soares, 1954.
Ç aiué, iaué. exclamação de tristeza ou de espanto. […] escravo não tem
sentimento, aiué, e tenho de estar atendo ao meu dono, só dormir quando ele
dorme, no resto seguir seus gestos, suas palavras, suas emoções, seus vazios
também, para isso foram buscar à terra de Jinga Mbandi. pepetela, 1999,
p. 23. […] ouviu as vozes dela e dos irmão e dos amigos brincando a se
darem de pinos no rio, o barulho dos pilões a bater, a voz tranquila das
mulheres trabalhando, os homens conversando no njango sobre o tempo e as
lavras, até de repente o ar explodir em gritos e flechadas, correrias e lamen-
tos de aiué, mamaué, os jagas, os jagas […]. pepetela, 2012, p. 206. Aiué,
boa música! Bom disco! xitu, 2011, p. 38. Aiuê, a minha filha! Quê mesmo
lhe vão fazer esses quifumbes? ribas, 1973, p. 46. Aiué, Sr. Joaquim, que nos
deixou para sempre. ribas, 1985, p. 109. Mataram. Havia outros. Kassange
também. Aiué Kassange! As casas estavam vazias. santos, 1991, p. 84.
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Sônia Queiroz 161
aiuê! exclamação de tristeza ou de espanto. Ao descer da carroça-
ria, caiu de frente no areal, e as mães, chegando mais os filhos, murmu-
ravam só: – Aiuê!… vieira, [19--], p. 10. aiué! manifestação de dor
ou desespero. […] os homens conversando no njango sobre o tempo e
as lavras, até de repente o ar explodir em gritos e flechadas, correrias e
lamentos de aiué, mamaué, os jagas, os jagas[…]. pepetela, 2012,
p. 206. aiué. quimb. ai!. maia, 1964. aiué. quimb. oh! maia, 1964. aiuê.
quimb. interjeição de dor. assis jr., [19--].
imassano. Ver massangue.
imbanda. Ver quimbanda.
imbangue. Ver imbanje.
imbanje
imbanje, imbangue. irmão. Os cuete imbanje da ocaia tamém é tudo
curimbadô, curimba avura. Os cara irmão da mulhé tamém é tudo
trabalhadô, trabalha muito. queiroz, 1998, Tabatinga. manganjê.
irmão, amigo. gonçalves, 1995, Jatobá. manjangue. irmão. machado
fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
manjangue. irmão. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
manji ulume. umb. irmão. wilson, 1954. manje. le guennec; valente,
2010. irmão. le guennec; valente, 2010. mbangi. quic. irmão mais
velho. cobe, 2010; maia, 1964. pange. quimb. irmão. maia, 1964.
imbanjeco
imbanjeco, imbanjeque, banjeco. – qualquer instrumento musical:
violão, sanfona, tambor, etc. – toca-disco. – gravador. É, esse imbanjeco
num vai dá pra tipurá não. É, esse gravadô num vai dá pra funcioná
não. queiroz, 1998, Tabatinga.
imbanjeco de imbuete. violão (lit. instrumento musical de madeira).
queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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162 Palavra banto em Minas
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
njimba. quimb. instrumento musical. maia, 1964; assis jr., [19--].
imbanjeque. Ver imbanjeco.
imbenje
imbenje, imbinje. carne. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç mbiji. peixes. Etu, mininu, tua akua ngene a Zanga. Tuandala ngo
uembu ni kilunji. Se ua-tu-songe ni inda ietu ia mbiji bu mutue,
ku-tu-lenge. Etu muene tuovuolo minina Manana. Mu-di-bano kiambote.
Nós, menino, somos gente da Ilha. Esperamos de si apenas bondade
e respeito. Se calhar encontrar-no com os nossos cestos de peixe na
cabeça, não nos fuja. Somos nós que “nascemos” a Manana. xitu,
2011, p. 57-58. Tu vais trocar um rapaz da tua sanzala com um mutambi
a mbinji (pescador)?. xitu, 1984, p. 67.
ombisi. umb. peixe. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. mbiji.
quimb. peixe. maia, 1964; assis jr., [19--]. mbiji ia futa. quimb. carne.
ubiji kiá fúa. quic. carne. maia, 1964. mbizi. quic. carne. cobe, 2010.
imbera. Ver umbera.
imbere. Ver imberela.
imberela
imberela, camberera. carne. byrd, 2005, Patrocínio. camberela,
camberelo, timbere, timberéia. – carne. E se o cuete quisé uma cambe-
rela pra curiá? E se o cara quisé uma carne pra comê? – corpo. Cambe-
rela tudo no cumba. O corpo todo no sol. cambereluda. carnuda,
gorda, (mulher) boa; pop. boazuda. Ocê é tibanga, hein? Aquela ocaia
cambereluda queria tipurá cena com cê e cê num quis, hein? Ocê é bobo,
hein? Aquela boazuda queria transá com cê e cê num quis, hein?
queiroz, 1998, Tabatinga. camberéra. carne. vogt; fry, 1996. Alfe-
nas; dornas fº, 1938, Itaúna. imberela. caça, carne. vogt; fry, 1996,
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Sônia Queiroz 163
Patrocínio. imberela. carne. peixe. imbere. comida. batinga, 1994,
Alto Paranaíba/Triângulo.
imberela de omenha. peixe. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
camberela de omenha. carne de peixe (lit. carne de água). queiroz,
1998, Tabatinga.
camberela de sengue. carne de caça (lit. carne de mato). queiroz, 1998,
Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cambererá. caça, carne. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry,
,1996,
Cafundó. fruto. vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes.
cambererá do vava. peixe. andrade fº, 2000, Cafundó.
camberera. Em umbundo, ombelela é qualquer conduto, isto é, tudo
o que se costuma comer com o pirão, inclusive a carne. lopes, 2003.
Ç ombelela. umb. mistura. Não sou esquisita nos condutos desde que o pirão
seja de boa fuba e bem batido mas ombelela que gosto mais é do tortulho
kenda, carne seca, lossacas e quiabos. rui, 2013, p. 155
ombelela. umb. mistura, acompanhamento. cantos africanos em
umbundo, 2008. carne ou qualquer outro alimento que serve para
dar gosto à comida. sanders; fay, 1885.
imbiá
cigarro. simões, 2014, Espinho; queiroz, 1998, Tabatinga. ombia.
gonçalves, 1995, Jatobá. ombiá. machado fº, 1943, São João da
Chapada. cambía. fumo, tabaco. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
ombia. cigarro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
imbinje. Ver imbenje.
imbuá. Ver ambuá.
imbuca. Ver imbuta.
imbuele. Ver embuete.
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164 Palavra banto em Minas
imbuete. Ver embuete.
imbune. Ver imbuno.
imbuno
escuro. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triân-
gulo. imbune. homem negro. preto. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
negro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
imbuta
imbuta, imbuca. cobra. – linguiça. – pênis. queiroz, 1998, Tabatinga.
m’buta. cobra. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
quimbuta. uma grande cobra venenosa. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ombuta. umb. víbora. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun.
cobra grande. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. mbuta.
quimb. víbora. maia, 1964.
imbute. Ver embuete.
inama. Ver quinhama.
incaca
tatu. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
tatu. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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Sônia Queiroz 165
incumbara. Ver cumbara.
indaca
manha. pereira; gomes, 2000, Arturos. undaca. asneira. língua de
negro de senzala. gonçalves, 1995, Jatobá.
overá undaca no cachico utura. sonhar. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
boca, língua; maldição, intriga. discussão, bate-boca; intriga, mexe-
rico, f*ckico; (precedido de ter) diz-se de alguém que gosta de falar
da vida alheia, linguarudo. castro, 2001, Bahia.
discussão. – confusão, barulho, tumulto. undaca. língua. lopes, 2003
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ndaka. quimb. obscenidades, indecências. injúrias. maia, 1964; assis jr.,
[19--]. nduka. quic. manha. cobe, 2010. ondaka. umb. fala. le guennec;
valente, 2010. olun. palavra. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
indamba. Ver andambe.
indame. Ver andambe.
indarumin
lua. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
indiequê. Ver jequê.
indu
feijão. queiroz, 1998, Tabatinga.
q guandu. Nomeia ribeirão em Santo Antônio do Monte; localidade
em São José do Jacuri; fazenda em Conceição dos Pedros. lima, 2012.
ande. feijão. – comida de Cavungo e Omulu, feijão fradinho com
dendê em consistência de purê, cozido por quatro aiabás, do lado
de fora do terre(i)ro. anderê. castro, 2001, Bahia.
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166 Palavra banto em Minas
andu. sem*nte do anduzeiro. antunes, 2013. indu. topônimo. – fruta do
guandeiro (Cytisus Cajanus). lopes, 2003; castro, 2001; mendonça, 1973;
beaurepaire-rohan, 1956; laytano, 1936; raimundo, 1933; senna, 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
uandu, wandu. quic. ervilha. cobe, 2010; maia, 1964. kitande. quimb
feijão; purê de feijão. maia, 1964; assis jr., [19--].
inene. Ver uoneme.
inganazambe. Ver gananzambi.
inganga. Ver ganga.
ingerê. Ver tiporê.
ingimbo. Ver injimbe.
ingom(o). Ver ongombe.
ingoma
tambor. Ê conengô com tata lá no injó de jequê/aqui nesse reino no injó
de jequê/o timbojira cafom de vindero/no injó de jequê ingoma. Capi-
tão Julio Antônio Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes. Mandei lá na
Angola buscar minha pai/buscar minha pai, buscar minha pai, oia lá/eu canto
meu ponto, meu pai vai chegar/me chora ingoma. Capitão Julio Antônio
Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes. Eh jombin, me chora, ingoma/ê
mamãe, meu pai vai chegar, meu pai vai chegar. Capitão Julio Antônio
Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes. Oi, ingoma, óia lá. pereira, 2005,
Arturos. nagoma. byrd, 2005, Patrocínio. ingoma. Sá Rainha, no dia
de hoje/ingoma chegô viajô/veio pra te visitá no seu palácio te encontrô/
chora ingoma iá. dias, 2001, Jatobá. Ô, vô firmá a minha gunga/pro terreo
serená/vamo firmá nossa bingoma/ô, pra nossa festa começá. Capitão
Dirceu Ferreira Sérgio. dias, 2001, Justinópolis. grupo de dançantes
do Congado; referência ou chamado aos componentes da guarda
de Moçambique; o conjunto da herança recebida dos antepassados;
diz-se ingoma – vocativo – quando todo canto está bonito. pereira;
gomes, 2000, Arturos. angoma. gonçalves, 1995, Jatobá.
ingoma casaca. revólver. nascimento, 2003, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
engoma, ingoma, zingoma. tambor cilíndrico, de uma face, usado
nas cerimônias congo-angola. castro, 2001, Bahia.
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Sônia Queiroz 167
grande tambor de uma só membrana, usado nos candomblés bantos
(angolas e congo) e também em certas danças folclóricas (bambelôs,
cocos, jongos, etc.). lopes, 2003. ingomba, ingome, ingono. tambor.
ferreira, 1997.
Ç ngoma. tambor. Afinaram sua ngoma, e na dicanza Xico fez maravilhas
de ritmo ‘só pra chatear’, como ele falou. vieira, [19--], p. 87. O rítimo era
apenas marcado pelas palmas e dois ngomas, a melodia feita pelas vozes.
pepetela, 1999, p. 107. O caduque executava-se ao ar livre, sob a toada
de ngoma, dicanza e uma lta, vibrada com duas baquetas grosseiras. ribas,
1985, p. 44.
ngoma. quimb. tambor. maia, 1964; assis jr., [19--]. ngoma. quic. tambor.
cobe, 2010. ongoma. umb. tambor (termo genérico). le guennec; valente,
2010. olun. tambor. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
ingombe. Ver ongombe.
ingome. Ver ongombe.
ingomo. Ver ongombe.
ingonga
[?]. ingonga é cora! pereira, 2005.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç gonga. Compre um galo encarnado de cinco dedos: é para a gonga (amuleto
dedicdado a Gonga, deusa da harmonia conjugal). ribas, 1985, p. 67.
ngonga.
,quimb. instrumento musical. maia, 1964; assis jr., [19--].
ingora, ingoro. Ver ongoró.
ingrime
bêbado, dente, dentadura. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
ingrimá. ficar bêbado. ingrimado. bêbado. andrade fº, 2000,
Cafundó. ingrime. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996,
Cafundó.
ingrime. bêbado. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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168 Palavra banto em Minas
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
ingrino. Ver zingrim.
ingrive. Ver zingrim.
ingura
dinheiro. Depois te caxo ingura. se a ingura num vié, a ocaia te caxa.
Depois te dô o dinheiro. se o dinhero num vié, a mulhé te paga.
ingurazinha. dinheirinho. Ma lá no conjolo das ingura tem... Caxa uma
ingurazinha lá. Ma lá no banco tem... Tem um dinheirinho lá. queiroz,
1998, Tabatinga. ungura. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
ungura. dinheiro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ongula. umb. cobre. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
inhame
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Alpercata, Capim Branco, Cristiano Otoni, Divinópolis,
Entre Rios de Minas, Estiva, Faria Lemos, Governador Valadares,
Iguatama, Jequeri, Liberdade, Nova Serrana, Passa-Tempo, Piüi,
Santana do Deserto, Santana de Pirapama, Serrania, Sete Lagoas e
Tocos do Moji; fazenda em Araguari, Areado, Camacho, Campos
Gerais, Cristiano Otoni, Cruzeiro da Fortaleza, Doresópolis, Ferros,
Iguatama, Itapecirica, Liberdade, Piüi, Poço Fundo e Santana de
Pirapama; localidade em Antônio Dias, Divinópolis e Nova Serrana;
e ribeirão em Itapecirica. lima, 2012.
grota do inhame. Nomeia localidade em Itamarati de Minas. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
tubérculo. – pessoa ou coisa sem graça. – topônimo. lopes, 2003;
ferreira, 1997; mendonça, 1973; soares, 1954; senna, 1938; 1921;
laytano, 1936.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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Sônia Queiroz 169
inharra
cobra. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Milho Verde. nhorrã.
cobra. machado fº, 1943, São João da Chapada. inhofa. cobra. dornas
fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
inharra. cobra. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
onhoha, onyoha. umb. cobra. le guennec; valente, 2010; wilson,
1954. onyoka. olun. cobra. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
nhoka, kinhoka. quimb. cobra. maia, 1964; assis jr., [19--]. nioka,
nyoka. quic. cobra. cobe, 2010; maia, 1964.
inhofa. Ver inharra.
inhoto
osso. nhoto. magro, fino. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
inhoto. osso. vogt; fry, 1996, Cafundó. nhoto. corpo, osso. andrade
fº, 2000, Cafundó. magro, duro. vogt; fry, 1996, Cafundó.
coçumbadô do nhoto. fotógrafo, filmadora, máquina fotográfica.
andrade fº, 2000, Cafundó.
coçumbadô e cupopiadô da caméria e do nhoto. televisão. andrade
fº, 2000, Cafundó.
nhoto. magro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
injara
pênis. caxá injara na cuxipa do ocaio. metê o pinto na boceta da mulhé.
queiroz, 1998, Tabatinga.
injara mitomo. barriga (lit. ?). queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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170 Palavra banto em Minas
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nja, inja. quimb. pênis. maia, 1964; assis jr., [19--].
injara
fome. vogt; fry, 1996, Alfenas; machado fº, 1943, São João da
Chapada. onjala, nixala. fome. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
injara, injala, zala. fome. castro, 2001, Bahia. anjara, izala. desejo,
vontade, fome. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
anjara do vava. sede. andrade fº, 2000, Cafundó.
injara. fome. lopes, 2003.
Ç zala. fome. E os irmãozinhos ratos de capim enchiam a mala zala deles,
cresciam à sombra das macutas empernada. vieira, 1987, p. 73.
onjala. umb. fome. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. nzala.
quimb. fome. maia, 1964; assis jr., [19--]. nzala. quic. fome. cobe, 2010.
ondyala. olun. fome. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
injeque. Ver canjica.
injequê. Ver jequê.
injeré
nervoso. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
injimbe
dinheiro. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio. jibungo,
jimbango, jimbo. dinheiro. gonçalves, 1995, Jatobá. ingimbo.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
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Sônia Queiroz 171
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
jibungo, jimbungo, jimbongo. dinheiro, bens, riqueza. jimbo.
búzios da costa, dinheiro. – elefante. castro, 2001, Bahia.
injimbe. dinheiro. lopes, 2003. jimbo, jimbongo. ferreira, 1975;
senna, 1938.
Ç nzimbo, zimbo. dinheiro. Havia mais movimento na ilha, território do
rei do Kongo, onde se recolhia o nzimbo, a principal moeda, que se apresen-
tava sob a forma de conchas muito pequenas. pepetela, 2012, p. 30. Língua
extensa, de altos coqueiros, ainda representava, tal como na época em que
dependera do reino do Congo, grandioso erário: pela apanha dos zimbos, os
naturais faziam circular os búzios como moeda. ribas, 1985, p. 24.
nzimbu. quic. dinheiro. cobe, 2010. njimbu. quic. dinheiro. maia, 1964.
jimbongo. quimb. bens. maia, 1964; assis jr., [19--]. olombongo. umb.
dinheiro. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. mbongo. quimb.
dinheiro. ombongo. olun. dinheiro. diccionario Portuguez-Olunyaneka,
1896. jimbende. quimb. dinheiro miúdo. maia, 1964; assis jr., [19--].
injirá
injirá, girá. caminhar, ir embora. simões, 2014, Milho Verde. girá.
caminhar. simões, 2014, Espinho. injirá. ir, andar, correr, sair, cres-
cer, etc., funciona como um verbo passe-partout cujo sentido se define
pelo contexto, verbal ou situacional. Injira que os cuete avura envêm.
Corre que lá vêm os home. Vão injirá com a ocaia? Dá pa injirá com a
ocaia? Num caxa corvera não? Vão sair com a mulhé? Dá pa transá
com ela? Num pega doença não? Seu cambém já injirô já? Seu copo
já esvazio? Por isso que o imbanjeco num qué injirá, viu? Por isso que o
gravado num qué funciona, viu?. Dinha injira oruma muito bem, viu?
Dinha dirige carro muito bem, viu? queiroz, 1998, Tabatinga. ongirar,
manjirar. andar, girar, ir embora. vogt; fry, 1996, Alfenas. majira.
andar, girar vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
unjira. caminho, rua. – nome de Bambojira. castro, 2001, Bahia.
manjira, ongira. caminho. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
,a facilitar outros trabalhos. A pesquisa
produziu ainda livros-objetos, transcriações a partir da leitura comparada
dos contos ressonantes. Os livros-objetos foram expostos em 2008, em Belo
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Sônia Queiroz 15
Horizonte, na Faculdade de Educação da UFMG, dentro da programação
do Jogo do Livro, e na Serra do Cipó, no seminário Da Cópia ao Canto,
organizado pelo núcleo de pesquisa Literaterras, da Faculdade de Letras
da mesma universidade.
A frente de pesquisa do vocabulário banto em todo o território de
Minas teve início em 2005, com o projeto de iniciação científica da estudante
Amanda Sônia Lopez de Oliveira, a partir de dados colhidos por mim na
pesquisa de campo e na pesquisa bibliográfica realizadas em torno da língua
da Tabatinga. Com a minha orientação, Amanda compilou os vocabulários
de origem africana resultantes de recolhas realizadas em Minas Gerais, em
comunidades negras caracterizadas como núcleos de resistência cultural
(comunidades quilombolas). A compilação foi publicada inicialmente em
2006 pelas Edições Viva Voz, da Faculdade de Letras da UFMG, com o título
Palavra africana em Minas Gerais.
Realizamos em seguida trabalho de identificação dos prováveis étimos
umbundo, quimbundo e quicongo dos vocábulos constantes dessa compi-
lação, bem como a ampliação do vocabulário, com a incorporação dos vocá-
bulos de provável origem africana presentes nos contos orais, nos cantos do
Reinado de N. S. do Rosário, e na toponímia mineira – estes levantados por
Emanoela Cristina Lima, que desenvolveu em seu mestrado na Faculdade
de Letras da UFMG pesquisa sobre a toponímia de origem africana no terri-
tório de Minas Gerais, intitulada A toponímia africana em Minas Gerais. Para
a ampliação do acervo de contos em muito contribuiu a pesquisa de douto-
ramento Do canto da voz ao batuque da letra: a presença africana em narrativas
orais inscritas no Brasil, de Josiley Souza, que identificou as ressonâncias
entre contos da tradição oral de Angola, Moçambique e Brasil, ampliando
e aprofundando a pesquisa anterior, já mencionada, desenvolvida por nós
no âmbito de Minas Gerais.
Destaca-se também a pesquisa de doutorado Vissungo: o cantar banto
nas Américas, realizada na Faculdade de Educação da UFMG por Andrea
Adour, com a minha coorientação, que buscou, através de estudo dos
primeiros registros escritos e fonográficos das músicas de raiz africana nas
Américas, distinguir os elementos musicais relacionados à presença das
culturas banto no Brasil e nos Estados Unidos.
Como parte dos resultados de nossas pesquisas, três títulos foram publi-
cados pelas Edições Viva Voz: a coletânea Vissungos: cantos afrodescendentes
em Minas Gerais, organizada por mim e Neide Freitas Sampaio, lançada em
2015, e já em terceira edição revista e ampliada, reúne estudos sobre os cantos
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16 Palavra banto em Minas
de tradição banto remanescentes em Minas no século XX e XXI; o audio-
livro Vissungos no Rosário: cantos da tradição banto em Minas, organizado por
mim, lançado em 2016, e também já em terceira edição revista e ampliada,
reúne cantos que ainda guardam traços das línguas e culturas dos africanos
trazidos para o trabalho forçado nas minas de ouro e pedras preciosas no
século XVIII e, ao final, apresenta um glossário; e o audiolivroVissungos e
a MPB: a palavra africana em canções de compositores mineiros, organizado por
Andrea Adour, lançado em 2017, registra a presença de palavras africanas no
contexto da música popular brasileira.
A elaboração deste glossário passou por três momentos. No primeiro
momento, foi realizada a compilação dos vocabulários afrobrasileiros
recolhidos em Minas por diferentes pesquisadores. Em seguida à primeira
formulação dos verbetes, buscamos os registros das palavras na lexicografia
brasileira: registros de “africanismos” em dicionários e glossários do portu-
guês falado no Brasil. Num terceiro momento, buscamos em dicionários
de línguas africanas do grupo banto – prioritariamente as três já identifi-
cadas como predominantes no Brasil: quimbundo, quicongo e umbundo –
os prováveis étimos dos vocábulos constantes da compilação. Finalmente,
buscamos ocorrências dos vocábulos que integram este glossário na lite-
ratura angolana escrita a partir da segunda metade do século XX, pelos
seguintes autores: Óscar Ribas, Uanhenga Xitu, Luandino Vieira, Pepetela,
Manuel Rui e Ondjaki. A partir da terceira etapa do trabalho, contamos com
a colaboração de Neide Freitas Sampaio, que atuou na pesquisa de étimos
e de ocorrências em obras da literatura angolana que contemplam o contato
entre a língua portuguesa e línguas do grupo banto e que, em sua pesquisa
de mestrado, orientada por mim, intitulada Por uma poética da voz africana:
transculturações em romances e contos africanos e afro-brasileiros, buscou ocor-
rências dos vocábulos em toda a obra literária de Luandino Vieira.
Nossa compilação resultou em um total de 761 vocábulos de origem
banto. A maior parte foi identificada em falares, seguida pelos nomes de
lugares e, em menor número, as palavras de origem banto permanecem
nos contos orais e nos cantares, que estiveram no dia a dia dos negros e
hoje se restringem aos contextos rituais. Dos 12 campos lexicais identifica-
dos, predominam palavras relacionadas à natureza, seguidas por pessoas
e relações, alimentação e corpo, como já havíamos verificado em nossa
primeira pesquisa, com a língua da Tabatinga. Em menor número, encon-
tram-se palavras relacionadas a utensílios, festas, profissões e religiosidade.
Uma minoria se refere a fala e escrita, doença e morte, e vestuário.
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Sônia Queiroz 17
Com a elaboração deste glossário buscamos realizar uma arqueologia
do contato entre línguas africanas do grupo banto e a língua portuguesa no
Brasil. Apresentamos agora na forma de livro o resultado da garimpagem:
Palavra banto em Minas.
Sônia Queiroz
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Nota da autora
No glossário que se segue buscou-se uma
forma simples, uma vez que se pretende que a
consulta possa abrir possibilidades interpretativas
para o leitor. Para muitas palavras foram encon-
tradas diversas ocorrências, que foram anotadas
com suas respectivas referências (autor e data).
As ocorrências estão separadas em seis blocos:
no primeiro, assinalado com um triângulo ,
estão as palavras encontradas em vocabulários
compilados por pesquisadores que buscaram
registrar os falares africanos remanescentes em
Minas Gerais no século xx; no segundo, assina-
lado com um triângulo invertido q, os nomes de
lugares em Minas Gerais; no terceiro bloco, sina-
lizado por um losango , estão as ocorrências em
pesquisas de campo realizadas em outras regiões
do Brasil; no quarto, sinalizado por um quadrado
, as ocorrências encontradas em dicionários do
português brasileiro e em glossários de livros
sobre a presença dos africanos no Brasil, especifi-
camente interessados no que se costuma chamar
de “africanismo”; no quinto, assinalado com uma
seta Ç, estão os usos desses vocábulos na litera-
tura angolana; e em sexto, assinalado com um
círculo , estão os étimos prováveis, identificados
em dicionários de três línguas africanas do grupo
banto que predominaram no Brasil: umbundo,
quimbundo e quicongo.
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22 Palavra banto em Minas
A abertura de verbetes neste glossário partiu da compilação realizada
em colaboração com a estudante Amanda Sônia López de Oliveira, publi-
cada pelas Edições Viva Voz, com o título Palavra africana em Minas Gerais.
Também
, onjila. umb. caminho. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. njila.
quimb. caminho. maia, 1964; assis jr., [19--]. nzila. quic. caminho, rua.
cobe, 2010; maia, 1964. ondyila. olun. caminho. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
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172 Palavra banto em Minas
injira. Ver ongira.
injiro. Ver ongira.
injó. Ver onjó.
inzonêra
falsa. Numa inchumfra não Siá, deixe de ser inzonêra, isto aqui é território
dos grandes. gonçalves, [1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos do Brasil.
inzoneira. falsa. lopes, 2003. inzona. tristeza, intriga. lopes, 2003;
soares, 1954.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kinzona. quimb. sentimento. mágoa. desgosto. maia, 1964; assis jr.,
[19--].
iove
eu. vogt; fry, 1996, Milho Verde. iovê. ele. gonçalves, 1995, Jatobá.
aiovê. [?] Ô indamba angananzambi punga auê.../duro cum bambi/dipupi
aiovê,auê.../ê duro cum zambi/dipupu aiovê. Capitão João Lopes. lucas,
[1990], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
eu. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
cove. umb. meu, teu. eye. umb. ele. wilson, 1954.
iovê. Ver iove.
iputaviputa. Ver viputi.
isipaco. Ver ovipaco.
itaco. Ver mataco.
J
jabaculê
enganar o outro. gonçalves, 1995, Jatobá.
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Sônia Queiroz 173
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
gorjeta, dinheiro. castro, 2001, Bahia.
gorjeta, dinheiro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kubakula. quimb. tributar. bakule. quimb. dado em tributo. maia,
1964; assis jr., [19--]. vakula. quic. tributar. maia, 1964. okukembe-
leya. olun. enganar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
jacuba
farinha de mandioca com garapa ou café. simões, 2014, Milho Verde.
água com farinha de mandioca e rapadura. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
papa de farinha de mandioca adoçada com rapadura ou açúcar.
antunes, 2013.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
jagunço
guarda-costas. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
valentão; guarda-costas. lopes, 2003; castro, 2001; soares, 1954;
laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
jingunza, ngunza. quimb. pagens; heróis. maia, 1964; assis jr., [19--].
jingunzu. quimb. força. assis jr., [19--]. ongusu. umb. força. le guennec;
valente, 2010.
jamba
jamba, caxambá. diamante. simões, 2014, Milho Verde. jamba.
diamante. byrd, 2005, Patrocínio; ouro. nascimento, 2003, São João da
Chapada. diamante. vogt; fry, 1996, Milho Verde. cada uma das duas
partes de uma porta. jambô. ouro. gonçalves, 1995, Jatobá. jambá.
diamante. gonçalves, 1995, Jatobá. ouro. Jambá cacumbi queremá/
turima auê. machado fº, 1943, São João da Chapada.
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174 Palavra banto em Minas
caxambá de omenha. diamante. simões, 2014, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
jamba. diamante. jambá. ouro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
onjamba. umb. elefante. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
nzamba. quimb. elefante. maia, 1964; assis jr., [19--]. nzamba. quic.
elefante. cobe, 2010. ondyamba. olun. elefante. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
jambá. Ver jamba.
jambé
certo molho apimentado. – pombo. gonçalves, 1995, Jatobá. guembê.
pombo. Nem o imbuá-sanguê, nem o Kimboto e muito menos o guembê
não entenderam onde é que a ladina lagartixa queria chegar com aquela fala.
gonçalves, [1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
guelê. pombo. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
diembe. quimb. pombo. maia, 1964. yembe dya koko. quic. pombo.
cobe, 2010.
jambi
machado. gonçalves, 1995, Jatobá. capim. machado fº, 1943, São João
da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
owango. umb. capim. le guennec; valente, 2010; wilson,1954. onjom-
bya. umb. erva tenra. le guennec; valente, 2010. onjimbu. umb.
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Sônia Queiroz 175
machado. le guennec; valente, 2010. kandámbia. quimb. erva; relva.
maia, 1964; assis jr., [19--]. ngimbu. quimb. machado. maia, 1964; assis
jr., [19--].
jambi. Ver gananzambi.
jambô. Ver jamba.
jambu
elefante. gonçalves, 1995, Jatobá. dumbo. elefante. O anguê-kuatá, o
kangulo-sanguê e o dumbo gritavam que eram eles. gonçalves, [1994],
Jatobá. ongamba, n’jamba. elefante. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
quizamba. elefante. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
onjamba. umb. elefante. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
nzamba. quimb. elefante. maia, 1964; assis jr., [19--]. nzamba. quic.
elefante. cobe, 2010. ondyamba. olun. elefante. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
jamundá. Ver camundá.
janga
pequeno, menor. byrd, 2005, Patrocínio.
qNão encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nanga. quic. menos. cobe, 2010.
jangorô
parede, muro. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
jongorô. muro, parede, porta. andrade fº, 2000, Cafundó.
jongorô nâni. janela. andrade fº, 2000, Cafundó.
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176 Palavra banto em Minas
jongorô vavuro. porta. andrade fº, 2000, Cafundó.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç jango, njango. Podíamos ter ido para o nosso jango, amanhã de manhã,
vais ver melhor a acácia de flores vermelhas que acolhe muitos espíritos de
antepassados, alguns que atravessaram o mar da escravidão, lá em frente o
jango todo forrado de um caramanchão de maracujás doces. rui, 2013, p. 74.
Entrou no njango e recebeu mudamente os cumprimentos de Carlos Rocha,
só meneando a cabeça. pepetela, 2012, p. 185.
onjango. umb. sala de estar. sanders; fay, 1885.
jequê
[?]. Ê, dambiojira cafom de vindero ocaia/ô, dambiojira ocaia cafom de
vindero no injó de jequê. Capitão Julio Antônio Filho. rios; corrêa, 2008,
fa*gundes. jequê, jiquê. caixa. byrd, 2005, Patrocínio. jequê, injequê,
jiquê, jiqui, indiequê. buraco. Fomo caxá o teia no jiqui, no conjô dele.
Fomo pegá o tatu no buraco, na casa dele. – barriga. O jequê da ocaia
tá avura. A barriga da mulhé tá grande. – boca. Eu caxo undara nu
injequê. Cê tamém caxa. Eu tenho oro na
,boca. Cê tamém tem. quei-
roz, 1998, Tabatinga. injequê. saco, receptáculo, copo, vasilha. vogt;
fry, 1996, Alfenas. jequé. bolso. caixa. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo. njequê. capanga, sacola. machado fº, 1943, São João da
Chapada. indiequê. capanga, saco pequeno. dornas fº, 1938, Itaúna.
jequê de caxá conema. ânus (lit. buraco de fazer fezes). queiroz, 1998,
Tabatinga.
jequê de cureio. boca. – barriga (lit. buraco de comida). queiroz, 1998,
Tabatinga.
jequê de curiá. boca. – barriga (lit. buraco de comer). queiroz, 1998,
Tabatinga.
jequê de mavera. seio (lit. buraco de leite). queiroz, 1998, Tabatinga.
jequé de ingome. carro de boi. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
jequé de nanja. bolso. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
indiequê. sacola usada a tiracolo. castro, 2001, Bahia. injequê. saco,
copo, vasilha. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
injequê do andaro de curimá o variá. fogão. andrade fº, 2000, Cafundó.
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Sônia Queiroz 177
injequê do bambi vavuro. geladeira. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê de conoá nhapecava. caneca, copo, xícara. andrade fº, 2000,
Cafundó.
injequê de cuendá o variá curimado na andaru. mesa. andrade fº,
2000, Cafundó.
injequê de cuendá o vava no nhoto. bacia. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do andaru. fogão, forno, lâmpada, lampião. andrade fº, 2000,
Cafundó.
injequê do andaru de curimá o bicuanga. forno. andrade fº, 2000,
Cafundó.
injequê do arambôngui. bolsa, carteira. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do avere do camanaco. seios. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do vacaio. cachimbo. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do mutombinho. amendoim. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do nhapecava. bule. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do orofim. pilão, gamela. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do variá. panela, prato. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do vava no túri. poço. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do vava. nuvem, poço. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê nâni do andaru. lâmpada, lampião. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê do nangá. guarda-roupa. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequê imbere. escroto, testículos. andrade fº, 2000, Cafundó.
injequezinho do andaru. lâmpada, lampião. andrade fº, 2000,
Cafundó.
injequê. saco. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nzeke. quimb. saco. maia, 1964; assis jr., [19--]. onjeque. umb. saco. le
guennec; valente, 2010. ondyeke. olun. saco. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
jequé. Ver jequê.
jequetiotada
esburacada, furada. Ocaia que injira pro cumbara avura igual essa aí
deve tê uma xuranha até jequetiotada, nê? Mulhé que vai pra cidade
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178 Palavra banto em Minas
grande igual essa aí deve tê uma xuranha até furada, né? queiroz,
1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
injequê. saco. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nzeke. quimb. saco. maia, 1964; assis jr., [19--]. onjeque. umb. saco. le
guennec; valente, 2010. ondyeke. olun. elefante. diccionario Portu-
guez-Olunyaneka, 1896.
jeribita
cachaça. jeritiba. certa bebida. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
aguardente. lopes, 2003; ferreira, 1975; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
jibundo
choro, tristeza, lamento. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbundo. quimb. choro. jimbundo. quimb. choros. maia, 1964; assis jr.,
[19--].
jibungo. Ver injimbe.
jijumba
tatuagem. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 179
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç jimbumba. tatuagens. Conheci rios: rios antigos, jimbumbas na pele
da terra angolense, cicatrizes que nascem eterno santue, uma água cega.
vieira, 2006a, p. 21.
jimbumba, mbumba. quimb. tatuagem. maia, 1964; assis jr., [19--].
umbumba. quic. tatuagem. maia, 1964.
jiló
fruto do jilozeiro trazido pelos Angola. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
diz-se de um homem magro e cabeçudo. – Se não existisse mal gosto,
não se plantava jiló. referência a alguma coisa considerada extrava-
gante. castro, 2001, Bahia.
fruto do jiloe(i)ro, de sabor amargo. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira,
1975; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
njilu. quimb. jiló. assis jr., [19--].
jimbango. Ver injimbe.
jimbo. Ver injimbe.
jingar
rebolar. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
andar bamboleando o corpo; curvar-se, dobrar-se num sentido e
noutro. castro, 2001.
Ç Parece num óbito. Comentou Njambela, em voz alta, no ouvido de Citula
enquanto jingava e girava a colorida sombrinha no ar. rui, 2013, p. 177.
jinga. quimb. sufixo que indica ação contínua; sem cessar; sempre.
assis jr., [19--].
jinguba
amendoim. byrd, 2005, Patrocínio.
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180 Palavra banto em Minas
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
amendoim. castro, 2001, Bahia.
amendoim. lopes, 2003.
Ç jinguba. amendoim. Florinha, jinguba! vieira, 1987, p. 76. Nas mesas
havia frutas da terra, maboques, ananases, mangas do Mussulo, goiabas, e
doces feitos de coco ou de junguba. pepetela, 1999, p. 103. […] Wacinda
conseguiu reconstruir tudo, moinho, pomares, grandes plantações de milho,
feijão e jinguba, o gado e a criação de aves. rui, 2013, p. 102. Comeram
carne seca com pasta de jinguba esmagada em mel, ótima ração para viagem.
pepetela, 2012, p. 170. […] distribuía, a mando de nossa mãe, pedaços de
mandioca cozida, para acompanhamento de jinguba torrada. ribas, 1973,
p. 129. À tarde, preparava a jinguba pela filha, adicionava-lhe farinha de
mandioca, açúcar, canela e pilava tudo. ribas, 1985, p. 100.
nguba, jinguba. quimb. amendoim. maia, 1964; assis jr., [19--].
nguba za mputu. quic. amendoim. cobe, 2010.
jiquê. Ver jequê.
jiqui. Ver jequê.
jira. Ver ongira.
jombá. Ver jambé.
jombê. Ver jambê.
jombim. Ver jambê.
jombô
lama preta. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nkombo. quic. lama. cobe, 2010.
jongo
nome dado a língua dos descendentes de africanos. A língua de jongo
é uma língua desse pessoal que viero da África, que nós chama desses nego
nagô. pereira, 2005. termo usado no Rio de Janeiro e São Paulo para
certa dança/canto. gonçalves, 1995, Jatobá.
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Sônia Queiroz 181
q Não encontrada nos
,registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
dança afro-brasileira. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça, 1973;
bastide, 1971; beaurepaire-rohan, 1956; soares, 1954; gomes, 1948;
senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
K
ká
eu. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ká. quimb. dele, dela. assis jr., [19--].
kacunda. Ver cacunda.
kaimba. Ver caiumba.
kaimina. Ver caimina.
kalamba. Ver caiumba.
kalumba. Ver caiumba.
kalunga. Ver calunga.
kalungar. Ver calungar.
kalungo
rato. nascimento, 2003, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
calunga. rato pequeno, doméstico; p. ext. vadio, sabido, gatuno.
castro, 2001.
calungo. camundongo. lopes, 2003.
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182 Palavra banto em Minas
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
kamanin. Ver camonim.
kamano
homem. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
kamano desaprumado. homem doente. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
kamano escalafatizado. doente. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
kamano maioral. chefe. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
kamano makafo, kamano oteke. velho. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
kamano mavero, kamano maver. homem branco. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
kamano ofu. homem negro. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
kamano oique, kamano vibunado. moreno. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
camano. homem. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
omanu. umb. a humanidade. le guennec; valente, 2010. comanu. umb.
humano. wilson, 1954.
kambi. Ver bambi.
kamone. Ver camanante.
kamundá. Ver camundá.
kandiaboro. Ver candiaboro.
kandimba. Ver candimba.
kanengue. Ver canengue.
kangembrê
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Sônia Queiroz 183
veado. Senhor kangembrê pulou faceiro e elegante no meio da roda.
gonçalves, [1994], Jatobá. cambambe. veado. machado fº, 1943, São
João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
bambi. veado, gazela. castro, 2001, Bahia.
cambambe. veado. lopes, 2003.
Ç mbambi, bambi. veado. Ídolos para ele eram estatuetas representando
os antepassandos, ou os chifres de mbambi com pós misteriosos dentro que
dão força aos utentes, ou unhas de leão para adivinhar a sorte, ou tendões
secos de animais que servem para pulseiras mágicas. pepetela, 1999, p. 98.
Chegou o caçador, cumprimentou e pediu licença para entrar na varanda
com o bambi nas costas, cada mão em cada duas patas. rui, 2013, p. 123.
Andou uns passos, fingindo observar algum vulto de mbambi ou coelho.
pepetela, 2012, p. 319.
mbambi. quimb. veado. maia, 1964; assis jr., [19--]. kambambi. quimb
corça, veado pequeno. maia, 1964; assis jr., [19--].
kangô. Ver canguro.
kangulo, kanguro. Ver canguro.
kanguru
polícia. nascimento, 2003, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
pessoa alta, magra, esquelética. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
kanjirauê. Ver canjira.
kanjonjo
beija-flor. O mensageiro sorteado foi o kanjonjo. gonçalves, [1994], Jatobá.
canjonjo. Canjonjo ô vita auê! O nome, que é de pássaro africano, teve
aqui aplicação especial. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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184 Palavra banto em Minas
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç ochinjonjo. colibri. A vilinha era gaiola que só tinha chilreio baixinho de
maracachão e ochinjonjo e seu canto era alto e sonoro e ouvia-se a distância.
santos, 1991, p. 44.
onjonjo. umb. beija-flor. le guennec; valente, 2010. kanjongo-jongo.
quimb. parte muito diminuta. partícula. assis jr., [19--]. kanzonzo.
quimb. pequeno pássaro azul ferrete e peito vermelho. assis jr., [19--].
kanjolonjolo. quimb. miúdo, pequeno. maia, 1964; assis jr., [19--].
kapixo. Ver capixo.
kapuxoca. Ver capixo.
karinjinjim. Ver carinjinjim.
katendê
lagartixa. Certa manhã, a katendê se assustou com uma barulheira que
vinha da casa da amiga. gonçalves, [1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
catendê. lagartixa. castro, 2001. Bahia.
catendê. bastide, 1971; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç itende. lagartos. Os lagartos disseram: itende, somos os do pescoço verme-
lho das margens do capim. vieira, 2006a, p. 92.
kaditende, dikende. quimb. lagartixa. maia, 1964. ritende. quimb.
lagartixa. assis jr., [19--]. katénde. quimb. à maneira de lagartixa. assis
jr., [19--].
katuvira. Ver gatuvira.
kaxicobeira
doença. nascimento, 2003, São João da Chapada. covera, corvera.
doença. O meu (erpido) num tem covera não. O meu (pênis) num tem
doença não. queiroz, 1998, Tabatinga. caxicovera. doença, moléstia.
machado fº, 1943, São João da Chapada;
caxá covera. adoecer (lit. pegar doença). queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
caxapura. doença. andrade fº, 2000, Cafundó. cachapura. doença.
vogt; fry, 1996, Cafundó.
caxicovera. doença. lopes. 2003.
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Sônia Queiroz 185
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
uvela, okuvela. umb. doença. le guennec; valente, 2010; wilson,
1954. okuvera. olun. estar doente. ouvera. olun. doença. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896. kubela. quimb. estar magro, definhar.
assis jr., [19--].
keremiró. Ver queremiró.
kiama. Ver quinhama.
kimba
leão. O rei kimba enviou para os céus o tico-tico santantonho. gonçalves,
[1994], Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
quiba. forte, corpulento (falando-se de animais). testículos. castro,
2001, Bahia.
quiba. forte. ferreira, 1997; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
kimbe. Ver quimbimba.
kimbo. Ver cumbi.
kimboto. Ver ximboto.
kimbete. Ver embuete.
kimbim. Ver quimbimba.
kimbunde. Ver quimbundo.
kimbundo. Ver quimbundo.
kimimbar. Ver quimbimbá(r).
kinhama. Ver quinhama.
kióua. Ver quioua.
kipocar. Ver quipocá(r).
kipoque. Ver quipoque.
kissange. Ver quissenje.
kiuvira. Ver gatuvira.
koendar. Ver cuendá(r).
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186 Palavra banto em Minas
komena. Ver conena.
komene. Ver conena.
konecar. Ver nenar.
kozeca. Ver cuzeca.
kuendar. Ver cuendá(r).
kuka. Ver macuco.
kukiá(a). Ver cuciá(r).
kumba. Ver cumbi.
kumbaca. Ver cumbara.
kumbara. Ver cumbara.
kumbo. Ver cumbi.
kunebara. Ver cumbara.
kupia. Ver cupia.
kupiá. Ver cupia.
kupiara. Ver cupia.
kuria. Ver cureio.
kuriar. Ver curiá.
kuriata. Ver cureio.
kuriatar.
,Ver curiá.
kurima. Ver curima.
kurimar. Ver curimá(r).
kuzecar. Ver cuzeca(r).
L
lamba
trabalho pesado. simões, 2014, Milho Verde. desgraçada. Lamba hora
que fiquei ingerizada e aceitei as pataguadas da comadre. gonçalves, [1994],
Jatobá. desgraça. trabalho pesado. lamba, nera anguiá. machado fº,
1943. São João da Chapada. malamba. desgraça. byrd, 2005, Patro-
cínio. lamba, lemba. desgraça, tragédia. gonçalves, 1995, Jatobá.
lambamba. pessoa em situação de desgraça. gonçalves, 1995, Jatobá.
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Sônia Queiroz 187
chorá lama. sofrer e resistir; fazer as gungas e os tambores baterem.
pereira; gomes, 2000, Arturos.
q lamba. Nomeia córrego em Veredinha. lima, 2012.
lamba. chicote, verga. tala de couro. trabalho pesado, penoso, feito
à força. malamba. lamúria, infelicidade. castro, 2001, Bahia.
lamba. lopes, 2003; ferreira, 1975; senna, 1938; raimundo, 1933.
malamba. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973.
Ç malamba. aflições, sofrimentos. A vizinhança, que, muito inquieta,
despertada pela senhora Tereza, aguardava cá fora, introduziu-se no quintal
de D. Bia, e sem mais perguntar – como é hábito de nossa gente –, chorando-
com os que choram, dividindo de igual para igual as malamba, quer nas fomes
e nas doenças quer nas mortes, começou a chorar também. xitu, 2011, p. 72.
lamba. quimb. desventura, provação, infortúnio. maia, 1964; assis jr.,
[19--]. malamba. quimb. tribulações, agonias. assis jr., [19--]. elamba.
umb. desgraça. le guennec; valente, 2010.
lambamba. Ver lamba.
lambança
sujeira, misturada. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
malandragem. – atrevimento. – desarrumação, sujeira. antunes, 2013;
lopes, 2003; silveira, 1975a, 1974; martins, 1969; teixeira, 1946; senna,
1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
lamburar
sujar-se com comida. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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188 Palavra banto em Minas
kilambe. quimb. cocção; cozimento. kilambelu. quimb. utensílio para
cozinhar. assis jr., [19--].
lemba. Ver lamba.
lenga-lenga
conversa comprida. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
lengalenga. conversa fiada. lopes, 2003; castro, 2001; soares, 1954;
laytano, 1936.
Ç Eu, já de velhacaria, fiquei calado: queria gozar aquela lenga-lenga. ribas,
1985, p. 42.
kulengalala. quimb. qualidade do que é leve. assis jr., [19--]. okulen-
galenga. umb. gemer. le guennec; valente, 2010.
lero-lero
conversa fiada. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
lero lero. conversa fiada. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
liamba
liamba, riamba. Cannabis Sativa. gonçalves, 1995, Jatobá. liamba.
cigarro, fumo. Montado nele um cavaleiro muito aprumado, muito fidalgo
e garboso, um liamba no canto da boca. gonçalves, [1994], Jatobá.
diamba cânhamo. Cannabis Sativa. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
diamba, liamba. variedade de cânhamo, cujas folhas e flores são
usadas como narcótico. castro, 2001, Bahia.
liamba. maconha. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça, 1973; bastide,
1971; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç diamba. maconha. Mas fechei ainda meus olhos, modo de adiatar perceber
– tapar orelhas, calar boca, assim dei encontro o que no cheiro da diamba dele
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Sônia Queiroz 189
queria m’alertar: ia ser eu o pastor daquele cabrito? vieira, 2006a, p. 19. Cheio
de sono, os olhos vermelhos parecia era tinha fumado diamba, deixou as mãos
à toa revistarem o homem, resmungando, xingando só para ele ouvir. vieira,
2006b, p. 46. liamba. o mesmo que riamba ou diamba, maconha. Ardi o
incenso de liamba no turíbulo, fumiguei. vieira, 1987, p. 46. Exatamente e que
é um problema íntimo, pessoal, entende? Mostre-me esse tabaco ou é diamba.
rui, 2013, p. 16. Pásssaros voavam, liambados na infelicidades dos ninhos a
queimar ovos e descendência e sem saberem onde pousar. rui, 2013, p. 181.
elyamba. umb. ópio, cânhamo. le guennec; valente, 2010. riamba.
quimb. maconha. assis jr., [19--]. diamba. quimb. maia, 1964. dyamba.
quic. cânhamo. cobe, 2010.
libambo
corrente. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
corrente de ferro usada em prisões. – fig. prisão. lopes, 2003; castro,
2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973; beaurepaire-rohan, 1956; senna,
1938; 1921; laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç libambo. grupo de escravos, em fila, presos à mesma corrente.
Longos libambos de voluntários, na corda: porrada e caneca de gongoenha
sem açúcar. vieira, 2006a, p. 96. lubambo. E na quibuca que vinham
também um lubambo de conversos de Njinga que ela não houvera querido
resgatar. vieira, 2006a, p. 62.
lubambo. quimb. corrente, prisão. maia, 1964; assis jr., [19--]. luvambo,
lunvambo. quic. corrente. cobe, 2010; maia, 1964.
liporê. Ver tiporê.
lobôlobo, lôbo-lobo. Ver loblobô.
loblobô
loblobô, lobôlobô. certa planta comestível. gonçalves, 1995, Jatobá;
lôbo-lobô. uma fruta. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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190 Palavra banto em Minas
lobolobo. nome usado para alguns legumes ou outras plantas
comestíveis. lopes, 2003; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
longado
andar, gingado, rebolado. Tipura a ocaia. A o longado da ocaia. Olha a
mulhé. Alá o rebolado da mulhé. queiroz, 1998, Tabatinga.
rastá o longado. dançar (lit. arrastar o rebolado). queiroz, 1998,
Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okukolonga. olun. mexer. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
lorri
peixe. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes.
lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ohi. olun. peixe. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. ngole.
quimb. bagre do rio. maia, 1964; assis jr., [19--].
luanda. Ver aruanda.
lubra
peito. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
lubra, lubri. vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
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Sônia Queiroz 191
lundu
certa dança. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
amuo. – dança afro-brasileira. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira,
1975; mendonça, 1973; bastide, 1971; beaurepaire-rohan, 1956; soares,
1954; senna, 1938; 1921; laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
M
mabaço
mabaço, babaço. irmão gêmeo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
mabaça. diz-se da banana ligada a outra; acredita-se quem a come
terá filhos gêmeos. castro, 2001, Bahia.
mabaça, mabaça. gêmeos, irmão ou irmã. antunes, 2013; lopes, 2003;
castro, 2001. babaça, babaço, mabaço. gêmeo. ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kabasa. quimb. gêmeo. maia, 1964. gêmeo que nasce em segundo
lugar. assis jr., [19--].
macaca. Ver macaco.
macaco
todas as espécies de primatas. gonçalves, 1995, Jatobá.
q macaca. Nomeia fazenda em Nazareno; córrego em Brumadinho;
povoado em Conceição do Mato Dentro; riacho em Monte azul;
Serra em Juruaia. macacão. Nomeia fazenda em Esmeraldas; córrego
em Rubelita. macaco. córrego em Aimorés, Aiuruoca, Almenara,
Ataléia, Baldim, Belo Vale, Bertópolis, Bom Jesus do Galho, Carva-
lhópolis, Cláudio, Coração de Jesus, Itanhomi, Ituiutaba, Iturama,
Jaboticatubas, João Pinheiro, Lagoa Grande, Laranjal, Logamar,
Nanuque, Nazareno, Oliveira, Passabém, Patos de Minas, Prata,
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192 Palavra banto em Minas
Presidente Olegário, Resende Costa, Rubim, Salinas, Santa Cruz
de Salinas, Santa Rita do Itueto, São Gotardo, Sete Lagoas, Tapira
e Teófilo Otoni; fazenda em Amparo da Serra, Carvalhópolis, Itaca-
rambi, Iturama, Juruaia, Laranjal, Mariana, Teixeiras e Varzelân-
dia; povoado em Bom Jesus do Galho, Itanhomi, e Passabém; sítio
em Serro; morro em Caiana e Faria Lemos; localidade em Dores
de Ganhães, Mesquita Salinas e Santa Cruz de Salinas; riacho em
Gameleiras e Monte Azul; cachoeira em Governador Valadares; e
ribeirão em Caratinga. macacos. Nomeia fazenda em Buenópolis,
Cássia, Congonhal, Delfinópolis, Grupiara, Ibiraci, Macacos, Matu-
tina, Monte Sião, Nazareno, Passa-Tempo, Riacho dos Machados,
Sacramento, Seritinga, Turvolândia, Uberlândia, Veríssimo; córrego
em Bandeira, Belo Horizonte, Buenópolis, Caratinga, Cássia, Comer-
cinho, Conquista, Ervália, Fortuna de Minas, Ibiraci, Itabira, Itinga,
Jacinto, José Gonçalves de Minas, Macacos, Mariana, Medina, Monte
Sião, Nazareno, Ouro Preto, Padre Paraíso, Pompeu, Ponto dos
Volantes, Rio do Prado, Rio Paranaíba, Santa Cruz de Salinas, Ubá,
Uberaba, Uberlândia e Veríssimo; localidade em Bandeira, Ervália,
Esmeraldas, Passa-Tempo, Piraúba, Pompeu e Resende Costa; serra
em Buenópolis e Resende Costa; lagoa em Padre Paraíso e Ponto
dos Volantes; povoado em Itabira; ribeirão em Cachoeira da Prata,
Congonhal Esmeraldas, Fortuna de Minas, Inhaúma, Nova Lima e
Piraúba; riacho em Brasília de Minas, Luislândia e São Francisco.
macaquinha. Nomeia córrego em Acaiaca, Aimorés, Bom Jesus do
Galho, Caratinga, Carvalhos, Governador Valadares, Itaobim, Itueta,
Macambeiras, Mariana, Santa Rita do Itueto; Fazenda em Campa-
nário e Mariana; localidade em Bom Jesus do Galho e Dores de
Ganhães; povoado em Itueta e Mariana. macaquinhos. Nomeia rio
em Congonhas e Ouro Preto e córrego em Resplendor. lima, 2012.
cachoeira do macaco. Nomeia localidade em Coroaci. lima, 2012.
córrego do macaco seco. Nomeia povoado em Itanhomi e fazenda em
Galiléia. lima, 2012.
córrego dos macacos. Nomeia fazenda em Teófilo Otoni. lima, 2012.
córrego do macaquinha. Nomeia povoado em Campanário. lima, 2012.
ilha dos macacos. Nomeia fazenda em Araquari e córrego em Campos
altos. lima, 2012.
macaco seco. Nomeia córrego em Itanhomi e Tumiritinga. lima, 2012.
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Sônia Queiroz 193
símio. p. ext. esperto, finório; feio, horrendo. – maquinismo para
levantar grandes pesos; casa de penhor; jogo da amarelinha. –
Soldado de polícia, mata-cachorro. castro, 2001, Bahia.
símio. – pessoa ladina. – pessoa feia e engraçada. – árvore. – inseto
coleóptero. topônimo. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; soares,
1954; senna, 1938; 1921; laytano, 1936.
Ç macaco. Por isso temos que fazer como o macaco, não vi nada, não ouvi
nada, não falei nada. pepetela, 1999, p. 21. Os macacos executavam pulos
mirabolantes que deixavam admirado o mundo da cidade. xitu, 2011, p. 86.
Quê? É o macaco? Muito bonito, muito bonito! Comentou, projectando
um olhar enojado para o filho. ribas, 1973, p. 98. As aves noturnas cediam
lugar no concerto aos macacos e esquilos. pepetela, 1982, p. 11. O macaco
lhe esticou uma lambisgóia do lábio que até saiu sangue. ondjaki, 2006,
p. 37. Os macacos guinchavam e faziam pulos acrobáticos, nunca antes
vistos por qualquer homem. xitu, 1984, p. 42.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
macacoa
doença leve cíclica. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada em registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada em registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
nome utilizado para se referir a achaques provenientes de alguma
moléstia. senna, 1938.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
macaia
macaia, macanha. fumo de rolo. simões, 2014, Milho Verde. macaia.
erva, cigarro. vogt; fry, 1996, Alfenas. fumo de rolo. gonçalves, 1995,
Jatobá. fumo. dornas fº, 1938, Itaúna. maconha. Cannabis Sativa.
macanha. pessoa negra. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
macanha. tabaco. castro, 2001, Bahia. macaibo. erva, cigarro. vacaio.
fumo. andrade fº, 2000, Cafundó.
macaia. fumo. – Cannabis Sativa. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira,
1975; bastide, 1971; senna, 1938; raimundo, 1933. macanha. fumo.
senna, 1938.
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194 Palavra banto em Minas
Ç macanha. tabaco. E veio, quente e macio, um ar de diamba fumada, perfu-
mada na água verde da mutopa, vi lequear as largas folhas do tabaco-maca-
nha no meio do chuvisqueiro. vieira, 2006a, p. 27.
kangonha. quimb. cânhamo. maia, 1964; assis jr., [19--]. makanha.
quimb. tabaco. maia, 1964; assis jr., [19--]. káia (pl. makáia). quic.
tabaco. maia, 1964. ekaya, akaya. umb. planta herbácea; folhas dessa
planta usada para fumar ou cheirar. le guennec; valente, 2010
macamba. Ver camba.
maçambique
[guarda de Nossa Senhora do Rosário] Ê Zambi.../ei, Maçambique é
coisa boa/ Maçambique era nego de coroa/ê Zambi... dias, 2001, Arturos.
moçambique. guarda dos pretos-velhos; caracteriza-se pela roupa
branca, saiote e lenços azuis e uso das gungas. Em algumas versões
do Mito, foi a guarda que tirou Nossa Senhora do Rosário das águas.
– país africano. pereira; gomes, 2000, Arturos. Saravá o povo de ingomba
auê/saravá o povo de Moçambique/oia o povo de congado ouê/ô no jira ni
cunda no jira. Capitão João Lopes. lucas, [1990], Jatobá. cintas de
vidro. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Nomeia córrego e fazenda em Cordisburgo. lima, 2012.
moçambique. nome genérico porque ficaram conhecidos negros do
grupo banto de fala majoritária ronga e chagada, que foram trazidos
de Moçambique, na Contra-Costa, para o Brasil, em número menos
significativo para o Nordeste. – dança folclórica brasileira, espécie de
bailado, que se encontra nas regiões centro-oeste e sudeste do Brasil.
castro, 2001, Bahia. bobo. andrade fº, 2000, Cafundó.
moçambique. dança afro-brasileira. – topônimo. senna, 1921;
ferreira, 1975; mendonça, 1973.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
, musambi. quimb. saltareio. maia, 1964; assis jr., [19--]. musambe.
quimb. aquele que diz orações. assis jr., [19--]. nsambu. quic. benção.
cobe, 2010; maia, 1964. esambu. olun. oração. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
macambúrio
tristonho. gonçalves, 1995, Jatobá. macambúzio. triste, depressivo.
Só o coelho deu com o rosto macambúzio da macaca. ribeiro, 1970.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 195
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
macambúzio. triste, deprimido. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça,
1973; senna, 1938; 1921.
Ç macambúzio. triste. Levou o padre à divisão onde estava o governador de
Benguela deitado num catre, com o macambúzio cirurgião-barbeiro à cabeça,
o mesmo que em tempos lhe tratava dos pés. pepetela, 2012, p. 273.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
macambúzio. Ver macambúrio.
macangê
pepino. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
pepino. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
macanha. Ver macaia.
maçoroca. Ver mossoroca.
maco. Ver mocó.
maconha. Ver macaia.
macota
amante, mulher boa. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
os mais velhos, mais importantes na hierarquia religiosa congo-an-
gola. – equivalente a ebome. – o mestre do maculelê, o puxador dos
cânticos. – chefe, maioral; o maior e mais importante. – p. ext. pessoa
de prestígio ou influência numa localidade. – (euf.) usado em lugar
de lepra, considerada palavra tabu (quizila) pelo temor à doença
tida como a mais poderosa de todas. – macota só sai na rua de umbela.
alusivo ao hábito de os chefes tradiconais sairem protegidos por um
sombreiro colorido. castro, 2001, Bahia.
chefe. – pessoa de grande importância. lopes, 2003; ferreira, 1975;
silveira, 1975d, 1975c, 1974; mendonça, 1973; beaurepaire-rohan, 1956;
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196 Palavra banto em Minas
soares, 1954; gomes, 1948; senna, 1938; laytano, 1936; ambrósio, 1934;
raimundo, 1933; pires, 1921; apocalypse, [196-?].
Ç macota. mais velho; ancião. Manda quem manda – quimbar vira regedor,
macotas tiram quijinga. vieira, 2006a, p. 97. Acompanhado da cucumanda
e macotas, Vúnji Calinda rumou para Luanda. ribas, 1973, p. 62. makota.
O mais curioso nem era tanto o que se dizia, muitas até eram estórias que eu
já conhecia, de Jinga, dos makotas e sobas da área, dos portugueses e mafu-
los, de como chovia e de como corria o rio Bengo, de como kiandas saíam das
águas para ajudar ou prejudicar pessoas, de como os pássaros cantavam ou
determinado kimbanda curava infertilidade. pepetela, 1999, p. 114. Mas
não convenceu os makota do Tribunal, que o tinham sempre debaixo do olho.
xitu, 1984, p. 76. kota. ancião. Penso na nostalgia de si próprio, quando
ainda era capaz de grandes sonhos. Assim se envelhece, dizem os kotas, esses
que sabem tudo da vida e dos homens. pepetela, 1999, p. 18. Espanto foi só
de eu ver uma turma inteira, cinquenta pessoas, leventarem de prontidão e
respeito: “bom diaaaaa, camaradaaaaa, professooooor!” Ché!, kota Sankarah.
ondjaki, 2007, p. 127. Maria com curiosidade em saber para onde a cota
ia mas não era gentil nem conveniente perguntar e orelhudos a ouvir, dava
em falta de educação […]. rui, 2013, p. 46. O macaco delirava, dava saltos
mortaisna cabeça da kota, fingia que lhe estava a catar piolhos, o marido dela,
acho que era marido, era um senhor muito branco mas estava vermelho de rir.
ondjaki, 2006, p. 40.
dikota (pl. makota). quimb. maioral; velho. maia, 1964. kota (abrev. de
rikota). quimb. chefe, maioral. assis jr., [19--]. kota. quic. velho. maia,
1964.
macuca
macuca, macuco. mulher ou homem feio (a) e velho (a). simões, 2014,
Milho Verde. acuro. homem velho; velho. simões, 2014, Milho Verde.
macuca (o). mulher (homem) velho (a) e feio (a). nascimento, 2003,
São João da Chapada. macuco. pessoa do pé sujo, grosso, cascorento.
pereira; gomes, 2000, Arturos. macuro, nacuro. homem. vogt; fry,
1996, Milho Verde. macuco. velho, idoso. gonçalves, 1995, Jatobá.
kuka. velha. Siá Savané disse à Kuka-Siá Tinha: Isto nos mostra que
mesmo sendo um pequeno e fraco, qualquer um pode apelar para a inteli-
gência, astúcia e manha e passar os grandes para trás. gonçalves, [1994],
Jatobá. nacuruacucua. homem velho. vogt; fry, 1996, Milho Verde.
macuca. mulher velha e feia. ma indica plural. Mas, aportuguesando-se
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Sônia Queiroz 197
o vocábulo, deu-se o esquecimento etimológico. machado fº, 1943, São
João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
cuca, acuca, macuca, mumuca. negra velha, coroca, bruxa. – bicho-
-papão do universo dos contos e acalantos brasileiros, ser fantástico
que aterroriza crianças, imaginado como uma mulher muito velha e
feia como uma coruja, geralmente associada à figura do negro e tida
como devoradora de criancinhas desobedientes. castro, 2001, Bahia.
macuco. mulher velha e feia. lopes, 2003; ferreira, 1997; silveira, 1974,
1975c, 1975d; teixeira, 1946; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç maculo. antepassado. […] um antepassado subia, saiu lá em Kitangola,
sua terra de nascido, espírito dos fundos, falavam os maculos naquela panela
rota da cabeça dele, já escangalhada de porrinhadas e paus que íamos lhe pôr
a seguir? vieira, 2006a, p. 41
kuka; ma kuka, wa kuka. umb. velho. le guennec; valente, 2010;
wilson, 1954. kukuka. quimb. ficar caduco. velhice. kuku, mákulu.
antepassado. maia, 1964; assis jr., [19--]. vakuka. quic. caducar. maia,
1964.
máculo
desinteria. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
maculo. diarréia. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça,
1973; beaurepaire-rohan, 1956; senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
makúlu. quimb. desinteria. assis jr., [19--].
macumba
certa seita. instrumento musical de guerra. Após a abolição da escra-
vatura, este instrumento foi usado para chamar os adeptos aos cultos dos
ancestrais no Rio de Janeiro. A palavra se estendeu para a seita. hoje, usado
de forma preconceituosa para todas as oferendas aos deuses (externas).
gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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198 Palavra banto em Minas
denominção genérica para as manifestações religiosas afro-brasi-
leiras de base congo-angola, que incorporaram orientações amerín-
dias, católicas e espíritas, com predominância do culto ao caboc(l)o
e preto-velho. castro, 2001, Bahia.
sessão de feitiçaria; despacho. – nome popular de religiões afro-bra-
sileiras. – instrumento musical. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira,
1975; mendonça, 1973; bastide, 1971; gomes, 1948; teixeira, 1946; senna,
1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
múkumbi. quimb. hino sacro, salmo. – cantor. – poeta que celebra
heróis ou altos feitos. – arrulho. – canto com que se adormecem
crianças. maia, 1964; assis jr., [19--]. n'kunga. quic. hino, salmo. cobe,
2010; maia, 1964.
macumbero
participantes da macumba. Caba com ocês, vai embora, o povo aqui é
macumbero. pereira, 2005.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
macumbe(i)ro. feiticeiro, adepto de macumba + port. –eiro. é frequen-
temente usado como alcunha pejorativa. castro, 2001,
,Bahia.
macumbeiro. participante da macumba. lopes, 2003; castro, 2001;
ferreira, 1975; mendonça, 1973; bastide, 1971; teixeira, 1946; senna,
1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
múkumbi. quimb. hino sacro, salmo. – cantor. – poeta que celebra
heróis ou altos feitos. – arrulho. – canto com que se adormecem
crianças. maia, 1964; assis jr., [19--]. n'kunga. quic. hino, salmo. cobe,
2010; maia, 1964.
macundembaia
espingarda. simões, 2014, Milho Verde; nascimento, 2003, São João da
Chapada.
macumba embaua. espingarda. simões, 2014, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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Sônia Queiroz 199
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
macura
gordo. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
gordura, carne. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
mafura. óleo, gordo. vogt; fry, 1996, Cafundó.
macura do ingômbi. gordura bovina, manteiga, vela. andrade fº, 2000,
Cafundó.
macura do avere. manteiga. andrade fº, 2000, Cafundó.
macura do coçumbadô da cupópia. cera do ouvido. andrade fº, 2000,
Cafundó.
macura do ingômbi do andaru. vela. andrade fº, 2000, Cafundó.
gordura, carne. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
makuria. quimb. comidas. assis jr., [19--]. makudia. quimb. comidas.
maia, 1964. kuria. quimb. comer, comida. assis jr., [19--]. kudiá. quimb.
comer, comida. maia, 1964. okulya, okulia. umb. comer, comida. le
guennec; valente, 2010; wilson, 1954. dya. quic. comer. cobe, 2010. onondia,
okuria. olun. comida. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
macuro. Ver macuca.
mafuá
confusão; local mal frequentado. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
conjunto de coisas velhas, fora do uso; lugar onde se guardam desor-
denadamente essas coisas. – feira ou parque de diversões. castro,
2001, Bahia.
termo referente a habitação de uma maneira geral. lopes, 2003; senna,
1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
fufu. quimb. confusão. maia, 1964; assis jr., [19--]. Ver fuá.
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200 Palavra banto em Minas
mafuado
escondido. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
mafuá. conjunto de coisas velhas, fora do uso; lugar onde se guar-
dam desordenadamente essas coisas. feira ou parque de diversões.
castro, 2001, Bahia.
mafuá. termo referente a habitação de uma maneira geral. lopes,
2003; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mafunda. quimb. abismo. mistério. assis jr., [19--]. fufu. quimb. confu-
são. maia, 1964; assis jr., [19--]. Ver fuá.
mafufo
nádegas. vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
nádegas. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
mafuim. Ver mapuim.
mafumbado
quieto, retraído. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mafunda. quimb. abismo. mistério. assis jr., [19--].
maganguera. Ver manganguera
magé-toucinho
gordura, toucinho. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 201
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
magé. gordura. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
maji. quimb. gordura. maia, 1964; assis jr., [19--]. mazi. quic. gordura.
cobe, 2010; maia, 1964.
maiembe
medicina. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
maiêmbi. remédio. andrade fº, 2000, Cafundó. maiembe. remédio.
vogt; fry, 1996, Cafundó.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ovihemba. umb. medicina, remédio. le guennec; valente, 2010;
wilson, 1954. ihemba. quimb. remédio. maia, 1964. oyiemba. olun.
medicamento. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
majira. Ver injará.
makacumba
makacumba, makakumbe. relógio. batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç ekumbi. sol. Quem é essa menina tão linda até parece a barba de milho
já pronto a namorar com ekumbi, o sol que é a cor do cabelo dela, também
parecido com a nossa muamba, que é? rui, 2013, p. 48.
kumbi, dikumbi. quimb. sol. maia, 1964. ekumbi. umb. sol. le
guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun. sol. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896. Ver cumba.
makakumbe. Ver makacumba.
malafo. Ver marafa.
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202 Palavra banto em Minas
malafa. Ver marafa.
malagueta
certa pimenta, origem da guiné. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
pimenta. – coisa que é muito ardida. – sujeito irritadiço. – parte da
costa africana, próxima da Guiné, denominada assim pelos portu-
gueses durante o período colonial. soares, 1954; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
malamba. Ver lamba.
malambre
devagar, vagarosamente. byrd, 2005, Patrocínio. malemba. canto de
perdão. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
malemba. nome de Dandalunda. malembe. cântico fúnebre, de
misericórdia. castro, 2001, Bahia.
malemba. devagar, lentamente. ferreira, 1975.
Ç malembe. paciente, com calma. Então não sabe mesmo o que é fogo-frio,
calma calema, como pode-se mesmo ser amigo de mulher e amor de homem.
Malembe-malembe!… vieira, 1987, p. 14. O sol ia furar teimoso, pela cópa
daquela árvore insuficiente, mas Boneca, ia falar pela tarde embora malem-
be-malembe, sem se apressar nos temas, degustando os efeitos das tiradas
no auditório, enquanto nos olhava nos olhos. santos, 1991, p. 11.
malemba. quimb. devagar. malembe. quic. lento. maia, 1964.
malembe. quic. devagar. amalembe. quic. lento. cobe, 2010.
malavo. Ver marafa.
malavra. Ver marafa.
malemba. Ver malambre.
malombeiro
misterioso. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 203
malombe. luto. castro, 2001, Bahia.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
elumbu. umb. mistério, enigma. le guennec; valente, 2010; wilson,
1954. malombo. quimb. carvão com que se pinta a cara em sinal de
luto. assis jr., [19--]. malembe, malombo. quimb. luto. maia, 1964.
malombo. Ver malongo.
malongo
malongo,
,malumbim. fruta. byrd, 2005, Patrocínio. malombo. vogt;
fry, 1996, Patrocínio. malongo, malumbim. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbongo. quic. fruto. cobe, 2010.
malumbim. Ver malongo.
malunga. Ver malungo.
malungo
companheiro. simões, 2014, Espinho; byrd, 2005, Patrocínio. num primeiro
momento, o nome dado ao companheiro que veio no mesmo navio
negreiro. gonçalves, 1995, Jatobá. marungo. [companheiro] Muenha
cuna marungo/na Aruanda saravá/muenha cuna marungo/na Aruanda saravá.
Capitã Pedrina de Lourdes Santos. titane, 1999, Oliveira. malunga. da
mesma idade. vogt; fry, 1996, Patrocínio; machado fº, 1943, São João
da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
malungo. companheiro, irmão de barco. – (arcaico) o negro compa-
nheiro da embarcação de África; p. ext. irmão de criação ou irmão-
-de-leite. malunga. bracelete de ferro. – aguardente, cachaça. castro,
2001, Bahia.
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204 Palavra banto em Minas
malungo. companheiro que está na mesma condição ou pertence
ao mesmo dono ou fazenda. lopes, 2003; ferreira, 1975; silveira,
1975d, 1974; mendonça, 1973; bastide, 1971; beaurepaire-rohan, 1956;
soares, 1954; senna, 1938; 1921; laytano, 1936; raimundo, 1933; pires,
1921; apocalypse, [196-?]. malunga. argola. – aguardente. lopes, 2003;
ferreira, 1975; mendonça, 1973.
Ç malunga. amuleto de ferro forjado. Toquei o que virou ferro em brasa,
meu lunga, meu feitiço de autoridade, meu malunga pendurado no pescoço
tinha o peso do mundo e do medo. vieira, 2006a, p. 116. São sabedorias
antigas, este lugar tem força. Algumas pessoas são apoderadas pelos espíri-
tos, outras não. É um lugar muuuito forte! Tem malunga. pepetela, 2012,
p. 169. Malunga seria uma figurinha de madeiraque se fixa no leito de um
rio, perto da margem, entre rochas por exemplo, numa espécie de pequeno
santuário. pepetela, 2012, p. 172. ulungu. canoa. E quem parte a canoa,
vai com as tábuas (ubula ulungu, uia ni mabaia). ribas, 1973, p. 32.
ulungo. quimb. lungu. quic. barco, embarcação. maia, 1964. malúnga.
quimb. argolas, pulseiras. maia, 1964. assis jr., [19--]. nlunga. quic.
argolas, pulseiras. cobe, 2010; maia, 1964. ochinunga, ocinunga. umb.
pulseira. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
mamaiove
mãe. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
sua mãe. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mama. quimb. mãe. maia, 1964. ove, cove. umb. meu, teu. wilson,
1954. eye. umb. ele. wilson, 1954.
mamambelê
seios. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
maman. ama de leite; ama-seca; aplicado às negras velhas. pires, 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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Sônia Queiroz 205
mama. quimb. mãe. maia, 1964. mama. umb. minha mãe. le guennec;
valente, 2010.
mambi
agulha. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
agulha, faca, fio, punhal, chifre. andrade fº, 2000, Cafundó; vogt; fry,
1996, Cafundó.
mambi do pelotão do ingômbi, mambi da caméria do ingômbi.
chifre. andrade fº, 2000, Cafundó.
mambi do sêngui. espinho. andrade fº, 2000, Cafundó.
agulha. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
mambeme
sem valor, pobre. Em Angola, nome dado a pessoas claras e ordiná-
rias. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
mambembe. inferior, de péssima qualidade. – lugar distante, desa-
bitado. senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo
mandembo
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego em Cássia, Pains, Palma, Passa-Tempo, Pedro Teixeira, Piau,
Piedade dos Gerais, Piracema e Santos Dumont; fazenda em Carmo
da Mata, Cristina, Nova Era, Oliveira, Pains, Pedro Teixeira, Perdi-
gão e Piau; ribeirão em Oliveira e Carmo da Mata; serra em Perdi-
gão; morro em Cristina; povoado em Carmo do Rio Claro. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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206 Palavra banto em Minas
mandembe. lugar de mata fechada e de difícil acesso. lopes, 2003.
mandembo, mandêmbe. topônimo. senna, 1938; 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
mamentos
seios. vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
mameto. nossa mãe. castro, 2001, Bahia.
mamentos. seios. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mam’etu. quimb. nossa mãe. assis jr., [19--].
mamona
fruto do qual se extrai o óleo de rícino. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
fruto do mamoneiro do qual se extrai o óleo de rícino. – topônimo.
lopes, 2003. ferreira, 1975; soares, 1954; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mono. quimb. rícino. maia, 1964; assis jr., [19--].
mandumba. Ver andambe.
mandinga
feitiço. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Quem não pode com mandinga, não carrega patuá, fazer ou preten-
der algo além do que pode. – denominação de um povo do grupo
de língua mandê, do oeste-africano, que foi trazido para o Brasil
durante a escravidão. castro, 2001, Bahia.
feitiçaria. – fechar o corpo tornando-o invulnerável por meio de bruxa-
ria. – obstáculos. – topônimo. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
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Sônia Queiroz 207
mendonça, 1973; bastide, 1971; martins, 1969; soares, 1954; teixeira, 1946;
senna, 1938; 1921; laytano, 1936; raimundo, 1933; apocalypse, [196-?].
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mandinga. quimb. indignação, supertição. maia, 1964; assis jr., [19--].
mandingueiro
feiticeiro. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Nomeia córrego em Itamarandiba, Lima Duarte, São João Del Rey;
localidade em Araçuaí; fazenda em Amparo da Serra, Uberaba e
Veríssimo. lima, 2012.
mandinga. Quem não pode com mandinga, não carrega patuá, fazer ou
pretender algo além do que pode. – denominação de um povo do
grupo de língua mandê, do oeste-africano, que foi trazido para o
Brasil durante a escravidão. castro, 2001, Bahia.
mandingueiro, mandinguento. aquele que faz ou pratica a
mandinga. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; bastide, 1971.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mandinga. quimb. indignação, supertição. maia, 1964; assis jr., [19--].
mandraca
feitiço, treta, algo difícil de entender. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
bruxaria. castro, 2001, Bahia.
bruxaria. lopes, 2003; ferreira, 1975; bastide, 1971; senna, 1938; 1921.
Ç Não encontrado
,em registros da literatura angolana.
ndoki. quic. mágica. cobe, 2010; maia, 1964.
mandragueiro
o que aprecia ou faz feitiços, ilusões, tretas estranhas. gonçalves,
1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
mandraque + port. -eiro. castro, 2001, Bahia.
alcunha ou apelido depreciativo. lopes, 2003; ferreira, 1975; senna,
1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ndoki. quic. mágica. cobe, 2010; maia, 1964.
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208 Palavra banto em Minas
mangalô
feijão de porco. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
mangalô. feijão de porco. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
soares, 1954; campos, 1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ongulu. umb. porco. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. olun.
porco. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. ngúlu. quimb.
porco; a carne desse animal. maia, 1964; assis jr., [19--]. ngulu ie vata.
quic. porco. maia, 1964. ngulu. quic. porco. cobe, 2010.
manganá. Ver ganga.
mangangá
certo marimbondo feroz. – pessoa poderosa e perversa. gonçalves,
1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
pessoa importante, o manda-chuva, o maioral. castro, 2001, Bahia.
o maioral. senna, 1938; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nganganji. quimb. mosca. maia, 1964; assis jr., [19--].
manganguera
manguanguera, maganguera. sem gordura; carne magra. gonçalves,
1995, Jatobá.
ochito manganguera (carne sem gordura). machado fº, 1943, São João
da Chapada.
pipoquê manganguera (feijão sem gordura). machado fº, 1943, São
João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
manganguera. sem gordura. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
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Sônia Queiroz 209
ngongonela. umb. magro. le guennec; valente, 2010.
manganjê. Ver imbanje.
mangar
brincar fingindo seriedade, zombar. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
mangar, mangá. zombar, troçar, vangloriando-se; caçoar, afetando
seriedade. antunes, 2013; lopes, 2003; castro, 2001; raimundo, 1933.
Ç mangona. preguiça; calaceirice. O coração pipilava seu bater de mango-
nha, esperava. vieira, 1987, p. 68. mangonha. preguiça. Várias vezes
quis castigá-lo a sério, sacudir a mangonha, mas não se sentia capaz de
exercer violência sobre o jovem e o escravo abusava de sua benevolência
quase fraternal. pepetela, 2012, p. 142-143. Entretanto, Boneca regres-
sava da cozinha da casa onde passava a komba da velha Gina e essas nossas
conversar de mangona, com dois pratos na mão e, enquanto me estendia um
deles, prosseguiu naturalmente. santos, 1991, p. 29.
mangonha. quimb. mentira. maia, 1964; assis jr., [19--].
mangira. Ver ongira.
mangonheiro
vigarista, pessoa maliciosa. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
mangonha. mentira, hipocrisia, malícia, zombaria, trapaça.
mangona. preguiça, indolência. castro, 2001, Bahia.
mangonha. mentira. lopes, 2003
Ç mangona. preguiça; calaceirice. O coração pipilava seu bater de mango-
nha, esperava. vieira, 1987, p. 68. mangonha. preguiça. Várias vezes
quis castigá-lo a sério, sacudir a mangonha, mas não se sentia capaz de exer-
cer violência sobre o jovem e o escravo abusava de sua benevolência quase
fraternal. pepetela, 2012, p. 142-143. Entretanto, Boneca regressava da
cozinha da casa onde passava a komba da velha Gina e essas nossas conver-
sar de mangona, com dois pratos na mão e, enquanto me estendia um deles,
prosseguiu naturalmente. santos, 1991, p. 29. mangonheira. árvore.
Ora, a manhã desse dia nasceu com as nuvens brancas – mangonheiras
no princípio; negras e malucas depois – a trepar em cima dos musseques.
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210 Palavra banto em Minas
vieira, 2006b, p. 11. mangonheiro. lento; preguiçoso; indolente.
Sempre que vavó adiantava xingar-lhe de mangonheiro ou suinguista, só
pensava em bailes […].vieira, 2006b, p. 14. Demorou quatro dias até entrar
na cidade, porued os dentes de elefante, […] se revelavam demasiado pesa-
dos para os três escravos e Mulende não era tão forte como os outros, além
de estar cava vez mais mangonheiro. pepetela, 2012, p. 142-143.
mangonha. quimb. mentira. maia, 1964; assis jr., [19--].
manguera. Ver orelo.
manhanguá
abóbora, com as variedades moganga, marimba e moranga. dornas
fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
abóbora. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
dinhângua. quimb. abóbora. maia, 1964; assis jr., [19--]. kinhêngua.
quic. abóbora. maia, 1964. etanga. olun. abóbora. etangankala. olun.
melancia grande. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
manhinga
sangue. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
manhinga. quimb. sangue. maia, 1964; assis jr., [19--].
manjangue. Ver imbanje.
manjirar. Ver injará.
manjuba
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q fazenda em Augusto de Lima. lima, 2012.
pênis muito grande, de tamanho descomunal. castro, 2001, Bahia.
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Sônia Queiroz 211
topônimo. senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
mansabiqueiro
corruptela de moçambiqueiro, desconfiado, matreiro. gonçalves,
1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
moçambique. nome genérico porque ficaram conhecidos negros do
grupo banto de fala majoritária ronga e chagada, que foram trazidos
de Moçambique, na Contra-Costa, para o Brasil, em número menos
significativo para o Nordeste. – dança folclórica brasileira, espécie de
bailado, que se encontra nas regiões centro-oeste e sudeste do Brasil.
castro, 2001, Bahia.
moçambique. dança afro-brasileira. – topônimo. lopes, 2003; ferreira,
1975; mendonça, 1973; senna, 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
musambi. quimb. saltareio. maia, 1964; assis jr., [19--]. musambe.
quimb. oração; aquele que diz orações. assis jr., [19--]. nsambu.
quic. oração, benção. cobe, 2010; maia, 1964. esambo. olun. oração.
okusamba. olun. orar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896. Ver
maçambique.
mapoim. Ver mapuim.
mapôra. Ver tiporê.
maporé. Ver tiporê.
mapuana. Ver mapuim.
mapucá
mosquito e outros animais. dornas fº, 1938, Itaúna.
mapucá do sengue. onça, veado (o que mora no mato). dornas fº, 1938,
Itaúna.
mapucá de curiá camugo. gato (o bicho que come rato). dornas fº,
1938, Itaúna.
mapucá de omenha. jacaré (o que mora n’água). dornas fº, 1938,
Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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212 Palavra banto em Minas
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado
,em registros da literatura angolana.
epuka, ocipuka. umb. bicho. le guennec; valente, 2010. wilson, 1954.
puka. quimb. vuka. quic. bicho. maia, 1964.
mapuim
mapuim, mafuim. óleo, gordo. vogt; fry, 1996, Patrocínio. farinha
de mandioca. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. mapoim,
mapuio. farinha. vogt; fry, 1996, Patrocínio. mapuana. dornas fº,
1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
mafuim, mapuim. farinha. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
mapuio. Ver mapuim.
marafa
marafa, marafo. cachaça. byrd, 2005, Patrocínio. marafa. aguar-
dente. Na bolsa dele tinha essas raiz e a marafa. pereira, 2005; vogt; fry,
1996, Patrocínio. malavo, malavra. dornas fº, 1938, Itaúna. marafa,
malafo. gonçalves, 1995, Jatobá. marafa. cachaça. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
marafa de uíque. cerveja. byrd, 2005, Patrocínio.
marafa de vinhango. cachaça. byrd, 2005, Patrocínio.
omenha de marafo. cachaça. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
marafo, malafa, marufo. cachaça, bebida votiva de Exu e caboc(l)o.
castro, 2001, Bahia.
marafo. aguardente. lopes, 2003; ferreira, 1975. marufo. vinho de
palma. raimundo, 1933.
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Sônia Queiroz 213
Ç marufo. vinho de sumo de caju, ou de seiva de matebeira, palmeira,
palmito ou bordão (também maruvo ou maluvo). Bananeirado, todo
em palmares de marufo por panguilas e muíjes, de seixado benzer, cris-
tão […]. vieira, 2006a, p. 20. maluvo. A comida e o maluvo eram da
responsabilidade do Mani-Luanda. E no caso da maluvo, sim, teriam de
ser quantidades grandes, pois os axiluanda preferiam essa bebida ao vinho
dos europeus. pepetela, 1999, p. 95-96. O vigário voltou a se servir do
maluvo. Preferia vinho de uva, como qualquer bom português, no entanto…
sorte dele apenas ter pensado sem o expressar, poderia ofender o kamba, um
grande português, dos mais antigos também naquela conquista de Angola,
tendo vindo moço para a terra, antes mesmo de Luanda existir. pepetela,
2012, p. 22. Em nova busca, entregou à semelhante um balaio, depôs uma
cabaça de maluvo de caju sobre um pedaço de madeira. ribas, 1973, p. 30.
Acabaram-se o funje e o maluvo. Fumaram em silencio, observando-se.
pepetela, 1982, p. 171. Não queremos complicação nem doença – e despeja
uma mistura de quitoto e maluvo, contida noutra botelha, e ministra nove
filamentos de vassoura, laçados pela cabanda nesse lapso de tempo. ribas,
1985, p. 121.
maluvu, malufu. quimb. vinho de palma. maia, 1964; assis jr., [19--].
malavu. quic. vinho de palma. maia, 1964. malavu ma nsamba. quic.
vinho de palma. cobe, 2010. alufu. umb. vinho de palmeira. le guen-
nec; valente, 2010.
marafo. Ver marafa.
marafoná(r)
beber, embriagar. byrd, 2005, Patrocínio. marafonar vogt; fry, 1996,
Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
marafo, malafa, marufo. cachaça, bebida votiva de Exu e caboc(l)o.
castro, 2001, Bahia.
marafo. aguardente. lopes, 2003; ferreira, 1975. marufo. vinho de
palma. raimundo, 1933.
Ç marufo. vinho de sumo de caju, ou de seiva de matebeira, palmeira,
palmito ou bordão (também maruvo ou maluvo). Bananeirado, todo
em palmares de marufo por panguilas e muíjes, de seixado benzer, cris-
tão […]. vieira, 2006a, p. 20. maluvo. A comida e o maluvo eram da
responsabilidade do Mani-Luanda. E no caso da maluvo, sim, teriam de
ser quantidades grandes, pois os axiluanda preferiam essa bebida ao vinho
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214 Palavra banto em Minas
dos europeus. pepetela, 1999, p. 95-96. O vigário voltou a se servir do
maluvo. Preferia vinho de uva, como qualquer bom português, no entanto…
sorte dele apenas ter pensado sem o expressar, poderia ofender o kamba, um
grande português, dos mais antigos também naquela conquista de Angola,
tendo vindo moço para a terra, antes mesmo de Luanda existir. pepetela,
2012, p. 22. Em nova busca, entregou à semelhante um balaio, depôs uma
cabaça de maluvo de caju sobre um pedaço de madeira. ribas, 1973, p. 30.
maluvu, malufu. quimb. vinho de palma. maia, 1964; assis jr., [19--].
malavu. quic. vinho de palma. maia, 1964. malavu ma nsamba. quic.
vinho de palma. cobe, 2010. alufu. umb. vinho de palmeira. le guennec;
valente, 2010.
marafonar. Ver marafoná(r).
marafunda. Ver barafunda.
marango. Ver ongoró.
marangola(o). Ver ongoró.
marangombe
marangombe, maria-gomes. certa verdura que se come com angu e
feijão. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
mariangombe. erva da família das portulacáceas, também conhecida
por língua de vaca. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; soares,
1954; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
madimi. quimb. línguas. maia, 1964. ngombe. quimb. boi. maia, 1964;
assis jr., [19--]. ongombe. umb. boi. le guennec; valente, 2010; wilson,
1954. olun. boi, vaca. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
marauangue
marauangue, marruangue. criança, menino. vogt; fry, 1996, Milho
Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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Sônia Queiroz 215
marauangue. criança. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
maravi
planeta Terra. O rei Kimba chegou perto dos brinquedos, deu um urro
tão forte que a maravi tremeu. gonçalves, 1995, Jatobá. maravir. terra.
machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
maravir. Ver maravi.
maria-gomes. Ver marangombe.
marimba
xilofone, balafo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Nomeia lagoa em Bocaiúva e Guaraciama. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
espécie de xilofone. – piano velho. – coisa insignificante. – topônimo.
lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973; soares, 1954;
senna, 1938; 1921; laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
marimba. quimb. instrumento musical. – música. maia, 1964; assis jr.,
[19--].
marimbeiro
Não encontrada nos registros de falares, cantos e contos africanos em
Minas Gerais.
q córrego e fazenda em Cambuquira. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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216 Palavra banto em Minas
espécie de xilofone. – piano velho. – coisa insignificante. – topônimo.
lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973; soares, 1954;
senna, 1938; 1921; laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
marimba. quimb. instrumento musical. – música. maia, 1964; assis jr.,
[19--].
marimbo
espécie de jogo de cartas, em que o parceiro que perde é chamado
de pai de marimbo. Daí a expressão corrente ser pai de marimbo – pagar
por todos, marchar com as despesas. machado fº, 1943, São João da
Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos
,abrimos verbetes a partir do glossário de palavras de origem afri-
cana encontradas nos contos orais, que integra a tese de Doutorado de Josiley
Francisco de Souza, Do canto da voz ao batuque da letra; do levantamento
de topônimos realizado por Emanoela Lima na dissertação de Mestrado
Toponímia africana em Minas Gerais; e da dissertação de Éverton Machado
Simões, África Banta na região Diamantina. Escolhemos para entrada dos
verbetes a variante oral registrada mais recentemente. Finalmente, foi
necessário realizar uma triagem nos verbetes para excluir palavras que
consideramos de origem portuguesa ou iorubá, uma vez que só nos inte-
ressam aqui as palavras de origem banto. Excluímos também palavras que
não foram encontradas em nenhuma outra fonte pesquisada e sobre as
quais não temos nenhuma evidência da origem banto. Em função dessas
escolhas, algumas palavras de origem banto usadas em Minas, e mesmo
dicionarizadas, como muxoxo, não estão inseridas neste glossário, por não
terem registro em nenhuma das fontes usadas para abertura de verbete.
É importante esclarecer ainda que, em algumas passagens da literatura
angolana, o autor coloca provérbios ou canções e traz a tradução entre
parênteses ou em nota de rodapé. Nesses casos foi preciso colocar todo o
texto em língua africana e inserir a tradução feita pelo autor entre parênte-
ses e sem itálico, como é o caso da palavra bambi com o significado de frio.
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Sônia Queiroz 23
Abreviaturas
euf. eufemismo.
fig. sentido figurado.
interj. interjeição.
lit. literalmente.
olun. olunyaneka.
p. ext. por extensão.
pl. plural.
pop. popular.
port. português.
quic. quicongo e seu conjunto de dialetos.
quimb. quimbundo e seu conjunto de dialetos.
umb. umbundo.
Símbolos
Registros de falares, cantos e contos de origem africana em
Minas Gerais.
q Registros de nomes de lugares de origem africana em Minas
Gerais.
Registros de falares africanos em outras regiões do Brasil.
Africanismos registrados em dicionários e glossários brasileiros.
Ç Registros de palavras africanas na literatura angolana.
Registros em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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Glossário
A
abife
abife, abifo. feio. queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
m’bi. quic. feio. cobe, 2010. ambi. quic. horrível. cobe, 2010; maia, 1964.
abifo. Ver abife.
acatito. Ver catito.
acuêto. Ver cueto.
acuro. Ver macuca.
adufe
adufe, adufo. couro de gato, pandeiro. byrd, 2005, Patrocínio; vogt;
fry, 1996, Patrocínio e Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
adufo. pandeiro, tambor. andrade fº, 2000, Cafundó.
adufo. tamborim. bastide, 1971; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
adufo. Ver adufe.
afochê
espingarda. byrd, 2005, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
vogt; fry, 1996, Cafundó.
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26 Palavra banto em Minas
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
aiêto
grande. byrd, 2005, Patrocínio. vogt; fry, 1996, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
aiê. festa de ano novo, entre os nagôs. ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
aiovê. Ver iovê.
aiuê. Ver iauê.
alume
homem. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
alombe. pessoa negra. alumbe. castro, 2001, Bahia. indombe.
escuro, escuridão. castro, 2001, Bahia.
alumbe, alume. homem. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ulume. umb. homem. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
omulume. olun. homem. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
ambuá
ambuá, arambuá, embuá, imbuá. cachorro. byrd, 2005, Patrocínio.
anguá. cachorro. nascimento, 2003, São João da Chapada. cambuá.
Cambuá avura num dá pra mim não, uai. Cachorro grande num dá pra mim
não, uai. queiroz, 1998, Tabatinga. ambuaianque. vogt; fry, 1996, Milho
Verde. imbuá. cão, cachorro, cadela, gato. vogt; fry, 1996, Alfenas,
Milho Verde e Patrocínio. ombuá. cachorro. gonçalves, 1995, Jatobá.
ambuá, arambuá, embuá. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo;
omboá. Ai! Omboá, ê! machado fº, 1943, São João da Chapada. m’boá.
dornas fº, 1938, Itaúna.
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Sônia Queiroz 27
cambuá do sengue. lobo, raposa (lit. cachorro do mato). queiroz, 1998,
Tabatinga.
imbuá de sengo. lobo (guará). byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
imbuá-sanguê. Nem o imbuá-sanguê, nem o Kimboto e muito menos o guembê
não entenderam onde é que a ladina lagartixa queria chegar com aquela fala.
cachorro do mato. gonçalves, [1994].
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
imbuá. cachorro. castro, 2001, Bahia. arambuá. cachorro. andrade fº,
2000, Cafundó; vogt; fry, 1996, Cafundó.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç câmbua. cachorro. Para seres sempre lembrado, o nome do primeiro filho
será o teu: câmbua – intervém o quimbanda. ribas, 1973, p. 58.
ombua. umb. cachorro. wilson, 1954. okambwa. umb. cachorro.
leguennec; valente, 2010. ímbua, kâmbua. quimb. cachorro. maia,
1964; assis jr., [19--]. mbua. quic. cão. cobe, 2010; maia, 1964.
ambuaianque. Ver ambuá.
amera
rosto. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Milho Verde.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
caméria. rosto. andrade fº, 2000, Cafundó; cara, rosto. vogt; fry, 1996,
Cafundó.
caméria caiapêmbi. rosto feio, assustador. andrade fº, 2000, Cafundó.
coçumbadô da caméria. fotógrafo, filmadora, máquina fotográfica.
andrade fº, 2000, Cafundó.
coçumbadô e cupopiadô da caméria e do nhoto. televisão. andrade
fº, 2000, Cafundó.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
omela. umb. boca. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. mwelo.
quic. boca. cobe, 2010.
amundá. Ver camundá.
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28 Palavra banto em Minas
andambe
andambe, indambe. mulher; palavra feia. simões, 2014, Milho Verde.
indumba. moça. byrd, 2005, Patrocínio. andambe. mulher. nasci-
mento, 2003, São João da Chapada. indumba. mulher, moça. vogt;
fry, 1996, Patrocínio. indame. fogo, mulher. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo. indamba. [mulher] Ê inganazamba punga auê.../
auê, auê, ô... /ô indamba angananzambi punga auê... Capitão João Lopes.
lucas, [1990], Jatobá. andambi, mdambi. mulher. Andambi, ucumbi u
atundá. Curima aiô mdambi. machado fº, 1943, São João da Chapada.
mandumba. dornas fº, 1938, Itaúna.
andambe ocaio. mulher da vida livre. simões, 2014, Milho Verde.
indame de sukano. moça namoradeira. virgem. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
indame oteka. mulher preta. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
indame sucanada. mulher casada. batinga, 1994, Alto
,registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
marimbo. jogo de cartas. lopes, 2003. topônimo. senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
madimu. quimb. esperteza. maia, 1964. marimu. quimb. esperteza.
assis jr., [19--].
marimbondo
vespa. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Nomeia córrego em Araguari, Brás Pires, Buenópolis, Campina
Verde, Conquista, Coronel Murta, Eugenópolis, Ingaí, Muriaé, Naza-
reno, Ouro Branco, Pedro Leopoldo, Quartel Geral, Rio Doce; Sacra-
mento, Salinas, São Pedro da União, Soledade de Minas, Taiobeiras,
Uberaba, Uberlândia e Veríssimo; fazenda em Araguari, Brás
Pires, Campina Verde, Conquista, Coqueiral, Frutal, Jequitinhonha,
Lambari, Luminárias, Luz, Passos, Rio doce, Sacramento, São Pedro
da União, Soledade de Minas, Taiobeiras, Teixeiras e Veríssimo; loca-
lidade em Açucena, Araguari, Buenópolis, Frutal, Raul Soares, São
Pedro dos Ferros, Uberlândia; povoado em Santa Rita do Itueto e
São João do Oriente; Ribeirão em Boa Esperança e Frutal; e serra
em Campina Verde, Frutal e Gurinhatã. marimbondinho. Nomeia
córrego em Conquista. marimbondos. Nomeia serra em São Pedro
da União. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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Sônia Queiroz 217
vespa. – comida feita a base de carne desfiada. lopes, 2003; castro,
2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973; beaurepaire-rohan, 1956; soares,
1954; gomes, 1948; teixeira, 1946; senna, 1938; laytano, 1936; raimundo,
1933.
Ç marimbondo. espécie de vespa. Marimbondos saem malucos dos ninhos
deles, nos cajueiros. vieira, 2006b, p. 22. […] quando se ouvia zunir os
marimbondos, suas vizinhas, abespinhadas: ‒ Estão a ver…? Esse diabo de
mulher realmente não tem modos… santos, 1991, p. 41.
madimbondo. quimb. vespas. marimbondo. quimb. vespeiro. maia,
1964; assis jr., [19--]. elimbondo, elimbondwe. umb. vespas. le
guennec; valente, 2010. embondue. olun. vespa. diccionario Portu-
guez-Olunyaneka, 1896.
marolo
articum, cabeça de negro. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
maroleiro. articum. lopes, 2003; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
marru. Ver mavu.
marruangue. Ver marauangue.
massambala
milho. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
massambará. milho. – topônimo. soares, 1954; senna, 1938. maçambará.
sorgo. ferreira, 1975.
Ç massambala, mbala. sorgo; milho miúdo. Maria pensava a chuva, estava
cheirar a chuva que vinha, e os grandes campos do planalto apareciam nos seus
olhos, em baixo duma cortina de água alagando tudo, mas depois verdejava
o capim, o milho, o massango, a massambala. vieira, [19--], p. 59. Tinham
encontrado alguns arbustos de jindungo, carregados, mangueiras sem frutos,
nem vestígios de massango ou massambala, antes uma árvore-pão bem cheia.
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218 Palavra banto em Minas
pepetela, 2012, p. 200. A Catidi vai já lhe trazerem no rapaz dele, depois de
cortar a mbala. xitu, 1984, p. 69.
masambala. quimb. sorgo, milho. maia, 1964; assis jr., [19--]. masa.
quic. milhos. masa ma mbala. quic. sorgo. cobe, 2010.
massangano
encruzilhada. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
topônimo. senna, 1938; 1921. massango. na África ocidental, trata-se
do ponto de confluência de dois rios. soares, 1954.
Ç massangano. confluência. […] eis deixo lhe ir, vai meu Lukala – até dar
encontro em nosso Kwanza, todo ele de braços-abertos, nas três bocas de
massangano. vieira, 2006a, p. 17. região de Angola. Gertrudes casou
há quatro anos com Manuel Pereira, hoje feitor de uma plantação perto de
Massangano, onde vivem. pepetela, 1999, p. 22. Para mim, foi Manuel
Cerveira Pereira o mandante escondido no meio do exército de Massangano,
mas, cala-te boca, só os mudos têm vida larga. pepetela, 2012, p. 10.
masanganu. quimb. confluência, foz. maia, 1964; assis jr., [19--].
nsangana. quic. confluência. cobe, 2010.
massangue
massangue, assangue. arroz. simões, 2014, Milho Verde. massango,
massongo, massuango. arroz. byrd, 2005, Patrocínio. massangue.
nascimento, 2003, São João da Chapada. assangue, assango, assen-
gue, imassano, missangue. Ah, nóis temo que curiá o assango memo
com camberela, tipoquê, pó de bugue. Ah, nóis temo que comê o arroiz
memo com carne, feijão, farinha de milho. queiroz, 1998, Taba-
tinga. massongo, massuango. vogt; fry, 1996, Alfenas e Patrocínio.
massango. gonçalves, 1995, Jatobá; dornas fº, 1938, Itaúna. musango,
mussunango, massango. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triâgulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
maçango. arroz. andrade fº, 2000, Cafundó. massango, massongo,
massuango. arroz. vogt; fry, 1996, Cafundó e Mogi das Cruzes.
massango. gramínea. soares, 1954.
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Ç massango. painço. Maria pensava a chuva, estava cheirar a chuva que
vinha, e os grandes campos do planalto apareciam nos seus olhos, em baixo
duma cortina de água alagando tudo, mas depois verdejava o capim, o
milho, o massango, a massambala. vieira, [19--], p. 59. Por hábitos ances-
trais, os escravos cultivavam um pouco de massango em zonas escondidas
do patrão, para seu próprio sustento […]. É claro que o meu dono não
sabia apreciar o sabor incomparável de um funji de massango. pepetela,
1999, p. 113. Preferia vinho de palma ou kissângua de massango. Se eu
lhe desse jeribita, então, teria dado urros de contentamento. pepetela,
2012, p. 191. Umas mulheres faziam pirão de massango, outras de milho.
pepetela, 1981, p. 08.
masangu. quimb. cereal alimentício. maia, 1964; assis jr., [19--].
massaroca. Ver mossoroca.
massena. Ver ocema.
massongo. Ver massangue.
massuango. Ver massangue.
massurungo
mato. vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
massurungo. mato. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
mataco
bunda. byrd, 2005, Patrocínio. mataco, otaco, taco. gonçalves, 1995,
Jatobá. itaco. assento, ânus. Consignando mataco, diz Renato Mendonça:
assento, coxas. termo chulo, usado entre os negros. machado fº, 1943, São
João da Chapada.
q Nomeia córrego em Monte Alegre de Minas. lima, 2012.
matácu. vagin*. andrade fº, 2000, Cafundó. mataco. vagin*. vogt;
fry, 1996, Cafundó.
nádegas. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973;
senna, 1938; laytano, 1936; raimundo, 1933.
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220 Palavra banto em Minas
Ç mataco, mataku. bunda. Quem lhe pôs palmatória foi mesmo Mandombe
e João. Lhe deram cem. Nos pés, nas mãos, no mataco. vieira, [19--], p. 34.
A de panos às riscas… a que tem o mataco empinado como o pilão para
tatamentos de Muene-congo. ribas, 1985, p. 116. Habituada a defender-se
das quimbionas dos rapazes da Peça, Boneca eriçou os modos de galhinha
cassafo e hesitou, entre o insulto de ofender a mãe do velho cangundo e a
esperança na recção do pai quando, na sua frente, o comerciante […] lhe
apalpou de abuso no mataco. – Tens aqui uma mulheraço e peras…! santos,
1991, p. 32. Sacudia-se e batia com a palma da mão no mataku. xitu,
1984, p. 80.
mataku. quimb. nádegas. maia,
,Paranaíba/
Triângulo.
amparo de indame. sapato. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
indumba. prostituta. – hom*ossexual. castro, 2001, Bahia. indam,
indumbe. mulher. vogt; fry, 1996, Mogi das Cruzes.
indambe, indumba. mulher. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
andumba. quimb. moças. ilumba. quimb. mulher, moça. kalumba.
quimb. moça. ndumbu. quimb. prostituta. ndumbe. quimb. noviça.
maia, 1964; assis jr., [19--]. kandumba. quic. moça. maia, 1964.
ndumba. quic. moça. cobe, 2010. ondambi. umb. mulher bonita. le
guennec; valente, 2010.
andambi. Ver andambe.
andarau. Ver dandara.
andaru
fogo. simões, 2014, Milho Verde. indaro. fogo, amarelo, verdelho.
byrd, 2005, Patrocínio. undara, undaro, sundaro, indaro. fogo. Ma
caxava ele [o tipoquê] no undara, uai. Ma secava ele [o feijão] no fogo,
uai. – ouro. Eu caxo undara no injequê. Cê tamém caxa? Eu tenho ouro
na boca. Cê tamém tem? queiroz, 1998, Tabatinga. andaro, andaru.
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Sônia Queiroz 29
fogo. vogt; fry, 1996, Patrocínio. ondara. fogo. gonçalves, 1995,
Jatobá. indaro. fogo, luz, sol. vogt; fry, 1996, Patrocínio; amarelo.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. anduro, ondara. machado
fº, 1943, São João da Chapada. andaro, undáro, undarú. dornas fº,
1938, Itaúna.
indaro de cumba. sol. byrd, 2005, Patrocínio.
indaro de cumba imbuno. lua. byrd, 2005, Patrocínio.
andaru-krepu-nzambi. relâmpagos (literalmente fogo nas mãos de Deus)
O passarinho ficou zonzo e zureta, surdo de tantos keremiró e andaro-krepu-
Nzambi. gonçalves, [1994], Jatobá.
mokó de indaro. revólver. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
undaro. fogo. castro, 2001, Bahia. andaru. fogo. luz, raio. andrade fº,
2000, Cafundó.
andaru vavuro do injequê do vava do injó de Alá. raio. andrade fº,
2000, Cafundó.
andaru vavuro do orofim do sêngui. fogueira. andrade fº, 2000,
Cafundó.
andaro, indaro. fogo. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ondalu. umb. fogo. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. ndalu.
quic. fogo. maia, 1964.
anduro. Ver andaru.
angana. Ver ganga.
anganaiôve. Ver gananzambi.
angananzambê. Ver gananzambi.
anganazambê-opungo. Ver gananzambi.
angana-nzambi. Ver gananzambi.
angana-zambi-opungo. Ver gananzambi.
angerê. Ver oranjê.
angico
nome comum a várias árvores da família leguminosa. gonçalves,
1995, Jatobá.
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30 Palavra banto em Minas
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
anjico. antiga nação africana no Brasil. castro, 2001, Bahia.
angico. grupo étnico; – nome de uma árvore. lopes, 2003; castro,
2001; brandão, 1968; senna, 1938; laytano, 1936.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
angiquê. Ver injeque.
angira. Ver ongira.
angôia
balainho de taquara com sem*ntes; instrumento musical do candom-
blé e do jongo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
angóia. instrumento musical usado no jongo ou no batuque, feito
com cabaça, lata ou cesta com pedras dentro. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ongwaya. umb. cabaça que contém grãos e serve de guizo para usos
superticiosos. le guennec; valente, 2010.
angola
[país africano] Eu vem lá da Angola passei ni Aruanda/conenga agora
chegô lá no injó/ê no injó de jequê me conenga tata/aqui nesse reino conengô
tata/ ê conengô com tata lá no injó de jequê/aqui nesse reino no injó de jequê.
Capitão Julio Antônio Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes. Mandei lá
na Angola buscar minha pai/buscar minha pai, buscar minha pai, oia lá/
eu canto meu ponto, meu pai vai chegar/me chora ingoma. Capitão Julio
Antônio Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes. Aqui nesse reino papai é
rebolo/ ê nhonhó, mamãe é criola/oia papai, papai é rebolo/papai é rebolo,
nasci lá na Angola/aqui nesse reino aprendeu falá língua/eh irmão, língua
de criolo. Capitão Julio Antônio Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes.
Oia eu vim lá de Angola/eu vim aqui curimá/ah, eu vim do calunga/eu vim
aqui trabucá. Capitã Pedrina de Lourdes Santos. titane, 2008, Oliveira.
fumo-de-angola. cannabis sativa. gonçalves, 1995, Jatobá.
milho-de-angola. sorgo. gonçalves, 1995, Jatobá.
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Sônia Queiroz 31
q Nomeia córrego em Aimorés, Alpinópolis, Andradas, Bambuí,
Caparaó, Carmo do Paranaíba, Conceição do Pará, Espera Feliz,
Itamoji, Jeceaba, Passos, Rio Paranaíba, Santo Antônio do Grama,
São Sebastião do Paraíso Seritinga, e Turvolândia. Nomeia fazenda
em Alpinópolis, Campanha, Campos Gerais, Carmo do Paranaíba,
Gurinhatã, Jeceaba, Monte Santo de Minas, Passos, Rio Paranaíba,
Santo Antônio do Grama, São Tomás de Aquino, Seritinga, Soledade
de Minas, Três Corações. Nomeia localidade em Conceição do Pará.
Nomeia povoado em Aimoré. Angolinha. Nomeia córrego em Argirita,
Campo do Meio, Campos Gerais, Carmo do Rio Claro, Jeceaba,
Leopoldina e São Sebastião do Paraíso. Nomeia fazenda em Perdizes
e Uberlândia. lima, 2012.
nação-de-candomblé, de tradição e terminologia religiosa de base
canto. – ritmo de Dandalunda e Oxum. castro, 2001, Bahia.
angola, ngola. país africano onde se fala quimbundo, quicongo e
umbundo, três das principais línguas africanas trazidas para Brasil
pelos negros escravizados. – aqueles que são naturais desse País. –
capim d’Angola; panicum guineense. castro, 2001; soares, 1954; senna,
1938; 1921; laytano, 1936.
Ç angola, ngola. país africano. E para trás, no sentido do oriente, se via a
entrada da terra, o reino que Ngola Kiluanje unificou, a pátria dos Ngola,
a minha. pepetela, 1999, p. 19. Com essas ideias e imposições iam enfra-
quecendo o Kongo, roendo-o por dentro como fazem os ratos ou a formiga
salalé. E era esperança do governador enfraquecer da mesma maneira o
vizinho reino do Ngola. pepetela, 2012, p. 14. As mãos da camarada profes-
sora María tremiam ao agarrar as mãos do marido dela como se, naquele
gesto, eles conseguissem agarrar as mãos de todos os alunos que ele tinham
ensinado aqui em Angola. ondjaki, 2007, p. 122. […] dona Gi é que tivera
a ideia, pois, em Angola uma pessoa que vai tratar de um assunto de família
com parentes do mato, deve levar panos para oferecer em momentos de afeto,
numa noite estrelada quando alguém mais velho vai contar uma estória junto
à fogueira […]. rui, 2013, p. 41. Sim, aconteceu numa localidade de Angola.
Por isso, esta história é uma história de história. ribas, 1973, p. 114.
ngola. quimb. refere-se ao nome do país. maia, 1964. ngola. quic.
angolano. cobe, 2010.
angoma. Ver ingoma.
angora. Ver ongoró.
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32 Palavra banto em Minas
anguá. Ver ambuá.
anguê
onça. anguê i cuatá ô orocogombe. a onça pega o boi. machado fº, 1943,
São João da Chapada.
anguê-kuatá. onça. O anguê-kuatá, o kangulo-sanguê e o dumbo gritavam
que eram eles. gonçalves, [1994], Jatobá.
angucê-cuatá. onça. gonçalves, 1995, Jatobá.
ongucê-cuatá. onça. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ongwe, ongué. umb. onça. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
ngo. quimb. onça. assis jr., [19--]. ingo. quimb. onça. maia, 1964. ngó.
quic. onça. cobe, 2010; maia, 1964. ongue. olun.
,leopardo. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896.
anguro, anguru. Ver canguro.
anzambe, anzambê, amzambi. Ver gananzambi.
anta
tapir. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
tapir. pessoa astuciosa. senna, 1938; laytano, 1936.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
antipossoca. Ver tiapossoca.
apiá
roça. dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 33
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
díbia. quimb. roça, propriedade. évia. quic. lavra, arimbo. maia, 1964.
vya. quic. lavra. cobe, 2010. epya. umb. propriedade agrícola. le guen-
nec; valente, 2010.
aporé. Ver tiporê.
apumbo
milho. nascimento, 2003, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
epungu, epungo. umb. milho. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
epungu. olun. milho. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
aquenhe. Ver aquenjê.
aquenjê
aquenjê, aquenhe. menino. Tuca, tuca, aquenhe verome. camuquengue.
moleque. machado fº, 1943, São João da Chapada.
aquenjê verome. rapazinho. Ao que parece temos nesse vocábulo elemento
vernáculo; assim: Aquenjê ver home, ou seja, menino que já se vê, que é o
mesmo que ver homem. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas
Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
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34 Palavra banto em Minas
Ç mukwenje. criança, rapaz. Mulende já não sabia exatamente de onde
tinha vindo quando mukwenje, apenas ser do leste, mas isso era muito terra,
travessia de muitos rios. pepetela, 2012, p. 173.
ukuenje. umb. moço, rapaz. wilson, 1954. ukuenje. umb. criado.
le guennec; valente, 2010. omukuendye. olun. rapaz. diccionario
Portuguez-Olunyaneka, 1896. kamukembi. quimb. que serve de alco-
viteiro. assis jr., [19--].
arambuá. Ver ambuá.
arangome.Ver ongoró.
aranguão. Ver ongoró.
aranjê. Ver oranjê.
arapôssi
sentar. gonçalves, 1995, Jatobá. possi. machado fº, 1943, São João da
Chapada.
araposse-arapossí. descanso, repouso. machado fº, 1943, São João da
Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
arasangue. Ver sanjo.
arengá
tarefa. Nas minerações, o patrão, pela urgência do serviço, ou para
dar folga ao pessoal, costuma dar algum encargo de tarefa, que pode
terminar antes ou depois da hora habitual. Arengá sendê, sendê, nda
cuca ai, sanduê rê. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
arénga. tarefa. lopes, 2003; [?] senna, 1938.
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Sônia Queiroz 35
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
okulinga. umb. executar. le guennec; valente, 2010. okuringa. olun.
fazer, trabalhar. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
arigó
pessoa atrasada. byrd, 2005, Patrocínio. vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
arimuta. Ver arumute.
aringa
cerca bem fechada. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
agrupamento, senzala. castro, 2001, Bahia.
local protegido, cercado. lopes, 2003; mendonça, 1973; senna, 1938; 1921.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
nzinga. quic. cerco. maia, 1964.
ariporê. Ver tiporê.
ariranha
fumo. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio. orimanha.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. arivanha. cigarro. batinga,
1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
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36 Palavra banto em Minas
arivanha. Ver ariranha.
arongó. Ver ongoró.
aruanda
variação de Luanda, antigo reino banto; atualmente, a capital de
Angola. Eu vem lá da Angola passei ni Aruanda/conenga agora chegô lá
no injó/ê no injó de jequê me conenga tata/aqui nesse reino conengô tata/
ê conengô com tata lá no injó de jequê/aqui nesse reino no injó de jequê. Capi-
tão Julio Antônio Filho. rios; corrêa, 2008, fa*gundes; Muenha cuna
marungo/na Aruanda saravá/muenha cuna marungo/na Aruanda saravá.
Capitã Pedrina de Lourdes Santos. titane, 1999, Oliveira. luanda.
festa. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
aruanda. a África mítica, termo que aparece frequentemente em
cânticos rituais e do folclore afro-brasileiros, como nos versos:
Quando eu vim de Aruanda ou Eu sou negro de Aruanda. castro, 2001.
luanda. capital de Angola. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1997;
senna, 1938.
Ç luanda. capital de Angola. Ainda por cima, nunca tinha estado em
Luanda senão por dias esparsos, sempre metido nas guerras do mato. pepe-
tela, 2012, p. 16. Nessa altura, em Luanda, não apareciam muitos brin-
quedos nem coisas assim novas. ondjaki, 2007, p. 24. […] via bem as luzes
de Lisboa, o Tejo, uma trança na boca, repensando Amesterdão de onde saíra
e, finalmente, tomou consciência de que só naquele momento assumir que
estava a viajar para Angola, mais propriamente para Luanda. rui, 2013,
p. 9. Não hão-de saber nada. Do Rangel ao Catambolo é longe, e Luanda é
grande. xitu, 2011, p. 50. Ê! Aqui em Luanda , não se pode duvidar das estó-
rias, há muito coisa que pode acontecer e há muita coisa que, se não pode,
arranja-se uma maneira de ela acontecer. ondjaki, 2006, p. 108. kaluanda.
morador de Luanda. O kaluanda se sentiu no entando apanhado numa
ratoeira. […] Não sabia realmente responder à pergunta, que faz aqui?.
pepetela, 2012, p. 14. Percorrera isso tudo em turista, em cima das carrei-
ras de passageiros, altivo pela visão de cima e pelas suas pretensões de jovem
kaluanda. pepetela, 1982, p. 177.
luanda. quimb. embaixada, alfândega. topônimo. maia, 1964; assis jr.,
[19--].
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Sônia Queiroz 37
arumute
arumute, urumute. abóbora. queiroz, 1998, Tabatinga. arimuta.
dornas fº, 1938, Itaúna.
q Não encontrada
,nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
umutu. umb. abóbora. le guennec; valente, 2010. umbutu. olun.
melancia. diccionario Portuguez-Olunyaneka, 1896.
arunanga. Ver urunanga.
arundanga. Ver urunanga.
arunganga. Ver ganga.
arungo. Ver urungo.
assango. Ver massangue.
assangue. Ver massangue.
assemá
assemá, ossemá. céu. simões, 2014, Milho Verde. assemá. céu. nasci-
mento, 2003, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
assengue. Ver massangue.
assenguê
banheiro, mato. byrd, 2005, Patrocínio. sengue, sengo, senguê. mato,
floresta. byrd, 2005, Patrocínio. senjo. propriedade, fazenda. byrd, 2005,
Patrocínio. sengue. mato. Se esse cuete injirá com essa ocaia pro sengue,
eu vô caxá nele imbuete. Se esse cara fô com essa mulhé pro mato, eu
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38 Palavra banto em Minas
vô metê o pau nele. queiroz, 1998, Tabatinga; mato, floresta. vogt; fry,
1996, Patrocínio. senguê. mato. gonçalves, 1995, Jatobá. sanjo, senjó,
sengue. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. senjo. fazenda.
batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo. sanguê. floresta. Certa manhã,
tão logo foi dormir ossanchê, os bichos foram pra clareira do sanguê. gonçalves,
[1994], Jatobá. senguê. Duro já foi senguê. machado fº, 1943, São João da
Chapada. ossenguê, senguê. dornas fº, 1938, Itaúna.
injirá po sengue com os cambuá. caçar (lit. ir para o mato com os
cachorros). queiroz, 1998, Tabatinga.
bodin de senjo. veado. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
areia. castro, 2001, Bahia. sêngui. mato, capim, grama, espinho.
verde. andrade fº, 2000, Cafundó.
sêngui do variá. verdura. andrade fº, 2000, Cafundó.
michingrim do sêngui. abelha. andrade fº, 2000, Cafundó.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
usenge. umb. mato. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. ekenge.
quimb. floresta. maia, 1964.
senguê. Ver sengue.
assumbé
medo. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
usumba. umb. medo. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954.
assungar
vir. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Patrocínio.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 39
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
assungar, sungar. suspender, levantar. ferreira, 1975.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
sunga. umb. puxar. le guennec; valente, 2010; wilson, 1954. kusunga.
quimb. tirar, puxar. assis jr., [19--].
atanhara
alto. Atanhara ucumbi u atundá. Mulher o sol está alto. machado fº,
1943, São João da Chapada. atanhára, tanhara. sol. gonçalves, 1995,
Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
atanhara. alto. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
utanha. umb. o calor do sol. le guennec; valente, 2010.
atanhára. Ver atanhara.
atindundu
vinho. byrd, 2005, Patrocínio; vogt; fry, 1996, Alfenas.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e
umbundo.
atundá
alto. Andambi, ucumbi u atundá. mulher o sol está alto. machado fº,
1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
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40 Palavra banto em Minas
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç tunda. sair. Está a chatear mais velho por quê? Pessoa pergunta-pergunta
mais e não engula cuspe, tundam daqui!!!. xitu, 1984, p. 10.
oku tunda. umb. sair. wilson, 1964. tunda. umb. brotar. le guennec;
valente, 2010. kútunda. quimb. sair. maia, 1964; assis jr., [19--].
áua
tonto. byrd, 2005, Patrocínio; batinga, 1994, Alto Paranaíba/
Triângulo.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kioua. quimb. parvo, tolo. maia, 1964; assis jr., [19--].
auê. Ver iauê.
avele. Ver mavero.
avelo. Ver mavero.
aver. Ver mavero.
avera. Ver mavero.
avero. Ver mavero.
avura
grande. eu vô caxá matuaba avura. eu vô tomá uma pinga grande.
– grosso. O imbuete é avura. O pau é grosso. – muito. Matuaba caxô
avura. Bebeu muita pinga. – que possui qualquer qualidade posi-
tiva: bonito, bom, rico, etc. Tinhame da ocaia é avura. a perna da mulhé
é bonita. – muito. Eu tô curimbano já avura, né? Eu tô trabalhano já
muito, né? – depressa. Lá vai injirano avura. Lá vai ino depressa.
queiroz, 1998, Tabatinga. avuro. muito(a). dornas fº, 1938, Itaúna.
avuraço. grandalhão. Cajuvira catito num dá não. Tem que sê avuraço,
né? Cafezinho num dá não, tem que sê bem grande, né? queiroz,
1998, Tabatinga. avurinha. bonitinho. queiroz, 1998, Tabatinga.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 41
avuro. muito, grande. castro, 2001, Bahia; andrade fº, 2000, Cafundó;
vogt; fry, 1996, Cafundó.
avuro. grande. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kiavulu. quimb. muito. maia, 1964.
avuro. Ver avura.
azuela
congado, seus cantos. umbanda seus cantos. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
ordem de bater palmas e cantar nas cerimônias em congo-angola.
castro, 2001, Bahia.
azuela. nos terreiros de origem banta, ordem de bater palmas e
animar a festa. lopes, 2003.
Ç azuelangó. falar à toa, tagarelar. […] ia nos caixotes de lixo da baixa,
falavam; axuelangó… vieira, 1987, p. 29. zuelar: falar. Desculpe – eu
não posso acreditar a missa santa sacrifícia pode-se zuelar numa algarvia
qualaquera. vieira, 1987, p. 43.
kuzuéla. quimb. falar, conversar, dizer palavras. assis jr., [19--].
okuyuela. olun. fazer barulho. diccionario Portuguez-Olunyaneka,
1896.
B
bá
ama. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
castro, 2001; ferreira, 1975; senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
babaca
tolo. gonçalves, 1995, Jatobá.
,q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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42 Palavra banto em Minas
a vulva. castro, 2001, Bahia.
tolo. lopes, 2003.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
babaço. Ver mabaço.
babatar
apalpar. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
babata(r). – apalpar. – vacilar. lopes, 2003; castro, 2001; ferreira, 1975;
soares, 1954; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
kubabata. quimb. apalpar com as mãos, tatear. assis jr., [19--].
babata. quic. apalpar. cobe, 2010. papata. umb. apalpar. le guennec;
valente, 2010.
bacuri
som, música, caixa. byrd, 2005, Patrocínio. menino. vogt; fry, 1996,
Alfenas. bakuri. caixa. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
bacuri de calunga. rádio, telefone. byrd, 2005, Patrocínio.
bacuri de kalonga, bacuri de katin. rádio. batinga, 1994, Alto
Paranaíba/Triângulo.
bakuri de kumba. relógio. batinga, 1994, Alto Paranaíba/Triângulo.
q Não encontrada em registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada em registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
Não encontrada entre os africanismos registrados em dicionários e
glossários brasileiros.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
bagunça
desordem. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
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Sônia Queiroz 43
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
bagunça, confusão. castro, 2001.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
báia
compartilhamento onde ficam cavalos, cavalariça. gonçalves, 1995,
Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
lugar reservado para os cavalos ou a trave nas cavalariças. – morena.
ferreira, 1975; silveira, 1975D, 1975C, 1974; teixeira, 1946; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
ribáia. quimb. tábua, prancha, poleiro. maia, 1964; assis jr. [19--].
baya. quic. tábua. cobe, 2010. evaya. umb. peça de madeira. le guen-
nec; valente, 2010. evai, evaya. olun. tábua. diccionario Portuguez-
-Olunyaneka, 1896.
baita
grande. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
pessoa ou objeto muito grande. antunes, 2013; ferreira, 1975. elogio.
senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
balaio
cesta. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
cesto. – dança antiga do Rio Grande do Sul. bastide, 1971; senna,
1938; laytano, 1936.
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44 Palavra banto em Minas
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
bambá
certa comida com angu e folhas. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
toda dança que termina em desordem. castro, 2001, Bahia.
resíduo do azeite de dendê. – dança de negros africanos, em que
se faz um círculo em torno de um casal. – jogo de cartas. – jogo
gaúcho em que se jogam pedaços de caroços de pêssegos e rodelas
de laranja. – . fig. confusão. – topônimo. lopes, 2003; castro, 2001;
ferreira, 1975; mendonça, 1973; brandão, 1968; soares, 1954; senna,
1938; 1921; laytano, 1936.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mazi mamba. quic. azeite de palma. mbá. quic. dendém. maia, 1964.
bá. quic. dendê. cobe, 2010.
bamba
valente. gonçalves, 1995, Jatobá. bambambã. super valente. Encos-
tada numa raiz de mutamba estava a astuta Kandimba, se deliciando com
aqueles fanfarrões, metidos a bambambãs. gonçalves, [1994], Jatobá.
pamba. valentão poderoso. Orrumbê iô peti pamba/ô pamba peti quirnô.
machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Nomeia córrego em Bocaiúva e fazenda em Baependi. lima, 2012.
bastão, vara, chicote. lamba; pamba. à toa, sem motivo, em vão.
castro, 2001, Bahia.
valentão. – mestre. – ritos, objetos rituais ou seus efeitos. – topônimo.
castro, 2001; ferreira, 1975; soares, 1954; senna, 1938; raimundo, 1933.
pamba. sem motivo. senna, 1938.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbámba. quimb. mestre, exímio, excelente. assis jr., [19--]. mbamba.
quimb. vara, bastão, muleta. maia, 1964.
bambaquerê
certa dança. gonçalves, 1995, Jatobá.
bamba jambê. [?] tanazambê, ah/bamba jambê, ah/bamba jambê, ah. Capitão
Ivo Silvério da Rocha. dias, 2001, Serro.
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Sônia Queiroz 45
q bambaquiri. Nomeia córrego e povoado em Iapu. lima, 2012.
bamba. bastão, vara, chicote. castro, 2001, Bahia.
bambaquerê. – uma dança. – confusão, desordem. – toda a dança ou
festa que acaba em confusão. – dança popular gaúcha, semelhante
à quadrilha, de origem africana; nome atribuído ao General Bento
Gonçalves. ferreira, 1975; mendonça, 1973; brandão, 1968; soares,
1954; senna, 1938; laytano, 1936.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbámba. quimb. mestre, exímio, excelente. assis jr., [19--]. mbamba.
quimb. vara, bastão, muleta. maia, 1964;
bambaré
barulho. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
briga, arruaça, confusão. bangulê, banguelê. castro, 2001, Bahia.
barulho, gritaria. lopes, 2003; ferreira, 1975; mendonça, 1973; soares,
1954; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
Não encontrada em dicionários de quicongo, quimbundo e umbundo.
bambazuô
provocação de briga, insulto. Bambazuô / o pau falou, / o ferro entrou /
negro espichou. machado fº, 1943, São João da Chapada.
q Não encontrada nos registros de nomes de lugares em Minas Gerais.
bamba. bastão, vara, chicote. lamba. castro, 2001, Bahia.
bamba. valentão. – mestre. – ritos, objetos rituais ou seus efeitos.
– topônimo. castro, 2001; ferreira, 1975; soares, 1954; senna, 1938;
raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbámba. quimb. mestre, exímio, excelente. assis jr., [19--]. mbamba.
quimb. vara, bastão, muleta. maia, 1964.
bambê
limite do acerco. gonçalves, 1995, Jatobá.
q Nomeia córrego em Bocaiúva, Cássia, Curvelo, Gonçalves, Martinho
Campos e Senador Modestino. Nomeia fazenda em Cássia, Ibiá e
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46 Palavra banto em Minas
Martinho Campos. Nomeia Ribeirão em Malacacheta. Rio em Passa
Vinte. lima, 2012.
Não encontrada nos registros de falares africanos em outras regiões
do Brasil.
bambe. cerca que limita o pasto. – p. ext. limite, marco, divisa. lopes,
2003; castro, 2001; ferreira, 1975; mendonça, 1973; soares, 1954;
laytano, 1936; raimundo, 1933.
Ç Não encontrado em registros da literatura angolana.
mbambê. quimb. limite. maia, 1964; assis jr., [19--]. mbambi. quic.
limite. cobe, 2010.
bambi
frio. simões, 2014, Milho Verde; byrd, 2005, Patrocínio; Ah, isso (caxá
tiploque) é bom na hora do bambi memo. Ah, isso (calçá sapato) é bom na
hora do frio memo. queiroz, 1998, Tabatinga; vogt; fry, 1996, Patro-
cínio; gonçalves,